Apoiadores vaiam STF após Bolsonaro dizer que sabem como a Corte funciona
Manifestantes que estavam presentes durante a comemoração do Dia da Independência vaiaram depois que o presidente Jair Bolsonaro (PL) citou nominalmente o STF (Supremo Tribunal Federal) em seu discurso, em Copacabana, zona sul do Rio, nesta quarta-feira (7).
Sabemos como funcionam o Supremo Tribunal Federal. Hoje vocês sabem como é difícil como presidente da República estar defendendo algo que é mais importante que a nossa vida, que é a nossa liberdade.
Bolsonaro, em meio a vaias
Em Brasília, ao falar pela manhã a apoiadores de cima de um carro de som bancado pelo agronegócio, Bolsonaro também se limitou a dizer que "todos sabem" o papel do STF, deixando para seus apoiadores as críticas à Corte. No local, assim como ocorreria no Rio à tarde, os manifestantes vaiaram ao ouvir o nome do tribunal.
"Todos sabem quem é o Poder Executivo, todos sabem o que é Câmara dos Deputados, todos sabem o que é o Senado Federal, e também todos sabem o que é o Supremo Tribunal Federal", disse Bolsonaro em Brasília.
No Rio, após uma motociata que saiu do Aterro do Flamengo e durou cerca de 40 minutos, o presidente Bolsonaro chegou à praia de Copacabana por volta das 14h40 para acompanhar o tributo cívico-militar em homenagem ao Dia da Independência.
No palco montado próximo ao Forte de Copacabana, Bolsonaro esteve ao lado do governador do Rio e candidato à reeleição, Cláudio Castro (PL); dos deputados federais Daniel Silveira (PTB-RJ) e Clarissa Garotinho (União Brasil-RJ) —ambos postulantes ao Senado, porém Silveira teve a candidatura barrada pelo TRE-RJ —; do candidato a vice-presidente Braga Netto (PL) e do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que tenta uma vaga de deputado federal pelo PL.
Além dos candidatos, também estavam na tribuna do Rio o empresário Luciano Hang, o humorista Castrinho e ministro da Defesa, Paulo Sérgio.
Apesar de ataques, fala de Bolsonaro não surpreende STF
O discurso de Bolsonaro, as faixas e gritos de apoiadores contra o Supremo Tribunal Federal não surpreenderam ministros da Corte, que davam como certo que o tribunal seria mencionado e criticado por manifestantes na Esplanada dos Ministérios.
Integrantes do tribunal ouvidos pela reportagem reservadamente afirmaram que não se surpreenderam com o discurso de Bolsonaro e que a manhã transcorreu no tribunal sem sobressaltos.
Como mostrou a colunista do UOL Carolina Brígido, um ministro e ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) afirmam que, embora a fala de Bolsonaro não surpreenda em seu teor, ela pode configurar abuso de poder, prática irregular que pode levar à cassação da chapa e perda de mandato.
Isso porque, segundo os magistrados, Bolsonaro fez uso de um evento oficial em que deveria participar como presidente da República para discursar como candidato à reeleição.
Campanhas adversárias preparam ofensiva contra Bolsonaro no TSE
Dia tranquilo no STF
O UOL apurou que o STF não registrou ocorrências significativas envolvendo a segurança do tribunal. Ontem, a Corte foi pega de surpresa com a informação de que Bolsonaro teria autorizado a entrada de caminhões na Esplanada — os veículos foram barrados do Plano Piloto de Brasília como medida de segurança. Durante a noite, o governo do Distrito Federal reforçou que a proibição continuaria válida.
A segurança do tribunal foi reforçada para o 7 de Setembro. O efetivo deslocado foi 70% maior que o ano anterior, além de terem sido montadas barreiras, inclusive antidrones, contra invasões de manifestantes.
Até a localização dos ministros foi um mistério: por motivos de segurança, não foi revelado onde cada um dos magistrados ficou durante o feriado. A única exceção é a ministra Cármen Lúcia, que registrou em agenda pública que estaria em uma palestra na cidade do Porto, em Portugal. Todos os magistrados, porém, tiveram a segurança reforçada.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), outro alvo preferencial de críticas de bolsonaristas, também não registrou ocorrências durante o feriado.
Ministros evitam citar Bolsonaro
Entre os ministros que se manifestaram publicamente no feriado, nenhum deles mencionou o presidente Jair Bolsonaro ou os atos organizados pelo presidente.
Pelo Twitter, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE e o principal alvo dos ataques dos bolsonarista, disse que o bicentenário da Independência marca o início?
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