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PT formaliza apoio ao PSOL no segundo turno: "Agora é Boulos"

Guilherme Boulos (esq.) e Jilmar Tatto (dir.) se cumprimentam após reunião em que o PT formalizou apoio ao PSOL para o segundo turno das eleições - Marcelo Oliveira/UOL
Guilherme Boulos (esq.) e Jilmar Tatto (dir.) se cumprimentam após reunião em que o PT formalizou apoio ao PSOL para o segundo turno das eleições Imagem: Marcelo Oliveira/UOL

Marcelo Oliveira

Do UOL, em São Paulo

17/11/2020 20h01Atualizada em 17/11/2020 20h49

Com a presença de Jilmar Tatto e de lideranças municipais, o Partido dos Trabalhadores formalizou hoje o apoio ao psolista Guilherme Boulos no segundo turno das eleições municipais em uma reunião realizada em um hotel do centro de São Paulo.

Após declaração de apoio de nomes do Partido dos Trabalhadores como os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e do ex-prefeito Fernando Haddad, o partido formalizou hoje em reunião a campanha "Agora é Boulos".

A ideia é disseminar o slogan entre a militância petista e tornar Guilherme Boulos e suas propostas mais conhecidas da população de São Paulo.

O primeiro ato de Boulos e Tatto juntos nas ruas de São Paulo será uma caminhada que está marcada para amanhã, às 10h, no Largo do São Bento. Também participará do evento Orlando Silva (PCdoB), que, como o PT, anunciou apoio a Boulos.

Pela manhã, o apoio anunciado ontem pelo PT e reiterado por Lula já rendeu efeitos visíveis em evento de campanha do PSOL. A quantidade de pessoas ao redor do candidato já é superior à presente na maior parte das caminhadas ao longo do primeiro turno.

Boulos não confirma nem desmente PT no governo

Perguntado se o PT participará diretamente de sua gestão, caso eleito, Boulos disse que o "encontro de hoje foi de campanha, não de governo", mas depois, sem citar partidos, disse que "ninguém governa São Paulo sozinho" e que deverá governar com "amplo campo de partidos e forças sociais".

"Ao contrário do Bruno eu vou levar meus apoiadores para a TV", disse Boulos, que nos debates insiste que Covas esconde que foi vice de João Doria (PSDB). "Ele tem medo que São Paulo perceba que ele está na Prefeitura porque o Doria abandonou a Prefeitura", disse Boulos.

Nem Boulos nem o PT confirmaram se haverá participação de Tatto e outras lideranças do PT no horário eleitoral. Entre as coordenações, havia dúvidas se é possível participação de políticos de outros partidos no horário eleitoral.

Horário eleitoral

Hoje no UOL, Boulos afirmou que as conversas sobre os programas de TV ainda estão em curso, mas que tem conversado com partidos para construir uma "frente de lideranças progressistas.

"Estamos fazendo a costura. Essa frente vai ser lançada amanhã. Não adiantei porque quero expressar com todos os nomes que temos conversado se manifestando", disse hoje no final da manhã a Diogo Schelp e Leonardo Sakamoto.

Para Tatto, o foco do uso do tempo deve ser em Guilherme Boulos e suas ideias.

"Ele tem que se tornar mais conhecido e mostrar mais preparado que o Bruno [Covas]", disse.

Além do PT, Carlos Lupi, presidente do PDT, Ciro Gomes e Antonio Neto, vice na chapa de Márcio França (PSB), também defendem o apoio ao candidato do PSOL contra o atual prefeito Bruno Covas. A decisão final ficará a cargo de França, que terminou em terceiro lugar com 13,64% dos votos válidos no primeiro turno.

Legislação

Especialistas em direito eleitoral divergem sobre a possibilidade de participação de filiados de outros partidos no horário eleitoral no segundo turno.

O artigo da lei eleitoral que fala sobre o horário eleitoral menciona que apoios são possíveis desde que limitados a 25% do tempo no horário eleitoral.

Contudo, o primeiro parágrafo do artigo diz que no segundo turno "não será permitida" a participação de políticos filiados a partidos que tenham formalizado apoio a outros candidatos. O texto não deixa claro, contudo, quando o apoio deveria ser formalizado, se desde o primeiro turno ou para o segundo turno.