Conteúdo publicado há 4 meses

Avião que caiu teve danos e pneu estourado em março, diz funcionária a TV

Imagens mostram danos na cauda da mesma aeronave que caiu e deixou 62 mortos em Vinhedo (SP). O avião foi danificado após um pouso na noite de 11 de março, disse uma funcionária da Voepass ao Jornal Nacional (TV Globo).

O que aconteceu

Os registros mostram óleo escorrendo em alguns pontos da aeronave. Um ralado na fuselagem, que retirou a tinta da estrutura, e óleo cobrindo o trem de pouso também foram registrados.

Também é possível visualizar a estrutura interna de um dos pneus do avião. Acima do pneu, a fuselagem ficou quebrada.

Registros foram feitos na aeronave prefixo PSVPB, a mesma que caiu em Vinhedo. A informação, veiculada pelo Fantástico (TV Globo), aponta que o caso foi relatado às autoridades depois de uma viagem da aeronave entre Recife e Salvador.

Funcionária diz que um dos pneus estourou ainda na decolagem. Os pedaços de borracha teriam danificado o sistema hidráulico do avião, dificultando o pouso. "Os colegas de empresa contaram que o pneu desse avião já estava com problemas, precisando de troca. Mas não foi trocado, talvez, porque entenderam que estava ok ainda para voo", disse, sob condição de anonimato.

Ele já estava com problemas por conta dessa lesão que pegou na superfície que freia o avião, o avião bateu a cauda no chão, o piloto possivelmente tentou fazer o que pôde, o que estava dentro dos seus treinamentos, e o que resultou é que contaram que parece que o avião até levantou um pouco o nariz por conta da descompensação.
Funcionária da Voepass, ao Jornal Nacional

Registro no sistema de manutenção da Voepass apontou que a batida causou "dano estrutural" na aeronave. O parecer final do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) não mencionou a colisão com o solo e disse que os danos foram leves, segundo a TV Globo.

Aeronave ficou em manutenção de março até julho, quando voltou a voar regularmente. Funcionários da Voepass fizeram uma denúncia anônima à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) há 20 dias sobre um problema de pressão na porta de serviço na mesma aeronave. "Essas frestas você consegue ver ar, o horizonte, são frestas grandes. Muito barulho, aquele barulho de ventilação, de vento entrando no avião. E isso traz insegurança para o comissário que está ali pousando, decolando, e não sabe o que pode acontecer com aquela porta", disse a funcionária.

Anac disse à emissora que um avião só é liberado para voltar às operações quando está em condições de voo. Sobre a denúncia dos funcionários há 20 dias, a agência reguladora apontou que a análise dos casos segue rito próprio, seguindo a legislação.

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Já a Voepass disse à TV Globo que um reparo temporário no avião foi realizado após a ocorrência de março, possibilitando que ela fosse levada até Ribeirão Preto (SP), onde passou pelo reparo definitivo. A empresa argumentou que o traslado foi permitido pela ANAC, acrescentando que não houve necessidade de autorização especial para o retorno do serviço porque o certificado de aeronavegabilidade estava válido, assim como os reparos realizados.

Relembre o acidente

Avião decolou às 11h50 e pousaria às 13h45 de sexta-feira (9), segundo o FlightAware. O modelo ATR 72 pertencia à Voepass Linhas Aéreas e tinha 58 passageiros e 4 tripulantes a bordo. Todos morreram.

Aeronave despencou quase 4.000 metros em dois minutos. O registro de voo do Flight Radar mostra que o avião estava a 17 mil pés de altitude às 13h20 e a 4 mil pés às 13h22, quando o sinal de GPS foi perdido pela plataforma. A aeronave caiu pouco mais de 20 minutos antes de pousar.

Imprensa internacional repercutiu a queda do avião. Entre os jornais que reproduziram os vídeos do acidente estão o canal canadense CTV News, o jornal inglês The Mirror e o americano USA Today.

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