Carlos Bolsonaro e Fábio Faria ironizam Bonner após correção diante de Lula
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o ministro das Comunicações, Fábio Faria (PL), criticaram hoje o apresentador do JN (Jornal Nacional) William Bonner por fala sobre o valor de R$ 6,2 bilhões devolvidos à Petrobras após a criação de delações premiadas na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
"Antes de encerrar, eu preciso fazer uma correção, eu cometi um erro aqui. Eu me referi ao dinheiro devolvido à Petrobras como US$ 6,2 bilhões de dólares; não foram em dólares, foram em reais", retratou-se o jornalista. Ele havia começado a entrevista com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência da República, afirmando que o petista não tem pendências com a Justiça.
Por meio de seu perfil no Twitter, o filho do presidente Jair Bolsonaro ironizou as declarações de Bonner. "Agora está tudo resolvido e a verdade restabelecida!", escreveu Carlos.
Faria disse que Bonner "atropela" o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). "Ele faz campanha escancarada para Lula na bancada do Jornal Nacional e não se afasta 90 dias antes da eleição, como manda a Lei Eleitoral, para poder participar ativamente da campanha petista", afirmou o ministro.
"Foi desrespeito à Lei Eleitoral o que se viu no JN. A Globo não pode dar tratamento diferenciado aos candidatos no período eleitoral. Bonner foi advogado de defesa de Lula ontem. Lamentável."
Petrobras recuperou R$ 6,17 bi
A PF (Polícia Federal) estimou, em novembro de 2015, perdas de R$ 42,8 bilhões na Petrobras com irregularidades investigadas pela agora extinta operação Lava Jato, cuja força-tarefa revelou esquema que envolvia licitações fraudulentas com empreiteiras e propinas para funcionários da empresa, além do financiamento de campanhas de partidos políticos como PT, PP e MDB.
À época, a companhia declarou rombo de R$ 6,2 bilhões.
Ao UOL, a estatal relatou, em nota, a devolução de R$ 6,17 bilhões em decorrência de acordos de colaboração, leniência, repatriações e renúncias até o fim de 2021. Só em 2021, cerca de R$ 1 bilhão foi recuperado, segundo a companhia, por meio do acordo de leniência firmado com a atuação conjunta entre o MPF (Ministério Público Federal), a CGU (Controladoria-Geral da União) e a AGU (Advocacia-Geral da União).
"A companhia reafirma seu compromisso de adotar as medidas cabíveis, em busca do adequado ressarcimento dos prejuízos decorrentes que lhes foram causados. A Petrobras atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 31 ações de improbidade administrativa em andamento, além de ser assistente de acusação em 85 ações penais relacionadas a atos ilícitos investigados pela operação Lava Jato", disse a estatal.
Lula admite corrupção e critica Lava Jato
Durante a entrevista ao JN, o ex-presidente admitiu que houve casos de corrupção na empresa, mas criticou o modelo de investigação usado pela Lava Jato para apurar as irregularidades na estatal. Na avaliação do petista, os delatores da operação "ficaram ricos" por causa das confissões.
"Você não pode dizer que não houve corrupção, se as pessoas confessaram. O que é mais grave é que as pessoas confessaram e por conta de as pessoas confessarem, ficaram ricos por conta de confessar. Ou seja, foi uma espécie de uma delação premiada, você não só ganhava liberdade por falar o que queria ao Ministério Público, como ganhava metade do que você roubou. Ou seja, o roubo foi oficializado pelo Ministério Público, o que eu acho uma insanidade."
O petista afirmou que a corrupção só veio à tona porque os governos petistas incentivaram os mecanismos de transparência, como a criação da Lei de Acesso à Informação e do Portal da Transparência.
"A corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada. Foi no meu governo que a gente criou o Portal da Transparência, que a gente colocou a CGU para fiscalizar, que a gente criou a Lei de Acesso à Informação, que a gente criou a Lei Anticorrupção. O Ministério Público era independente, e a PF recebeu do meu governo mais liberdade do que em qualquer outro momento da história. Se alguém comete erro, investiga-se, apura, julga, condena ou absolve, e está resolvido o problema. O que foi o equívoco da Lava Jato? É que a Lava Jato enveredou por um caminho político delicado", disse Lula.
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