Advogado: Professor preso achou que polícia resolveria furto de seu celular
O advogado Danilo Reis, que representa o professor Clayton Ferreira, 40, preso temporariamente sob acusação de sequestro no litoral sul paulista, disse no UOL News da manhã desta quinta-feira (18) que ele havia ido à delegacia acreditando que resolveria o furto de seu celular.
O Tribunal de Justiça de São Paulo mandou soltar Clayton na noite desta quarta-feira (17).
Clayton nunca teve nenhum apontamento negativo que desabone sua conduta durante esse tempo. Ele se apresentou na delegacia de forma espontânea, acreditando que era em razão de um furto que ele teve de celular em data anterior. Chegando lá, ele foi surpreendido com uma resposta negativa.
O psicológico dele não está bem, tanto dele quanto da família, todos estão bem abalados [...] Agora, é só aguardar os trâmites de liberação dele.
Reconhecimento foi feito por foto
Clayton Ferreira dos Santos foi preso temporariamente. A vítima do crime, uma mulher de 73 anos, teve R$ 11 mil roubados e reconheceu o professor, que é negro, por uma foto.
Professor lecionava no momento do crime, diz defesa. O sequestro aconteceu por volta das 9h do dia 31 de outubro de 2023, segundo boletim de ocorrência. De acordo com a defesa de Ferreira, nesse momento, ele estava dando aula em uma escola na capital paulista.
Escola emitiu declaração informando que o professor estava lecionando. O documento emitido pela Escola Deputado Rubens do Amaral, no Jardim Saúde, zona sul da capital, é assinado pelo diretor da unidade.
Posso afirmar que ele trabalhou no dia 31. Fiz a declaração dos horários, todos eles, e encaminhei. Estou achando estranho toda essa situação, ele é um professor que nunca deu trabalho, sempre trabalhou certinho. E, de fato, ele estava dando aula
Vilson Sganzerla, diretor da escola
Clayton jamais esteve nessa comarca [Iguape] e, no horário e na data em que foi realizado o roubo, ele estava trabalhando. Ele é professor de educação física. A escola expediu uma declaração, forneceu para nós os atestados, as folhas de ponto.
Mais uma pessoa negra, de comunidade, sem apontamento negativo criminal algum, está em cárcere por causa de um mero reconhecimento fotográfico
Danilo Reis, advogado
Secretaria da Seguraça disse haver conjunto de provas
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse ao UOL que a prisão foi baseada em "conjunto probatório". O TJ-SP informou que o caso está em sigilo.
A autoridade policial de Iguape reuniu o conjunto probatório e representou ao Judiciário pela prisão temporária dos investigados. O Ministério Público manifestou parecer favorável ao pedido, que foi concedido pelo juiz.
Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, em nota
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