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Bolsonaro volta a dizer que é 'imbrochável', nega machismo e ataca Lula

Do UOL, em São Paulo

08/09/2022 19h53Atualizada em 08/09/2022 20h40

O presidente Jair Bolsonaro negou hoje ter feito ameaças ou tido atitudes machistas durante atos no 7 de Setembro deste ano. Em transmissão ao vivo, o presidenciável retomou o assunto de ser "imbrochável". Além disso, a menos de um mês das eleições, atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro afirmou que os pronunciamentos feitos em Brasília e no Rio de Janeiro ontem "não deram 30 minutos". "Qual foi a ameaça? Falei o nome de algum ministro do Supremo? Falei em Tribunal Superior Eleitoral? Que ameaça? Que machismo, meu Deus do céu?", questionou.

O presidente foi acusado de fazer falas machistas ao puxar um coro de "imbrochável" e comparar a esposa, Michelle Bolsonaro, a outras primeiras-damas no discurso ontem em Brasília.

"Imbrochável quer dizer que eu resisto, não vou dar pra trás, vou reagir, como temos que reagir a tudo", afirmou.

Bolsonaro, então, leu uma notícia sobre problemas de ereção atingirem 70% dos homens da idade dele e, rindo, respondeu: "Eu estou nos 30%, tá ok? Não tem nada de machismo aqui não". O presidente também atacou a imprensa e a chamou de "porca".

Nos discursos de ontem, Bolsonaro evitou agredir verbalmente outros poderes e instituições, como fez no 7 de Setembro do ano passado. Mesmo assim, citou o STF (Supremo Tribunal Federal) e reclamou a apoiadores que "hoje vocês sabem como é difícil como presidente da República estar defendendo algo que é mais importante que a nossa vida, que é a nossa liberdade". A plateia vaiou o Supremo.

"Alguém acha que o Lula vai ganhar a eleição?", perguntou Bolsonaro. Exaltado, o presidente repercutiu pesquisas eleitorais que apontam preferência pelo petista. "Esse cara tem 40% de intenção de voto? [...] Alguém acredita que em eleições limpas, o Lula ganha? Olha o que o Lula fez".

Pareceu não lembrar o nome de Soraya Thronicke (União Brasil). Ao questionar onde estavam os demais presidenciáveis no 7 de Setembro, Bolsonaro aparentou ter "esquecido" o nome da senadora Soraya.

"Onde foi o Lula? Ele podia ter ido na [Avenida] Paulista, está em lua de mel ainda. O Ciro Gomes onde foi? A Simone Tebet, a senhora outra lá nem sei o nome dela aí, uma outra que se elegeu que se elegeu usando meu nome em 2018. Não compareceram em lugar nenhum", criticou.

Bolsonaro disse que chamou os 8 empresários acusados de golpismo para assistir aos desfiles da data da Independência. "Convidei os oito, acho que quatro compareceram. Fiquei muito feliz de conversar com eles, antes haviam tomado um café comigo aqui e com 100 pessoas aproximadamente", afirmou. Luciano Hang, dono das lojas Havan, compareceu tanto em Brasília quanto em Copacabana, no Rio.

"Convidei todas as autoridades de Brasília", afirmou Bolsonaro para se blindar de críticas de tensão com os demais poderes. "Por exemplo, do Supremo Tribunal Federal convidamos 11 ministros. Convidamos chefes de outros poderes, convidamos todo mundo. Não estava proibido ninguém de não ir nesse evento", disse.

Live todo dia. O presidenciável e candidato à reeleição, falou que, quando estiver "a 10 dias das eleições", pretende fazer lives todos os dias para fazer "um horário eleitoral gratuito".

Assim como fez hoje. Novamente, Bolsonaro aproveitou o fim da live para promover seus candidatos ao redor do Brasil, mostrando fotos, apontando números e citando os nomes dos postulantes.

Ao encerrar a transmissão, o presidente agradeceu e falou "let's go" (vamos lá, em tradução livre). Olhando o relógio, Bolsonaro demonstrou irritação por ter estendido a live, que nos últimos dois meses tem sido mais breve: "1h10, né?".