Quem são os candidatos a senador pelo Paraná em 2022
Os eleitores do Paraná têm dez nomes à disposição nas eleições de 2022 na disputa por uma das três vagas ao Senado. A concorrência reúne veteranos, a exemplo de Alvaro Dias (Podemos), que tenta reeleição ao quinto mandato no cargo, além de novatos, como é o caso do ex-juiz Sergio Moro (União), que busca capitalizar o eleitorado simpatizante da Operação Lava Jato.
O vencedor terá um mandato de oito anos e se juntará a Flávio Arns (Podemos) e Oriovisto Guimarães (Podemos), eleitos em 2018 para as outras duas vagas do Senado pelo Paraná. Ambos surpreenderam ao derrotarem nomes conhecidos da política local, como os ex-governadores Roberto Requião, então MDB, e Beto Richa (PSDB).
Para 2022, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná deferiu todas as candidaturas, totalizando 10 concorrentes, seis a mais em relação a 2018.
Abaixo, conheça os candidatos ao Senado pelo Paraná por ordem alfabética.
Aline Sleutjes (PROS)
Eleita deputada federal na onda bolsonarista de 2018, Aline Sleutjes tem 43 anos e é formada em Educação Física.
A parlamentar tem como reduto político a cidade de Castro, nos Campos Gerais do Paraná. A região é conhecida pelo forte desenvolvimento agronômico, o que influencia na bandeira de luta dela na Câmara, sendo membro da bancada ruralista.
Antes de ser deputada, Aline foi vereadora em Castro, elegendo-se nos pleitos de 2004, 2012 e 2016. Na Câmara dos Deputados, em Brasília, a parlamentar ocupou os cargos de vice-líder do PSL, partido no qual se elegeu. Após a legenda se unir ao DEM, Aline mudou para o PROS, chegando a ser escolhida líder da bancada do partido no parlamento.
A deputada tem um patrimônio declarado à Justiça Eleitoral que soma R$ 457.425.
Alvaro Dias (Podemos)
Político mais experiente na disputa pelo Senado, Alvaro Dias tem graduação em História pela UEL (Universidade Estadual de Londrina). Ele é natural de Quatá (SP), mas construi sua carreira política no Paraná.
Ele já foi vereador de Londrina, deputado estadual, deputado federal e governador do Paraná. Para o Senado, venceu as eleições em 1982, 1998, 2006 e 2014.
Aos 77 anos, Alvaro está no Podemos desde 2017. Em 2018, disputou a Presidência da República. Foi o senador, inclusive, que inseriu Sergio Moro — seu principal oponente na disputa pela vaga — na política, quando convidou o ex-juiz para se filiar ao partido para lançá-lo ao Planalto.
Ele acumula patrimônio de R$ 2.220.952,16.
Desiree (PDT)
Eneida Desiree é mestre e doutora em Direito do Estado, sendo atualmente professora na UFPR (Universidade Federal do Paraná). Tem como principais temas de pesquisa a representação feminina na política.
Aos 47 anos, a professora concorre a um cargo eletivo pela primeira vez após se filiar em 2021 ao PDT. A candidata do campo progressista tem R$ 205.577,87 em patrimônio declarado à Justiça Eleitoral.
Dr. Saboia (PMN)
Natural de Rio Negro (PR), o médico Carlos Eduardo Saboia Gomes está em sua quinta disputa eleitoral. Ele tem 75 anos e acumula mais derrotas do que vitórias em sua carreira política eleitoral.
Em 2006 perdeu para deputado federal, venceu para vereador de Maringá em 2008, mas acabou derrotado para o mesmo cargo municipal em 2012 e 2016. Todas as disputas se deram pelo mesmo partido, o PMN. Seu patrimônio soma R$2.027.852,03.
Laerson Matias (PSOL)
Aos 59 anos, o bancário Laerson Matias está em sua terceira disputa eleitoral. Perdeu para deputado estadual em 2006 e para vereador em Cascavel (PR), em 2016.
Conhecido no meio sindical do Paraná, o pessolista é vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Cascavel, cidade onde vive desde 1985. Ele é natural de São Miguel do Oeste (SC).
O patrimônio declarado do concorrente ao Senado é de R$ 858.249,55.
Orlando Pessuti (MDB)
Na política desde 1983, Orlando Pessuti tem 69 anos. Nascido em Apucarana (PR), é graduado em Medicina Veterinária pela UFPR.
Foi deputado por cinco mandatos, entre 1983 e 2022. Também exerceu o cargo de vice-governador enquanto Roberto Requião comandou o estado, no período de 2003 a 2010.
Com a renúncia de Requião para disputar o Senado, governou entre abril de 2010 a janeiro de 2011. Ambos romperam politicamente naquele mesmo ano após Pessuti abrir mão de eventual candidatura ao governo do Paraná para apoiar Beto Richa (PSDB), que acabou eleito. Tem um patrimônio de R$ 3.908.867,81.
Paulo Martins (PL)
O jornalista Paulo Martins tem 41 anos, nasceu em Presidente Prudente (SP) e se apresenta como o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Atualmente deputado federal, ganhou notoriedade ao virar comentarista da Rede Massa, afiliada do SBT no Paraná. A empresa é de propriedade da família do governador Carlos Massa Ratinho Jr (PSD), que concorre à reeleição.
Virou suplente de deputado federal em 2015, assumindo o cargo em 2016. Foi reeleito em 2018, tendo como bandeira pautas conservadoras nos costumes. Ele acumula um patrimônio de R$ 302.990.
Roberto França da Silva Junior (PCO)
O professor do ensino médio e superior Roberto França da Silva Junior, do PCO, tem 45 anos, e é outro estreante em uma disputa eleitoral.
Ele é graduado em Geografia pela UNESP (Universidade Estadual Paulista) e tem como foco de pesquisa geopolítica e economia política, e ainda atua como redator no Jornal Causa Operária e como colunista no Diário Causa Operária.
O professor tem um patrimônio de R$ 283.083,40
Rosane Ferreira (PV)
A vereadora de Araucária (PR), Cleusa Rosane Ferreira, de 59 anos, é enfermeira graduada pela PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), e concorre pela primeira vez ao Senado.
Atuante em questões de saúde coletiva na rede pública, foi eleita deputada estadual em 2006 e deputada federal em 2010. Em 2014, se candidatou a vice-governadora na chapa encabeçada por Roberto Requião, mas ambos perderam para Beto Richa — que conquistou um segundo mandato.
A parlamentar municipal também perdeu três eleições para prefeitura de Araucária, em 2004, 2008 e 2016. No pleito de 2022, ela declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 362.852,04.
Sergio Moro (União)
Ex-juiz da Justiça Federal, Sergio Fernando Moro, de 50 anos, é o candidato que atualmente aparece logo atrás de Alvaro Dias, seu ex-padrinho político.
Moro ganhou notoriedade em 2014, quando passou a analisar os casos em primeira instância decorrentes da Operação Lava Jato, na 13ª Vara Federal de Curitiba. Ele também exerceu o cargo de professor de Direito na UFPR, onde se tornou mestre e doutor na área.
Em 2019, deixou a magistratura após 22 anos para assumir o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do presidente Jair Bolsonaro. Moro ficou até 2020, quando pediu para sair da pasta após acusar o mandatário de interferência no comando da PF (Polícia Federal).
Moro ainda protagonizou embates públicos e jurídicos com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem condenou em processos na Lava Jato. Suas sentenças contra o petista, contudo, acabaram anuladas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) após a 13ª Vara de Curitiba ser declarada incompetente para analisar os casos e em razão de sua parcialidade nas análises dos casos depois do vazamento de conversas com membros da força-tarefa da operação.
Chamado de traidor por bolsonaristas e odiado por petistas, Moro busca vencer Alvaro Dias através do capital político adquirido pelos simpatizantes da Lava Jato.
Para a Justiça Eleitoral, Sergio Moro declarou patrimônio de R$ 1.589.369,00.
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