Em agenda com PT, Erundina volta às origens e visita 4 favelas em 3 horas
Enquanto Guilherme Boulos (PSOL) gravava os últimos programas do horário eleitoral, sua candidata a vice, a deputada federal Luiza Erundina (PSOL), 85, percorria, em três horas e meia, quatro favelas na Vila Prudente e em Sapopemba, na zona leste da cidade, acompanhada de políticos e militantes do PT.
A agenda foi acompanhada pelo ex-deputado estadual Adriano Diogo, pelo vereador Antônio Donato, pelo ex-vereador Chico Macena e por assessores da vereadora Juliana Cardoso, além de candidatos a vereador do PT não-eleitos.
No caminho, estavam pontos importantes para o início da carreira político-partidária de Erundina, iniciada em 1982, quando se elegeu vereadora pelo PT, depois de anos como assistente social em favelas como a da Vila Prudente, onde encontrou seu Euclides, de 101 anos, que conhecia dessa época.

Lembrada especialmente pelos mais velhos, discursou para os negros e moradores das favelas, sempre ressaltando a biografia de Boulos e sua militância no MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
"Chega de Bruno Covas e das covas da pandemia", puxava Adriano Diogo, do carro de som. Em virtude do Dia da Consciência Negra, celebrado hoje, ela dizia: "Nós, brancos, devemos pedir perdão pelos crimes cometidos contra os negros desse país".
De olho em ganhar os votos dos ausentes no último dia 15, que representaram cerca de 30% na capital, Erundina defendia que idade não representa fraqueza, doença ou defeito e que, devidamente protegidos, os idosos devem votar, pois o processo é seguro.

As favelas visitadas tinham casas com adesivos do candidato Jilmar Tatto e de candidatos a vereadores da PT. A recepção a Erundina foi calorosa, com crianças, adultos e idosos pedindo material de campanha. No final de semana antes do primeiro turno, o petista sentiu um certo desprezo nos eventos públicos.
Tulza Cavalcanti, 70, estava como voluntária ajudando a candidata. Ela sempre votou no PT e diz sonhar um dia ver Boulos na Presidência. Mas torce antes para que ele seja eleito e fique até o fim do mandato. "Ele não pode fazer o que os outros fazem", disse.
Na Favela da Estação, foi a vez da cobradora aposentada Maria de Lourdes Marques Cavalcante, 60, dizer que repetiria o voto que deu a Erundina em 1988.
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