Direto do RS: Crianças se emocionam com chegada de brinquedos
A felicidade de crianças que receberam brinquedos doados em meio às inundações que devastaram o Rio Grande do Sul chamou a atenção do repórter do UOL Luís Adorno. O jornalista, que percorreu ao lado do cinegrafista Marcelo Ferraz algumas das cidades mais atingidas pela tragédia, relatou um pouco do que viu durante entrada ao vivo no UOL News desta quinta (16).
Conversamos com algumas pessoas em Muçum que estão dormindo em abrigos. Eles elogiaram muito esses lugares. Dizem que há muito insumo; no começo, estava difícil obter água, mas agora ela está chegando.
Algo que nos impactou bastante por aqui foi uma pessoa que se emocionou ao dizer que chegaram brinquedos para as crianças. Sempre pensam na comida, no alimento perecível e na água, mas as crianças ficam felizes quando chegam brinquedos. Para elas, é uma nova realidade. Luís Adorno, repórter do UOL
Após passar pela cidade de Muçum, Adorno está hoje em Cruzeiro do Sul, outro município bastante afetado pelas enchentes. Ao caminhar por algumas ruas, o repórter mostrou o que sobrou de algumas residências, em meio a um cenário de destruição causada pela cheia do rio Taquari.
Do lado do rio Taquari, havia muitas casas. Hoje, não vemos mais nenhuma delas. Vemos muitos escombros, sofás, telhas, roupas, brinquedos, fogão... Tudo devastado. Das casas que sobraram, algumas não têm mais nada. Está tudo contorcido, com vidros quebrados.
Não conseguimos mais saber como era a estrutura dessa casa. Sobraram só algumas paredes, uma porta de madeira e um armário todo quebrado. Nas árvores mais altas dessa região, vemos muitas roupas no topo delas. Não são raras imagens de cercas quebradas. Agora há pouco, pisamos sem querer na parte pontuda de um portão que estava embaixo da terra. Luís Adorno, repórter do UOL
Além da chuva, que voltou a cair em Cruzeiro do Sul, outra grande preocupação é com os desaparecidos na região. Adorno relatou a dificuldade do trabalho das equipes de resgate em busca destas pessoas.
O mais preocupante de toda essa situação em Cruzeiro do Sul, e o que os moradores mais temem, é que muitos vizinhos estão desaparecidos. Eles estão tentando contato com muita gente. Como é uma cidade pequena, todos se conhecem.
A suspeita de moradores e do pessoal da Defesa Civil, da Brigada Militar, do Exército e dos bombeiros é que haja muitas pessoas aqui. Nessa região, agora só vemos árvores e rio Taquari ali na frente, mas antes havia muitas casas por aqui e elas simplesmente desapareceram. Não há mais nem o entulho dessas residências. O rio levou tudo.
Muitas pessoas que conseguiram sobreviver foram para áreas mais altas da cidade. Desconhecidos estão recebendo moradores enquanto elas não conseguem se restabelecer. É um cenário devastador.
Faz 6°C e voltou a chover. O olhar das pessoas já diz a preocupação. Enquanto elas falam conosco, olham para cima, preocupadas com a chuva, que começa a apertar. Luís Adorno, repórter do UOL
Comerciante lamenta saque após chuvas no RS: 'Levaram tudo, até prateleira'
Dona de cinco lojas na região do vale do rio Taquari, Marinez Hauenstein viu quatro delas serem destruídas pela força das chuvas que devastaram o Rio Grande do Sul. A única que sobrou, na cidade de Arroio do Meio, foi invadida e completamente saqueada. Não só os itens a venda, mas as próprias prateleiras foram levadas, contou a comerciante no programa de hoje.
Tenho cinco lojas no vale do Taquari. Infelizmente, a enchente pegou quatro delas; uma com [a água chegando a] dois metros de altura e a outra, com três metros. A única loja que sobrou, e onde eu poderia continuar minha vida e trabalho, ter meu sustento e pagar funcionários, simplesmente foi roubada.
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Quero receberQuebraram o cadeado, tiraram a corrente que havia na porta e entraram. Até onde eu sei, foram várias pessoas que saquearam tudo. Restaram algumas prateleiras. Levaram até freezers, geladeiras, computadores, notebook e bicicletas. Também levaram duas motos de funcionárias, mas foram recuperadas.
O que eles puderam carregar foi levado, até prateleira. É muito triste passar por essa situação. Perdi quatro lojas e na que restou entraram e roubaram tudo. Se não fosse minha irmã, que também tem comércio na região e me cedeu mercadorias, não sei o que seria de nós. Marinez Hauenstein, empresária
Sakamoto: TSE estará mergulhando na lama se salvar Moro para fazer média
Também no UOL News de hoje, o colunista Leonardo Sakamoto afirmou que o TSE estará "mergulhando na lama" se não cassar o senador Sergio Moro (União-PR) apenas para fazer média com os bolsonaristas que os atacavam.
Os ministros acreditam que o senador será absolvido das acusações de abuso do poder econômico e uso de caixa dois supostamente cometidos na pré-campanha de 2022.
No meio do caminho, entre o início dos processos contra Sergio Moro e agora, a gente teve um TSE e um STF que se tornaram um alvo muito grande do bolsonarismo por conta das ações do TSE e do STF na investigação contra o golpismo, ou na cassação dos direitos políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro e tudo isso mais. Moraes, TSE e STF foram colocados nos holofotes. O Senado começou, inclusive, a dar um hashtag 'Fica a Dica', lembrando que o parlamento pode cassar ministros do Supremo e senadores lembraram os ministros que, na próxima legislatura, o Senado pode ter maioria bolsonarista, o que pode levar à cassação deles.
Sakamoto diz que não é função do judiciário fazer "gesto de pacificação".
Há uma linha que diz que tudo isso viria no sentido de tentar pacificar a relação do judiciário com o legislativo. Se o TSE realmente estiver fazendo isso, o TSE estará mergulhando na lama. Se o TSE salvar o Moro só para fazer média, ele vai estar mergulhando na lama, finalmente atendendo os clamores do bolsonarismo que sonha inutilizar a instituição.
Não é função do judiciário fazer gesto de pacificação, a função do judiciário é julgar. Um parlamentar deve ser cassado diante da constatação de que recebeu vantagens indevidas concorrendo de forma desleal com os adversários.
O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.
Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.
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