Após falar sobre "radicais" no 2º turno, Covas nega referência a Boulos
Candidato à reeleição em São Paulo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) negou hoje que tenha se referido a seu adversário no segundo turno, Guilherme Boulos (PSOL), quando falou de seu primeiro lugar como uma vitória sobre o radicalismo. Segundo Covas, o objetivo de sua campanha é construir consenso para governar a cidade "para todo mundo".
"Olha, em nenhum momento eu citei o nome do Guilherme Boulos", disse o prefeito em participação no UOL Entrevista, comandado pelos colunistas do UOL Diogo Schelp e Leonardo Sakamoto. No primeiro turno, o tucano conseguiu 32,85% dos votos, contra 20,24% do psolista.
Se quando eu falo que a cidade de São Paulo não quer radicalismos ele acaba achando que estamos falando dele [Boulos], é um problema para ele resolver. Nós vamos buscar, nesse segundo turno, o voto de todo mundo, ninguém é dono de voto na cidade de São Paulo.
Bruno Covas hoje
Ontem, o prefeito agradeceu a "espetacular vitória no primeiro turno' após o anúncio do resultado das urnas na capital, No diretório estadual do PSDB, criticou o que chama de "radicalismo" na campanha e sugeriu que a imprensa interpretasse a quem se referia quando foi perguntado se falava sobre o adversário no segundo turno.
A esperança venceu os radicais no primeiro turno e vai vencer os radicais no segundo turno."
Bruno Covas ontem
Boulos, que se projetou à frente do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), interpretou que o "radicalismo" foi direcionado a ele. E respondeu, também na noite de ontem, em sua casa, no Campo Limpo, que radicalismo é a maior cidade do país ter pessoas morando nas ruas e caçando comida em lixeiras.
Radicalismo é o abandono do povo em uma cidade como São Paulo. O que está em jogo no segundo turno é se vai vencer a mesmice, os mesmos de sempre, que mandaram a cidade para o abismo em que estamos hoje, ou a esperança, um projeto de futuro."
Guilherme Boulos, em resposta a Covas, ontem
Hoje, Boulos voltou a criticar a fala de seu adversário e o acusou de "mudar o discurso de acordo com os ventos para tentar ganhar votos"
Esse discurso de me chamar de extremista, de radical é o discurso do bolsonarismo, é o discurso do ódio. Que o Bruno Covas tenha aderido a isso por conveniência eleitoral só o diminui."
Guilherme Boulos, hoje, em nova resposta a Covas
Ponto de vista 'pequeno' de Bolsonaro
O discurso oficial entre integrantes da campanha tucana é que o prefeito, ao falar em "vencer os radicais", sinaliza que não vai vestir o figurino bolsonarista no segundo turno. O tucano definiu o apoio de Bolsonaro como um mau negócio, reforçando o interesse da população no currículo, e não nos "padrinhos" dos candidatos.
Mais uma vez a população refutou eleger este ou aquele nome simplesmente porque tem o apoio deste ou daquele político. A população queria saber exatamente quem eram os candidatos, foi buscar saber e conhecer mais", disse Covas em participação no UOL Entrevista.
Covas também disse estar focado no seu "jeito de fazer política", buscando formar uma frente diversa e plural, e comemorou o fato de ter sido o candidato mais votado em todas as regiões da capital paulista.
"Fico muito feliz de ter sido o prefeito mais votado em todas as zonas eleitorais da cidade de São Paulo, desde o extremo sul, em Parelheiros, até o Jaraguá; desde o Butantã até Guaianases. É o que mostra o sucesso que foi ter governado para todos na cidade de São Paulo", defendeu.
*Colaboraram com esta cobertura Anaís Motta e Douglas Porto, do UOL, em São Paulo
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