Leia a íntegra do debate presidencial no SBT
O segundo debate entre candidatos à Presidência da República nas Eleições 2022 aconteceu neste sábado (24) e foi realizado por SBT, CNN Brasil, Veja, O Estado de S. Paulo, Nova Brasil FM e Terra. Participaram do debate Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União), Felipe D'Avila (Novo) e Kelmon Souza (PTB), o Padre Kelmon.
A ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e críticas ao governo de Jair Bolsonaro foram os principais assuntos do primeiro bloco.
No segundo bloco, as críticas a Bolsonaro ganharam mais destaques, protagonizados pelas mulheres, Simone e Soraya. Bolsonaro e Kelmon fizeram dobradinhas ideológicas.
No terceiro bloco, o tema da corrupção não teve Lula como principal alvo —e sim Bolsonaro. O que gerou defesa de Kelmon. No quarto e último bloco, Bolsonaro e Kelmon voltaram a falar dos mesmos assuntos, em concordância.
Leia aqui a íntegra debate no SBT:
[Carlos Nascimento]: Estamos de volta com o debate entre os candidatos à presidência da república promovido pelo pool de veículos de comunicação que reúne SBT, CNN Brasil, Terra, Nova Brasil, Estadão, Eldorado e Veja. Você pode acompanhar o debate também pelo celular no YouTube da CNN, do SBT e do SBT News, da Rádio Eldorado e rádio Nova Brasil, além dos sites de Veja, Estadão e Terra. Bem, vamos agora, antes de iniciar as normas do bloco e chamar o próximo, os participantes, eu queria informar ao candidato Bolsonaro que o direito de resposta por... pela resposta na réplica da candidata Soraya ao candidato Felipe D'Avila foi concedido, o senhor tem um minuto para se expressar.
[Jair Bolsonaro]: Primeiramente, as duas senadoras aqui presentes votaram para derrubar o veto do dito orçamento secreto.
[Simone Tebet]: Não é verdade.
[Soraya Thronicke]: Não é verdade.
[Carlos Nascimento]: Por favor, o direito de resposta foi concedido e eu peço que os senhores respeitem.
[Jair Bolsonaro]: A senadora Soraya, em matéria aqui de quase toda a imprensa, ela fez uso de 114 milhões do dito orçamento secreto. Esse orçamento é privativo do parlamento brasileiro. Nós apenas executamos. Eu não posso indicar tantos milhões pra fazer tal obra em tal local. Quem indica são deputados e senadores.
[Soraya Thronicke]: Eu quero direito de resposta, mediador.
[Jair Bolsonaro]: Vamos lá. Sobre a deputada... senadora Soraya, a senhora não me elegeu, não. Todo o seu material de campanha, quer seja santinhos e vídeos, tá escrito lá "a candidata do Bolsonaro", a senhora foi uma estelionatária pela ocasião das eleições. No tocante a Viagra e Cialis—
[Soraya Thronicke]: Eu quero direito de resposta.
[Carlos Nascimento]: Por favor. Conclua, por favor, candidato.
[Jair Bolsonaro]: No tocante a Viagra e Cialis, é medicamento cujo efeito colateral é combater a disfunção erétil. Isso é usado por todos os médicos do Brasil, até a senhora governadora do Rio Grande do Norte comprou.
[Carlos Nascimento]: Tempo esgotado. Por favor, tempo esgotado. Eu gostaria de pedir a todos os participantes que quando houver o direito de resposta, ele seja respeitado, para que o candidato possa se expressar livremente, não é? Se alguém não gostou, faz também o seu pedido de resposta, e se for aprovado. Temos dois pedidos de direito de resposta, da candidata Soraya e da candidata Simone. Muito bom. Vamos agora a este bloco e às suas normas. Neste segundo bloco, os jornalistas fazem perguntas. Os jornalistas que representam o pool escolherão dois candidatos: um para responder e outro para comentar. O candidato que responder à pergunta tem direito a réplica. As perguntas terão 30 segundos. As respostas, um minuto e meio. Comentários, 45 segundos. Réplicas, o mesmo tempo. Cada candidato será chamado uma vez para responder e uma vez para comentar. Eu lembro que o candidato que se sentir ofendido poderá pedir direito de resposta, como foi concedido agora há pouco. Uma equipe formada por advogados e jornalistas do pool irá avaliar se houve a ofensa. Em caso afirmativo, o candidato ofendido ganhará o direito de resposta no tempo de um minuto. Você vê aí um púlpito vazio, é do candidato Lula, do PT, que foi convidado, mas não quis participar do debate. Agora vamos a perguntas de jornalistas e os comentários. A primeira pergunta é do jornalista Márcio Gomes, da CNN Brasil. Boa noite, Márcio, pode escolher o candidato a quem você dirige a sua pergunta e aquele que fará o comentário.
[Márcio Gomes]: Boa noite, Nascimento, boa noite a todos. A minha pergunta é pro candidato Jair Bolsonaro e com comentário de Ciro Gomes. Candidato, o Brasil assistiu... Aqui, aqui, presidente. O Brasil assistiu nesse seu mandato vários atritos, vários conflitos entre o senhor e o Supremo Tribunal Federal. O senhor chama o Supremo de... que está sendo feita uma politização da corte, de extremo ativismo judicial. O senhor já indicou dois ministros para o Supremo, se for reeleito vai poder indicar outros dois ministros. Eu pergunto o que o eleitor deve esperar dessas novas indicações que vier a fazer se for reeleito, e mais: se pensa, no novo mandato, em propor mudanças no funcionamento e também na composição do Supremo.
[Jair Bolsonaro]: A judicialização feita contra o Executivo é clara, quase toda semana tem algo contra o Executivo. Uma das últimas decisões na questão dos decretos, onde nós decidimos reduzir o IPI para aproximadamente quatro mil produtos no Brasil. Esse decreto demorou a entrar em vigor, depois de várias reedições, por quê? Um ministro achava que certos produtos não deveriam ter o IPI reduzido. Outra questão, sobre decreto de armas. É privativo lá do Congresso Nacional discutir e anular ou não decretos do presidente da República. Partidos políticos sem qualquer representação, em vez de entrar com projeto de Decreto Legislativo para derrubar o decreto presidencial, se socorre diretamente ao Supremo, e lá em pouquíssimos dias, às vezes horas, toma-se uma decisão de forma monocrática, uma decisão que é parte de uma regulamentação de uma lei votada na Câmara e no Senado. Então, essa questão realmente é grave. Atrapalha o desenvolvimento do Executivo. O Supremo Tribunal tem que se preocupar, basicamente, com questões de constitucionalidade, e deixar o governo ir para frente. Tenho certeza que numa possível reeleição indicaremos mais dois desse perfil.
[Carlos Nascimento]: Comentário, por favor, do candidato Ciro.
[Ciro Gomes]: Meu irmão, minha irmã, vocês estão vendo a coisa descambando pra cá, e eu fico pensando em você. Sabe o que está acontecendo no Brasil? Uma espécie de baderna institucional, por falta de autoridade. Deixa eu explicar um pouco para vocês por que a intrusão do Supremo aqui e ali, que é uma coisa que nós não entendemos. Como é que se entende, por exemplo, que só se descobriu que o Lula não era de ser julgado em Curitiba cinco anos depois? Sabe, isso ninguém entende. Mas a gente tem que respeitar porque é a última palavra num estado direito democrático. Mas sabe qual é o problema? O problema é que as pessoas que estão ocupando a presidência da República nos últimos anos têm contas com a Justiça, esse é o problema. E perdem completamente a autoridade para enfrentar. O filho do Lula foi acusado, os filhos do Bolsonaro acusados, ambos dependem da boa vontade do juiz, que não julga nunca.
[Carlos Nascimento]: A réplica do candidato Bolsonaro.
[Jair Bolsonaro]: Prezado Ciro, não procede, eu não devo nada para a Justiça, Ciro. Eu quando assinei o indulto do Daniel Silveira, disseram que eu havia comprado uma briga com o Supremo. Se fosse para defender o meu filho, ficaria quieto, mas não vou trair a minha consciência. O Supremo não é um poder que está imune a críticas, eles fazem muita coisa errada, não é pouca não. Ciro, se coloca no meu lugar, governar o país com o ativismo judicial como existe no Supremo Tribunal Federal. Tenho certeza, caso reeleito, indicarei mais dois para o Supremo, com quatro pessoas lá dentro pensando em prol do Brasil, o Supremo mudará a forma de agir, não mais interferirá tanto na vida de todos nós.
[Ciro Gomes]: Eu quero explicar—
[Carlos Nascimento]: Por favor.
[Ciro Gomes]: Tréplica.
[Carlos Nascimento]: Não.
[Ciro Gomes]: É sim senhor.
[Carlos Nascimento]: Agora já é a próxima pergunta. O senhor já fez o comentário.
[Ciro Gomes]: Desculpa.
[Carlos Nascimento]: Obrigado. Agora é a vez do jornalista Diego Amorim, da rádio Nova Brasil. Boa noite, Diego, a quem você pergunta e quem comenta?
[Diego Amorim]: Boa noite, a minha pergunta é para a candidata Simone Tebet, com o comentário do candidato Jair Bolsonaro.
[Carlos Nascimento]: OK.
[Diego Amorim]: Candidata, recentemente o presidente Bolsonaro ao tratar da questão da fome, ele disse exatamente o seguinte, "tem gente passando fome? Tem, mas não tem esse número todo. E mais, não tem ninguém na padaria pedindo para você comprar um pão, isso não existe, fome no Brasil, fome para valer não existe da forma como é falado". Candidata, um milhão, ou milhões de pessoas, fato é que tem muita gente nos acompanhando na TV que só quer acabar esse debate e procurar alguma coisa para comer na geladeira. O que a senhora tem a dizer para esse eleitor?
[Simone Tebet]: Lamentável nós termos um presidente insensível, que não conhece a realidade no Brasil. Como eu disse, ele não está preparado para governar o Brasil porque ele não trabalha, ele fica de moto, de jet ski, dizendo que ninguém passa fome. Eu tenho andado o Brasil, sabe por que eu sou candidata à presidência da República? Porque eu vejo hoje o que aconteceu há 30 anos atrás, o Brasil voltou para o mapa da fome. É muito duro como mãe e como mulher ver barracas de lona abrigando famílias inteiras em praça pública, a mãe dando de mamar para o seu filho e ela mesma com fome, porque o pouco dinheiro que ela tinha, ela teve que dar para o seu filho mais velho. Então esse Brasil merece um presidente da República sério, sensível, que coloca as pessoas em primeiro lugar. Não um presidente que mente em rede nacional, que cria fake news, que disputa através do ódio, do nós contra eles, inclusive com o PT, uma disputa apenas de poder. Enquanto você passa fome, enquanto o nosso trabalhador é humilhado, de não ter o que colocar na mesa porque ele está desempregado, eles se alimentam dessa disputa ideológica. Um, falta ao debate, não tem coragem de dizer quais são as propostas para o Brasil. O outro mente, mente descaradamente. Sabe de uma coisa? Sabe o que é mais grave? Com isso ele desvia o foco daquilo que é o mais importante. O que nós vamos fazer para o Brasil voltar a crescer, e vocês terem dignidade? É lamentável ter um presidente que mente, e a figura seria hoje a de um personagem, o do Pinóquio.
[Carlos Nascimento]: O comentário do candidato Bolsonaro.
[Jair Bolsonaro]: Simone, durante a pandemia, obrigaram o povo a ficar em casa. O povo começou a passar fome de verdade. O que eu fiz? Eu criei o Auxílio Brasil. Botei um ponto final no Bolsa Família, que valia em média 190 reais e botei o Auxílio Brasil em 600 reais, três vezes mais! Nós atendemos os mais pobres, sim! Hoje, temos 21 milhões de famílias que recebem o Auxílio Brasil. Desses 21 milhões, senhora senadora, 17 milhões são mulheres. O nosso carinho, a nossa atenção especial com as mulheres. Nós ajudamos os mais pobres com o Auxílio Brasil, 600 reais por mês, e, preferencialmente, às mulheres.
[Carlos Nascimento]: Muito bem. Antes da próxima pergunta, perdão, tem uma réplica da senhora, perdão. Desculpe.
[Simone Tebet]: De novo o nariz crescendo. Ele não queria pagar 600 reais. Nós, no Congresso Nacional, é que exigimos. Depois voltou para 400 reais antes da hora; e nós, no Congresso Nacional, exigimos de novo que voltasse aos 600. Aliás, ele voltou a 600 só agora, às vésperas da eleição, porque, repito, é insensível com a dor alheia. Sabe por que ficamos tanto tempo em casa, mais do que a média do mundo? Porque ele negou a vocês vacina, 45 dias de atraso. Estava lá, eu vi o esquema de corrupção, como se a vida pudesse valer um dólar, que era o que o Ministério da Saúde queria cobrar de uma empresa para comprar vacina para colocar no seu braço. Este Presidente insensível, que virou as costas para o povo brasileiro, no momento que mais precisou, que quer de novo o seu voto. Ele não pode ter.
[Carlos Nascimento]: Muito bem, eu peço desculpas à senhora por tê-la interrompido. Queria informar agora, antes da próxima pergunta, que o pedido de direito de resposta da candidata Simone foi negado. O pedido da candidata Soraya foi aceito. E a senhora tem agora um minuto para responder. Sem manifestações na plateia, por favor.
[Soraya Thronicke]: Primeiro que quero dizer ao candidato Jair Bolsonaro, não cutuque onça com a sua vara curta, respeito. Primeiro porque nós não votamos da forma como Vossa Excelência disse, segundo que todas as minhas indicações do Congresso Nacional estão nas suas mãos, públicas, estão em todos os sites, todas as redes sociais. Você entra no meu site, sorayathronicke.com.br, clica no Mato Grosso do Sul, clica em cada município, e você vai ver a execução. Eu desafio o senhor a mostrar e a abrir todas as indicações de emendas de relator dos demais parlamentares do nosso Congresso. As minhas estão na sua mão, na mão de todos os brasileiros, na mão toda a imprensa há muito tempo. De meu, nada tem. É isso, está, público, público! E não cutuque, não cutuque. E mais, nunca neguei que fui eleita nesta seara.
[Carlos Nascimento]: Acabou o tempo.
[Soraya Thronicke]: Acabou?
[Carlos Nascimento]: Acabou o tempo. Um minuto já transcorrido. Vamos para a participação da jornalista do Terra, Tatiana Farah. Tatiana, boa noite. Por favor, a quem vai perguntar e quem deverá fazer o comentário?
[Tatiana Farah]: Boa noite, a minha pergunta é para o candidato Ciro Gomes, com o comentário da candidata Simone Tebet.
[Carlos Nascimento]: Pois não.
[Tatiana Farah]: Candidato, o senhor tem subido de tom nas críticas que tem feito ao ex-presidente Lula. Uma parte dos seus eleitores, no entanto, já declarou voto útil no petista. Para onde vai o PDT no segundo turno, em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, e se o PDT aderir ao PT, o senhor vai deixar a legenda?
[Ciro Gomes]: Olha, uma das coisas graves que o Lula e o petismo corrupto estão produzindo no Brasil é a morte do jornalismo. Como é que nós estamos em um debate, eu me apresentando como candidato a Presidente da República, sou agora convidado a refletir sobre o movimento que, teoricamente, eu deveria fazer nesta ou naquela outra direção? Isso no mínimo é uma falta de respeito ao eleitor, a você, meu irmão, que está vendo o que está acontecendo. O Lula produziu uma onda de propaganda que é a seguinte: "Todo mundo que não for Lula é fascista". E ele tem a oportunidade de caracterizar de fascista o Bolsonaro, e ao invés de vir aqui, foge, desrespeitando você, desrespeitando a todos nós, por quê? Ou já ganhou, ou não tem como explicar. A minha candidatura, ela se deve, não é porque é fácil, não é simples, eu sei que eu nunca fui o favorito. Em 2018, eu estava dizendo ao povo brasileiro, pedindo a Deus, como faço hoje, que ilumine a minha palavra: "Olhe, a solução para a corrupção generalizada do PT no governo e para a mais grave crise econômica da nossa história, que foi produzida pelo Lula e PT, não é votar por negação no Bolsonaro. O Bolsonaro não tem experiência, não tem vivência, está sendo empacotado como moralizador que nunca foi". Estou aqui dizendo ao lado dele. Não quero fazer disso ofensa pessoal. Porém, o que está acontecendo no Brasil hoje? O Bolsonaro repete a mesma prática. Waldemar Costa Neto, o Lula deu o DNIT para roubar, foi preso e condenado, no Mensalão. Agora o Bolsonaro é filiado ao DNIT. Estou pedindo a você: me dê uma oportunidade de mudar isso. O Brasil não aguenta mais isso.
[Carlos Nascimento]: Comentário da candidata Simone.
[Simone Tebet]: Candidato Ciro, eu concordo com você, mas eu vou mais longe. Este mesmo candidato, que pede o voto útil pra matar eleição no primeiro turno. Eu quero explicar que voto útil é o voto da sua consciência. Essa é a eleição mais importante da história do Brasil desde muito tempo, não pode ser uma votação pelo medo, mas pela esperança. E como é que vamos votar num candidato que não tem a coragem de vir a um debate apresentar suas propostas no momento de maior complexidade da história? Vamos dar um cheque em branco? Vamos dar um tiro no escuro? Quem é esse candidato que está vindo aí? Que se recusa, por covardia, a vir debater ter com vocês de forma democrática. Então sim, qualquer um de nós tem direito a estar aqui representando uma parte da sociedade, seja ela qual for. Portanto, esta é uma eleição de dois turnos. Nós não podemos desistir antes da hora.
[Carlos Nascimento]: Muito bem, a réplica do candidato Ciro.
[Ciro Gomes]: Brasileiro, meu irmão, brasileira, minha irmã, tô preocupado mesmo em dar satisfação a você. Eu luto pelo Brasil a minha vida inteira. Já são 42 anos de vida. Nunca respondi por nenhuma acusação de corrupção, e sempre saí pela porta da frente. Hoje eu tenho uma proposta com começo, meio e fim. A questão básica é: para que ter dois turnos? Dois turnos é basicamente pra você votar com esperança naquilo que você acha melhor, com quem se identifica, no programa, na ideia, na decência. Se essa força for majoritária, vai ao segundo turno. Se ela for minoritária, ela aparece forte pra cobrar o que ganhou, pra reclamar das promessas mentirosas, pra preparar o país pro futuro. O que o Lula quer e o Bolsonaro é que você vote por ódio, e eu quero que você vote por esperança. Essa é a chance que eu lhe peço.
[Carlos Nascimento]: Muito obrigado. O candidato Bolsonaro, no transcorrer dessa... desse bloco pediu um novo direito de resposta pela resposta do candidato Ciro. Esse direito de resposta foi negado. Vamos agora à participação de Carolina Ercoline, da Rádio Eldorado. Carolina, boa noite, a quem você pergunta e quem comenta?
[Carolina Ercoline]: Pergunto pro candidato D'Avila com comentário de Soraya Thronicke, boa noite. Considerando a política de controle de armas que hoje permite que 1.300 armas sejam compradas por dia e que atingimos um recorde de mais de um milhão de armas nas mãos de colecionadores e atiradores, e que parte desse arsenal acaba migrando pro crime organizado, gostaria de saber qual é a sua proposta para regular o acesso da população às armas.
[Luiz Felipe D'Avila]: Bom, primeiro, é um direito do cidadão brasileiro ter posse e porte de arma. Nós somos liberais, e nós defendemos que o brasileiro tenha a responsabilidade de fazer suas escolhas. Ter um porte de arma no Brasil é algo rigoroso, não é tão fácil conseguir. É preciso passar por um rigoroso escrutínio até obter esse porte de arma. Isso é feito pela Polícia Federal, no SINARM. O problema é que os CACs foram realmente avacalhados neste tempo. Por quê? Qualquer clubinho de tira da esquina, que você entra lá, 24 horas te dão uma licença, você sai armado. E diz que agora você tá membro de clube de tiro. Isso é um absurdo. E os CACs são coordenados pelas Forças Armadas, só que as Forças Armadas não sabem o histórico do cidadão que tá se armando. Quem sabe é o SINARM, é a Polícia Federal. Portanto, nós temos que unificar o SIGMA e o SINARM, ter um único banco de dados pra parar com essa história de dar arma na mão de gente irresponsável, que está indo a clube de tiro pra se armar e que não tem capacidade psicológica pra carregar uma arma. Nós não podemos banalizar um direito do cidadão, que é o direito de ter posse a arma. Portanto, nós temos de colocar ordem. Não podemos deixar que a arma seja hoje um instrumento usado para cometer crimes e usando um subterfúgio, que é o CAC, nós precisamos respeitar o direito do cidadão.
[Carlos Nascimento]: Comentário, por favor.
[Soraya Thronicke]: Em 2018, quando fui eleita, eu levantei a bandeira armamentista pra defesa pessoal do cidadão, e como as outras bandeiras, do combate à corrupção, bandeiras do mercado liberal, eu a honro, honrei em todo o meu tempo, todas as minhas votações dentro do Senado, e me disponho, inclusive, a continuar trabalhando nesta senda desde que haja, cada dia mais, responsabilidade. Respeito todos os CACs, mas quando fomos votar a questão dos CACs lá no Senado, aconteceram ameaças a senadores que eram contrários. Então por conta de pouquíssimas pessoas que não têm respeito, que não sabem dialogar e que não sabem conversar, todos os CACs estão ainda aguardando.
[Carlos Nascimento]: Obrigado, a réplica, candidato D'Avila.
[Luiz Felipe D'Avila]: Olha, a história de ter arma como CAC ou como um cidadão normal é simples. É que nem você que dirige carro. Você não precisa tirar a Carteira Nacional de Habilitação pra guiar um carro? Pra você ir a um clube de tiro, você precisa ter o porte de arma. Você precisa passar pelo escrutínio da Polícia Federal pra saber se você tem capacidade de poder usar uma arma. Não importa se é no clube do tiro ou se é pra defesa pessoal. É isso que nós temos de fazer. É mais um sinal de como as instituições vêm esgarçando no Brasil, a credibilidade das leis, da democracia, isso sim é fruto do populismo, do radicalismo, dessa briga que está corroendo a credibilidade do estado de direito e das leis no Brasil. Portanto, vamos unificar o SINARM e o SIGMA pra poder ter uma única central pra poder dar posse e porte de arma mesmo com CAC.
[Carlos Nascimento]: Obrigado. Agora é a vez do jornalista Marcelo Torres, do SBT. Boa noite, Marcelo, a quem você pergunta e quem faz o comentário?
[Marcelo Torres]: Boa noite, Nascimento. Pergunto para a candidata Soraya Thronicke, com o comentário do candidato Padre Kelmon.
[Carlos Nascimento]: Pois não.
[Marcelo Torres]: Candidata, eu queria falar sobre a principal proposta de governo da senhora que é o Imposto Único Federal. No mundo inteiro, as economias modernas tendem a taxar menos o consumo e mais a renda, porque na renda você consegue escalonar e ter a alíquota maior para quem ganha mais. Na proposta da senhora, é uma alíquota única, como se fosse uma CPMF mais robusta, de 1,8%, que, por exemplo, uma pessoa desempregada quando for comprar um pacote de arroz ou aquilo de feijão, vai pagar essa alíquota, além de pagar o ICMS para os estados. A senhora acha isso justo?
[Soraya Thronicke]: Quero agradecer a pergunta, mas quero dizer para você não confundir florentina com cloroquina. CPMF não é o Imposto Único Federal, de maneira alguma. O Imposto Único Federal vai substituir 11 tributos federais por um imposto só, uma alíquota de 1,26%, e tirar o peso da tributação de cima do consumo e colocar na movimentação financeira. Essa é a grande diferença. Quem movimenta mais dinheiro, paga mais; quem movimenta menos, paga menos, é muito simples. Acima de tudo, temos que lembrar, a CPMF foi um imposto a mais, era para ser provisória, virou permanente, era para financiar a saúde, e não o fez. Por isso, não confunda florentina com cloroquina. Muito obrigada.
[Padre Kelmon]: Mais simples—
[Carlos Nascimento]: Por favor.
[Padre Kelmon]: Mais simples ainda é a redução dos impostos. Se fala tanto de impostos, cobra-se tanto imposto. Nós precisamos reduzir a quantidade de impostos para que se sobre dinheiro, e assim o cidadão terá um poder de compra muito maior. O Estado inchado, o Estado grande. Quem trabalha? quem produz? É o Estado? Quem produz e quem trabalha é o trabalhador, é você de casa, que alimenta o Estado, e o Estado precisa ser mínimo, porque com o estado mínimo, nós poderemos ter dinheiro de sobra para investir melhor na educação, na saúde, e assim poder oferecer aquilo que é papel do Estado, servir o pobre, servir a pessoa. Então são muitas falácias aqui—
[Carlos Nascimento]: O tempo.
[Padre Kelmon]: ... mas, na prática, fica a desejar.
[Carlos Nascimento]: O tempo. Por favor, a réplica, candidata Soraya.
[Soraya Thronicke]: Candidato, o estado mínimo não pode ser mínimo do mínimo num país que as pessoas—
[Padre Kelmon]: Não falei mínimo do mínimo.
[Soraya Thronicke]: Sem problemas, eu estou explicando a nossa proposta. É o estado mínimo necessário, tem que estar presente dentro do necessário. As pessoas estão passando fome. O imposto único federal vai conseguir reduzir a tributação sobre o consumo, e nós precisamos, sim, aumentar a base de arrecadação. Hoje, 70% da população arca com esses impostos federais. Nós queremos que 100% arque. O imposto único federal, é imposto digital, é um imposto automático, é insonegável(sic), e muitos não querem. Ele é insonegável(sic). Portanto, quando a gente diminui a carga, a gente consegue arrecadar mais e manter o repasse para os estados e municípios, porque não—
[Carlos Nascimento]: O tempo, por favor. Agora, a participação da jornalista da revista Veja, Clarissa Oliveira. Boa noite, a sua pergunta vai para quem e quem comenta?
[Clarissa Oliveira]: Olá, boa noite a todos. Minha pergunta vai para Padre Kelmon, com comentário de Felipe D'Avila. Candidato, o senhor só está sentado nessa cadeira hoje porque o nome escolhido originalmente pelo seu partido, Roberto Jefferson, foi impedido de disputar, enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Gostaria de saber o que o senhor acha dessa lei, o que o senhor pensa dessa decisão da Justiça, e, se eleito, o que o senhor faria para impedir que políticos corruptos saiam impunes e, eventualmente, venham a disputar eleições. Por favor, candidato.
[Padre Kelmon]: A senhora está afirmando que o Roberto Jefferson foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa. E que isso o impede. Essa lei deveria valer para todos os candidatos, então? Por que o candidato, o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, está como candidato a presidente da República? A lei só vale para um e outros não? Ele deveria também estar sendo impedido de ser candidato à presidência da República. Então, nós precisamos parar de demagogia, de falácias, nós precisamos parar de mentira. São muitas fake news que são inventadas aqui. Vocês, nós precisamos falar a verdade. O povo, você cidadão de casa, precisa ouvir da boca do candidato verdades, e não mentiras, como nós ouvimos todos os dias aqui. Tem candidato aqui que simplesmente se vestem com uma roupagem que ele não é aquilo para mentir, para te enganar. Então você precisa olhar para os candidatos, olhar para essa eleição com uma consciência, uma consciência muito apurada. Apurada. Para ver a vida pregressa de cada um. Nós temos todos esses candidatos aqui, todos os candidatos aqui atacando um só, o presidente da República. Eu estou só observando a fala de cada um. Cinco contra um. Mas agora, são cinco contra dois, porque nós somos candidato de direita. O PTB é o único partido cristão e conservador de direita do Brasil. Infelizmente—
[Carlos Nascimento]: O tempo. O tempo. Por favor. O tempo.
[Carlos Nascimento]: O tempo, por favor. Comentário, candidato D'Ávila.
[Luiz Felipe D'Avila]: Que privilégio poder responder essa pergunta. Eu tenho muito
orgulho de fazer parte do Partido Novo, o único partido ficha limpa mesmo! 44 mandatários, nenhum escândalo de corrupção. O partido que faz a diferença na vida das pessoas. Mais do que um partido com mandatários sem escândalo de corrupção, um partido que seus filiados precisam ser ficha limpa. Nenhum outro partido tem isso. Eu, com orgulho, defendo todos os nomes do Partido Novo. Por isso, eu peço a você: vote nos candidatos do Partido Novo nesta eleição, para o Congresso, para o governo, para o senado e para a Presidência da República, é o único jeito de termos ficha limpa na política brasileira.
[Carlos Nascimento]: A réplica do Padre Kelmon.
[Padre Kelmon]: São falácias, falácias e falácias. Nós já sabemos, já estamos acostumados com esse tipo de discurso político, mas eu quero convidar você para olhar, olhar para os candidatos que defendem realmente, defendem a vida, defendem Deus, Pátria, família, vida e a liberdade. Você que tem a oportunidade, você que está me vendo em casa, você tem a oportunidade de escolher candidatos que de fato defendem interesses, sem mascaramentos, sem subterfúgios, sem querer enganar você. Eu sou candidato do 14, votem no 14 para Presidente da República, votem no 14 para deputado federal. O único partido, se ele se orgulha de ser o partido de ficha limpa, nós nos orgulhamos de sermos um partido de direita que defende Deus, Pátria, família, vida e liberdade.
[Carlos Nascimento]: Tempo. Obrigado. Encerramos aqui este segundo bloco do debate. Você vê imagens do estúdio 4 do SBT, onde as equipes dos candidatos, convidados e jornalistas acompanham o debate. Se quiser saber mais sobre bastidores, basta acessar as redes sociais dos veículos que participam do pool. Use a #debatepresidente. Esse debate é realizado pelo maior pool de veículos de comunicação, formado por SBT, CNN Brasil, Terra, Nova Brasil, Estadão, Eldorado e Veja. Debate para presidente: a hora da decisão.
[Carlos Nascimento]: Estamos de volta com o debate entre os candidatos à presidência da república promovido pelo pool de veículos de comunicação que reúne SBT, CNN Brasil, Terra, Nova Brasil, Estadão, Eldorado e Veja. Você pode acompanhar o debate também pelo celular no YouTube da CNN, do SBT e do SBT News, da Rádio Eldorado e rádio Nova Brasil, além dos sites de Veja, Estadão e Terra. Bem, vamos agora, antes de iniciar as normas do bloco e chamar o próximo, os participantes, eu queria informar ao candidato Bolsonaro que o direito de resposta por... pela resposta na réplica da candidata Soraya ao candidato Felipe D'Avila foi concedido, o senhor tem um minuto para se expressar.
[Jair Bolsonaro]: Primeiramente, as duas senadoras aqui presentes votaram para derrubar o veto do dito orçamento secreto.
[Simone Tebet]: Não é verdade.
[Soraya Thronicke]: Não é verdade.
[Carlos Nascimento]: Por favor, o direito de resposta foi concedido e eu peço que os senhores respeitem.
[Jair Bolsonaro]: A senadora Soraya, em matéria aqui de quase toda a imprensa, ela fez uso de 114 milhões do dito orçamento secreto. Esse orçamento é privativo do parlamento brasileiro. Nós apenas executamos. Eu não posso indicar tantos milhões pra fazer tal obra em tal local. Quem indica são deputados e senadores.
[Soraya Thronicke]: Eu quero direito de resposta, mediador.
[Jair Bolsonaro]: Vamos lá. Sobre a deputada... senadora Soraya, a senhora não me elegeu, não. Todo o seu material de campanha, quer seja santinhos e vídeos, tá escrito lá "a candidata do Bolsonaro", a senhora foi uma estelionatária pela ocasião das eleições. No tocante a Viagra e Cialis—
[Soraya Thronicke]: Eu quero direito de resposta.
[Carlos Nascimento]: Por favor. Conclua, por favor, candidato.
[Jair Bolsonaro]: No tocante a Viagra e Cialis, é medicamento cujo efeito colateral é combater a disfunção erétil. Isso é usado por todos os médicos do Brasil, até a senhora governadora do Rio Grande do Norte comprou.
[Carlos Nascimento]: Tempo esgotado. Por favor, tempo esgotado. Eu gostaria de pedir a todos os participantes que quando houver o direito de resposta, ele seja respeitado, para que o candidato possa se expressar livremente, não é? Se alguém não gostou, faz também o seu pedido de resposta, e se for aprovado. Temos dois pedidos de direito de resposta, da candidata Soraya e da candidata Simone. Muito bom. Vamos agora a este bloco e às suas normas. Neste segundo bloco, os jornalistas fazem perguntas. Os jornalistas que representam o pool escolherão dois candidatos: um para responder e outro para comentar. O candidato que responder à pergunta tem direito a réplica. As perguntas terão 30 segundos. As respostas, um minuto e meio. Comentários, 45 segundos. Réplicas, o mesmo tempo. Cada candidato será chamado uma vez para responder e uma vez para comentar. Eu lembro que o candidato que se sentir ofendido poderá pedir direito de resposta, como foi concedido agora há pouco. Uma equipe formada por advogados e jornalistas do pool irá avaliar se houve a ofensa. Em caso afirmativo, o candidato ofendido ganhará o direito de resposta no tempo de um minuto. Você vê aí um púlpito vazio, é do candidato Lula, do PT, que foi convidado, mas não quis participar do debate. Agora vamos a perguntas de jornalistas e os comentários. A primeira pergunta é do jornalista Márcio Gomes, da CNN Brasil. Boa noite, Márcio, pode escolher o candidato a quem você dirige a sua pergunta e aquele que fará o comentário.
[Márcio Gomes]: Boa noite, Nascimento, boa noite a todos. A minha pergunta é pro candidato Jair Bolsonaro e com comentário de Ciro Gomes. Candidato, o Brasil assistiu... Aqui, aqui, presidente. O Brasil assistiu nesse seu mandato vários atritos, vários conflitos entre o senhor e o Supremo Tribunal Federal. O senhor chama o Supremo de... que está sendo feita uma politização da corte, de extremo ativismo judicial. O senhor já indicou dois ministros para o Supremo, se for reeleito vai poder indicar outros dois ministros. Eu pergunto o que o eleitor deve esperar dessas novas indicações que vier a fazer se for reeleito, e mais: se pensa, no novo mandato, em propor mudanças no funcionamento e também na composição do Supremo.
[Jair Bolsonaro]: A judicialização feita contra o Executivo é clara, quase toda semana tem algo contra o Executivo. Uma das últimas decisões na questão dos decretos, onde nós decidimos reduzir o IPI para aproximadamente quatro mil produtos no Brasil. Esse decreto demorou a entrar em vigor, depois de várias reedições, por quê? Um ministro achava que certos produtos não deveriam ter o IPI reduzido. Outra questão, sobre decreto de armas. É privativo lá do Congresso Nacional discutir e anular ou não decretos do presidente da República. Partidos políticos sem qualquer representação, em vez de entrar com projeto de Decreto Legislativo para derrubar o decreto presidencial, se socorre diretamente ao Supremo, e lá em pouquíssimos dias, às vezes horas, toma-se uma decisão de forma monocrática, uma decisão que é parte de uma regulamentação de uma lei votada na Câmara e no Senado. Então, essa questão realmente é grave. Atrapalha o desenvolvimento do Executivo. O Supremo Tribunal tem que se preocupar, basicamente, com questões de constitucionalidade, e deixar o governo ir para frente. Tenho certeza que numa possível reeleição indicaremos mais dois desse perfil.
[Carlos Nascimento]: Comentário, por favor, do candidato Ciro.
[Ciro Gomes]: Meu irmão, minha irmã, vocês estão vendo a coisa descambando pra cá, e eu fico pensando em você. Sabe o que está acontecendo no Brasil? Uma espécie de baderna institucional, por falta de autoridade. Deixa eu explicar um pouco para vocês por que a intrusão do Supremo aqui e ali, que é uma coisa que nós não entendemos. Como é que se entende, por exemplo, que só se descobriu que o Lula não era de ser julgado em Curitiba cinco anos depois? Sabe, isso ninguém entende. Mas a gente tem que respeitar porque é a última palavra num estado direito democrático. Mas sabe qual é o problema? O problema é que as pessoas que estão ocupando a presidência da República nos últimos anos têm contas com a Justiça, esse é o problema. E perdem completamente a autoridade para enfrentar. O filho do Lula foi acusado, os filhos do Bolsonaro acusados, ambos dependem da boa vontade do juiz, que não julga nunca.
[Carlos Nascimento]: A réplica do candidato Bolsonaro.
[Jair Bolsonaro]: Prezado Ciro, não procede, eu não devo nada para a Justiça, Ciro. Eu quando assinei o indulto do Daniel Silveira, disseram que eu havia comprado uma briga com o Supremo. Se fosse para defender o meu filho, ficaria quieto, mas não vou trair a minha consciência. O Supremo não é um poder que está imune a críticas, eles fazem muita coisa errada, não é pouca não. Ciro, se coloca no meu lugar, governar o país com o ativismo judicial como existe no Supremo Tribunal Federal. Tenho certeza, caso reeleito, indicarei mais dois para o Supremo, com quatro pessoas lá dentro pensando em prol do Brasil, o Supremo mudará a forma de agir, não mais interferirá tanto na vida de todos nós.
[Ciro Gomes]: Eu quero explicar—
[Carlos Nascimento]: Por favor.
[Ciro Gomes]: Tréplica.
[Carlos Nascimento]: Não.
[Ciro Gomes]: É sim senhor.
[Carlos Nascimento]: Agora já é a próxima pergunta. O senhor já fez o comentário.
[Ciro Gomes]: Desculpa.
[Carlos Nascimento]: Obrigado. Agora é a vez do jornalista Diego Amorim, da rádio Nova Brasil. Boa noite, Diego, a quem você pergunta e quem comenta?
[Diego Amorim]: Boa noite, a minha pergunta é para a candidata Simone Tebet, com o comentário do candidato Jair Bolsonaro.
[Carlos Nascimento]: OK.
[Diego Amorim]: Candidata, recentemente o presidente Bolsonaro ao tratar da questão da fome, ele disse exatamente o seguinte, "tem gente passando fome? Tem, mas não tem esse número todo. E mais, não tem ninguém na padaria pedindo para você comprar um pão, isso não existe, fome no Brasil, fome para valer não existe da forma como é falado". Candidata, um milhão, ou milhões de pessoas, fato é que tem muita gente nos acompanhando na TV que só quer acabar esse debate e procurar alguma coisa para comer na geladeira. O que a senhora tem a dizer para esse eleitor?
[Simone Tebet]: Lamentável nós termos um presidente insensível, que não conhece a realidade no Brasil. Como eu disse, ele não está preparado para governar o Brasil porque ele não trabalha, ele fica de moto, de jet ski, dizendo que ninguém passa fome. Eu tenho andado o Brasil, sabe por que eu sou candidata à presidência da República? Porque eu vejo hoje o que aconteceu há 30 anos atrás, o Brasil voltou para o mapa da fome. É muito duro como mãe e como mulher ver barracas de lona abrigando famílias inteiras em praça pública, a mãe dando de mamar para o seu filho e ela mesma com fome, porque o pouco dinheiro que ela tinha, ela teve que dar para o seu filho mais velho. Então esse Brasil merece um presidente da República sério, sensível, que coloca as pessoas em primeiro lugar. Não um presidente que mente em rede nacional, que cria fake news, que disputa através do ódio, do nós contra eles, inclusive com o PT, uma disputa apenas de poder. Enquanto você passa fome, enquanto o nosso trabalhador é humilhado, de não ter o que colocar na mesa porque ele está desempregado, eles se alimentam dessa disputa ideológica. Um, falta ao debate, não tem coragem de dizer quais são as propostas para o Brasil. O outro mente, mente descaradamente. Sabe de uma coisa? Sabe o que é mais grave? Com isso ele desvia o foco daquilo que é o mais importante. O que nós vamos fazer para o Brasil voltar a crescer, e vocês terem dignidade? É lamentável ter um presidente que mente, e a figura seria hoje a de um personagem, o do Pinóquio.
[Carlos Nascimento]: O comentário do candidato Bolsonaro.
[Jair Bolsonaro]: Simone, durante a pandemia, obrigaram o povo a ficar em casa. O povo começou a passar fome de verdade. O que eu fiz? Eu criei o Auxílio Brasil. Botei um ponto final no Bolsa Família, que valia em média 190 reais e botei o Auxílio Brasil em 600 reais, três vezes mais! Nós atendemos os mais pobres, sim! Hoje, temos 21 milhões de famílias que recebem o Auxílio Brasil. Desses 21 milhões, senhora senadora, 17 milhões são mulheres. O nosso carinho, a nossa atenção especial com as mulheres. Nós ajudamos os mais pobres com o Auxílio Brasil, 600 reais por mês, e, preferencialmente, às mulheres.
[Carlos Nascimento]: Muito bem. Antes da próxima pergunta, perdão, tem uma réplica da senhora, perdão. Desculpe.
[Simone Tebet]: De novo o nariz crescendo. Ele não queria pagar 600 reais. Nós, no Congresso Nacional, é que exigimos. Depois voltou para 400 reais antes da hora; e nós, no Congresso Nacional, exigimos de novo que voltasse aos 600. Aliás, ele voltou a 600 só agora, às vésperas da eleição, porque, repito, é insensível com a dor alheia. Sabe por que ficamos tanto tempo em casa, mais do que a média do mundo? Porque ele negou a vocês vacina, 45 dias de atraso. Estava lá, eu vi o esquema de corrupção, como se a vida pudesse valer um dólar, que era o que o Ministério da Saúde queria cobrar de uma empresa para comprar vacina para colocar no seu braço. Este Presidente insensível, que virou as costas para o povo brasileiro, no momento que mais precisou, que quer de novo o seu voto. Ele não pode ter.
[Carlos Nascimento]: Muito bem, eu peço desculpas à senhora por tê-la interrompido. Queria informar agora, antes da próxima pergunta, que o pedido de direito de resposta da candidata Simone foi negado. O pedido da candidata Soraya foi aceito. E a senhora tem agora um minuto para responder. Sem manifestações na plateia, por favor.
[Soraya Thronicke]: Primeiro que quero dizer ao candidato Jair Bolsonaro, não cutuque onça com a sua vara curta, respeito. Primeiro porque nós não votamos da forma como Vossa Excelência disse, segundo que todas as minhas indicações do Congresso Nacional estão nas suas mãos, públicas, estão em todos os sites, todas as redes sociais. Você entra no meu site, sorayathronicke.com.br, clica no Mato Grosso do Sul, clica em cada município, e você vai ver a execução. Eu desafio o senhor a mostrar e a abrir todas as indicações de emendas de relator dos demais parlamentares do nosso Congresso. As minhas estão na sua mão, na mão de todos os brasileiros, na mão toda a imprensa há muito tempo. De meu, nada tem. É isso, está, público, público! E não cutuque, não cutuque. E mais, nunca neguei que fui eleita nesta seara.
[Carlos Nascimento]: Acabou o tempo.
[Soraya Thronicke]: Acabou?
[Carlos Nascimento]: Acabou o tempo. Um minuto já transcorrido. Vamos para a participação da jornalista do Terra, Tatiana Farah. Tatiana, boa noite. Por favor, a quem vai perguntar e quem deverá fazer o comentário?
[Tatiana Farah]: Boa noite, a minha pergunta é para o candidato Ciro Gomes, com o comentário da candidata Simone Tebet.
[Carlos Nascimento]: Pois não.
[Tatiana Farah]: Candidato, o senhor tem subido de tom nas críticas que tem feito ao ex-presidente Lula. Uma parte dos seus eleitores, no entanto, já declarou voto útil no petista. Para onde vai o PDT no segundo turno, em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, e se o PDT aderir ao PT, o senhor vai deixar a legenda?
[Ciro Gomes]: Olha, uma das coisas graves que o Lula e o petismo corrupto estão produzindo no Brasil é a morte do jornalismo. Como é que nós estamos em um debate, eu me apresentando como candidato a Presidente da República, sou agora convidado a refletir sobre o movimento que, teoricamente, eu deveria fazer nesta ou naquela outra direção? Isso no mínimo é uma falta de respeito ao eleitor, a você, meu irmão, que está vendo o que está acontecendo. O Lula produziu uma onda de propaganda que é a seguinte: "Todo mundo que não for Lula é fascista". E ele tem a oportunidade de caracterizar de fascista o Bolsonaro, e ao invés de vir aqui, foge, desrespeitando você, desrespeitando a todos nós, por quê? Ou já ganhou, ou não tem como explicar. A minha candidatura, ela se deve, não é porque é fácil, não é simples, eu sei que eu nunca fui o favorito. Em 2018, eu estava dizendo ao povo brasileiro, pedindo a Deus, como faço hoje, que ilumine a minha palavra: "Olhe, a solução para a corrupção generalizada do PT no governo e para a mais grave crise econômica da nossa história, que foi produzida pelo Lula e PT, não é votar por negação no Bolsonaro. O Bolsonaro não tem experiência, não tem vivência, está sendo empacotado como moralizador que nunca foi". Estou aqui dizendo ao lado dele. Não quero fazer disso ofensa pessoal. Porém, o que está acontecendo no Brasil hoje? O Bolsonaro repete a mesma prática. Waldemar Costa Neto, o Lula deu o DNIT para roubar, foi preso e condenado, no Mensalão. Agora o Bolsonaro é filiado ao DNIT. Estou pedindo a você: me dê uma oportunidade de mudar isso. O Brasil não aguenta mais isso.
[Carlos Nascimento]: Comentário da candidata Simone.
[Simone Tebet]: Candidato Ciro, eu concordo com você, mas eu vou mais longe. Este mesmo candidato, que pede o voto útil pra matar eleição no primeiro turno. Eu quero explicar que voto útil é o voto da sua consciência. Essa é a eleição mais importante da história do Brasil desde muito tempo, não pode ser uma votação pelo medo, mas pela esperança. E como é que vamos votar num candidato que não tem a coragem de vir a um debate apresentar suas propostas no momento de maior complexidade da história? Vamos dar um cheque em branco? Vamos dar um tiro no escuro? Quem é esse candidato que está vindo aí? Que se recusa, por covardia, a vir debater ter com vocês de forma democrática. Então sim, qualquer um de nós tem direito a estar aqui representando uma parte da sociedade, seja ela qual for. Portanto, esta é uma eleição de dois turnos. Nós não podemos desistir antes da hora.
[Carlos Nascimento]: Muito bem, a réplica do candidato Ciro.
[Ciro Gomes]: Brasileiro, meu irmão, brasileira, minha irmã, tô preocupado mesmo em dar satisfação a você. Eu luto pelo Brasil a minha vida inteira. Já são 42 anos de vida. Nunca respondi por nenhuma acusação de corrupção, e sempre saí pela porta da frente. Hoje eu tenho uma proposta com começo, meio e fim. A questão básica é: para que ter dois turnos? Dois turnos é basicamente pra você votar com esperança naquilo que você acha melhor, com quem se identifica, no programa, na ideia, na decência. Se essa força for majoritária, vai ao segundo turno. Se ela for minoritária, ela aparece forte pra cobrar o que ganhou, pra reclamar das promessas mentirosas, pra preparar o país pro futuro. O que o Lula quer e o Bolsonaro é que você vote por ódio, e eu quero que você vote por esperança. Essa é a chance que eu lhe peço.
[Carlos Nascimento]: Muito obrigado. O candidato Bolsonaro, no transcorrer dessa... desse bloco pediu um novo direito de resposta pela resposta do candidato Ciro. Esse direito de resposta foi negado. Vamos agora à participação de Carolina Ercoline, da Rádio Eldorado. Carolina, boa noite, a quem você pergunta e quem comenta?
[Carolina Ercoline]: Pergunto pro candidato D'Avila com comentário de Soraya Thronicke, boa noite. Considerando a política de controle de armas que hoje permite que 1.300 armas sejam compradas por dia e que atingimos um recorde de mais de um milhão de armas nas mãos de colecionadores e atiradores, e que parte desse arsenal acaba migrando pro crime organizado, gostaria de saber qual é a sua proposta para regular o acesso da população às armas.
[Luiz Felipe D'Avila]: Bom, primeiro, é um direito do cidadão brasileiro ter posse e porte de arma. Nós somos liberais, e nós defendemos que o brasileiro tenha a responsabilidade de fazer suas escolhas. Ter um porte de arma no Brasil é algo rigoroso, não é tão fácil conseguir. É preciso passar por um rigoroso escrutínio até obter esse porte de arma. Isso é feito pela Polícia Federal, no SINARM. O problema é que os CACs foram realmente avacalhados neste tempo. Por quê? Qualquer clubinho de tira da esquina, que você entra lá, 24 horas te dão uma licença, você sai armado. E diz que agora você tá membro de clube de tiro. Isso é um absurdo. E os CACs são coordenados pelas Forças Armadas, só que as Forças Armadas não sabem o histórico do cidadão que tá se armando. Quem sabe é o SINARM, é a Polícia Federal. Portanto, nós temos que unificar o SIGMA e o SINARM, ter um único banco de dados pra parar com essa história de dar arma na mão de gente irresponsável, que está indo a clube de tiro pra se armar e que não tem capacidade psicológica pra carregar uma arma. Nós não podemos banalizar um direito do cidadão, que é o direito de ter posse a arma. Portanto, nós temos de colocar ordem. Não podemos deixar que a arma seja hoje um instrumento usado para cometer crimes e usando um subterfúgio, que é o CAC, nós precisamos respeitar o direito do cidadão.
[Carlos Nascimento]: Comentário, por favor.
[Soraya Thronicke]: Em 2018, quando fui eleita, eu levantei a bandeira armamentista pra defesa pessoal do cidadão, e como as outras bandeiras, do combate à corrupção, bandeiras do mercado liberal, eu a honro, honrei em todo o meu tempo, todas as minhas votações dentro do Senado, e me disponho, inclusive, a continuar trabalhando nesta senda desde que haja, cada dia mais, responsabilidade. Respeito todos os CACs, mas quando fomos votar a questão dos CACs lá no Senado, aconteceram ameaças a senadores que eram contrários. Então por conta de pouquíssimas pessoas que não têm respeito, que não sabem dialogar e que não sabem conversar, todos os CACs estão ainda aguardando.
[Carlos Nascimento]: Obrigado, a réplica, candidato D'Avila.
[Luiz Felipe D'Avila]: Olha, a história de ter arma como CAC ou como um cidadão normal é simples. É que nem você que dirige carro. Você não precisa tirar a Carteira Nacional de Habilitação pra guiar um carro? Pra você ir a um clube de tiro, você precisa ter o porte de arma. Você precisa passar pelo escrutínio da Polícia Federal pra saber se você tem capacidade de poder usar uma arma. Não importa se é no clube do tiro ou se é pra defesa pessoal. É isso que nós temos de fazer. É mais um sinal de como as instituições vêm esgarçando no Brasil, a credibilidade das leis, da democracia, isso sim é fruto do populismo, do radicalismo, dessa briga que está corroendo a credibilidade do estado de direito e das leis no Brasil. Portanto, vamos unificar o SINARM e o SIGMA pra poder ter uma única central pra poder dar posse e porte de arma mesmo com CAC.
[Carlos Nascimento]: Obrigado. Agora é a vez do jornalista Marcelo Torres, do SBT. Boa noite, Marcelo, a quem você pergunta e quem faz o comentário?
[Marcelo Torres]: Boa noite, Nascimento. Pergunto para a candidata Soraya Thronicke, com o comentário do candidato Padre Kelmon.
[Carlos Nascimento]: Pois não.
[Marcelo Torres]: Candidata, eu queria falar sobre a principal proposta de governo da senhora que é o Imposto Único Federal. No mundo inteiro, as economias modernas tendem a taxar menos o consumo e mais a renda, porque na renda você consegue escalonar e ter a alíquota maior para quem ganha mais. Na proposta da senhora, é uma alíquota única, como se fosse uma CPMF mais robusta, de 1,8%, que, por exemplo, uma pessoa desempregada quando for comprar um pacote de arroz ou aquilo de feijão, vai pagar essa alíquota, além de pagar o ICMS para os estados. A senhora acha isso justo?
[Soraya Thronicke]: Quero agradecer a pergunta, mas quero dizer para você não confundir florentina com cloroquina. CPMF não é o Imposto Único Federal, de maneira alguma. O Imposto Único Federal vai substituir 11 tributos federais por um imposto só, uma alíquota de 1,26%, e tirar o peso da tributação de cima do consumo e colocar na movimentação financeira. Essa é a grande diferença. Quem movimenta mais dinheiro, paga mais; quem movimenta menos, paga menos, é muito simples. Acima de tudo, temos que lembrar, a CPMF foi um imposto a mais, era para ser provisória, virou permanente, era para financiar a saúde, e não o fez. Por isso, não confunda florentina com cloroquina. Muito obrigada.
[Padre Kelmon]: Mais simples—
[Carlos Nascimento]: Por favor.
[Padre Kelmon]: Mais simples ainda é a redução dos impostos. Se fala tanto de impostos, cobra-se tanto imposto. Nós precisamos reduzir a quantidade de impostos para que se sobre dinheiro, e assim o cidadão terá um poder de compra muito maior. O Estado inchado, o Estado grande. Quem trabalha? quem produz? É o Estado? Quem produz e quem trabalha é o trabalhador, é você de casa, que alimenta o Estado, e o Estado precisa ser mínimo, porque com o estado mínimo, nós poderemos ter dinheiro de sobra para investir melhor na educação, na saúde, e assim poder oferecer aquilo que é papel do Estado, servir o pobre, servir a pessoa. Então são muitas falácias aqui—
[Carlos Nascimento]: O tempo.
[Padre Kelmon]: ... mas, na prática, fica a desejar.
[Carlos Nascimento]: O tempo. Por favor, a réplica, candidata Soraya.
[Soraya Thronicke]: Candidato, o estado mínimo não pode ser mínimo do mínimo num país que as pessoas—
[Padre Kelmon]: Não falei mínimo do mínimo.
[Soraya Thronicke]: Sem problemas, eu estou explicando a nossa proposta. É o estado mínimo necessário, tem que estar presente dentro do necessário. As pessoas estão passando fome. O imposto único federal vai conseguir reduzir a tributação sobre o consumo, e nós precisamos, sim, aumentar a base de arrecadação. Hoje, 70% da população arca com esses impostos federais. Nós queremos que 100% arque. O imposto único federal, é imposto digital, é um imposto automático, é insonegável(sic), e muitos não querem. Ele é insonegável(sic). Portanto, quando a gente diminui a carga, a gente consegue arrecadar mais e manter o repasse para os estados e municípios, porque não—
[Carlos Nascimento]: O tempo, por favor. Agora, a participação da jornalista da revista Veja, Clarissa Oliveira. Boa noite, a sua pergunta vai para quem e quem comenta?
[Clarissa Oliveira]: Olá, boa noite a todos. Minha pergunta vai para Padre Kelmon, com comentário de Felipe D'Avila. Candidato, o senhor só está sentado nessa cadeira hoje porque o nome escolhido originalmente pelo seu partido, Roberto Jefferson, foi impedido de disputar, enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Gostaria de saber o que o senhor acha dessa lei, o que o senhor pensa dessa decisão da Justiça, e, se eleito, o que o senhor faria para impedir que políticos corruptos saiam impunes e, eventualmente, venham a disputar eleições. Por favor, candidato.
[Padre Kelmon]: A senhora está afirmando que o Roberto Jefferson foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa. E que isso o impede. Essa lei deveria valer para todos os candidatos, então? Por que o candidato, o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, está como candidato a presidente da República? A lei só vale para um e outros não? Ele deveria também estar sendo impedido de ser candidato à presidência da República. Então, nós precisamos parar de demagogia, de falácias, nós precisamos parar de mentira. São muitas fake news que são inventadas aqui. Vocês, nós precisamos falar a verdade. O povo, você cidadão de casa, precisa ouvir da boca do candidato verdades, e não mentiras, como nós ouvimos todos os dias aqui. Tem candidato aqui que simplesmente se vestem com uma roupagem que ele não é aquilo para mentir, para te enganar. Então você precisa olhar para os candidatos, olhar para essa eleição com uma consciência, uma consciência muito apurada. Apurada. Para ver a vida pregressa de cada um. Nós temos todos esses candidatos aqui, todos os candidatos aqui atacando um só, o presidente da República. Eu estou só observando a fala de cada um. Cinco contra um. Mas agora, são cinco contra dois, porque nós somos candidato de direita. O PTB é o único partido cristão e conservador de direita do Brasil. Infelizmente—
[Carlos Nascimento]: O tempo. O tempo. Por favor. O tempo.
[Carlos Nascimento]: O tempo, por favor. Comentário, candidato D'Ávila.
[Luiz Felipe D'Avila]: Que privilégio poder responder essa pergunta. Eu tenho muito
orgulho de fazer parte do Partido Novo, o único partido ficha limpa mesmo! 44 mandatários, nenhum escândalo de corrupção. O partido que faz a diferença na vida das pessoas. Mais do que um partido com mandatários sem escândalo de corrupção, um partido que seus filiados precisam ser ficha limpa. Nenhum outro partido tem isso. Eu, com orgulho, defendo todos os nomes do Partido Novo. Por isso, eu peço a você: vote nos candidatos do Partido Novo nesta eleição, para o Congresso, para o governo, para o senado e para a Presidência da República, é o único jeito de termos ficha limpa na política brasileira.
[Carlos Nascimento]: A réplica do Padre Kelmon.
[Padre Kelmon]: São falácias, falácias e falácias. Nós já sabemos, já estamos acostumados com esse tipo de discurso político, mas eu quero convidar você para olhar, olhar para os candidatos que defendem realmente, defendem a vida, defendem Deus, Pátria, família, vida e a liberdade. Você que tem a oportunidade, você que está me vendo em casa, você tem a oportunidade de escolher candidatos que de fato defendem interesses, sem mascaramentos, sem subterfúgios, sem querer enganar você. Eu sou candidato do 14, votem no 14 para Presidente da República, votem no 14 para deputado federal. O único partido, se ele se orgulha de ser o partido de ficha limpa, nós nos orgulhamos de sermos um partido de direita que defende Deus, Pátria, família, vida e liberdade.
[Carlos Nascimento]: Tempo. Obrigado. Encerramos aqui este segundo bloco do debate. Você vê imagens do estúdio 4 do SBT, onde as equipes dos candidatos, convidados e jornalistas acompanham o debate. Se quiser saber mais sobre bastidores, basta acessar as redes sociais dos veículos que participam do pool. Use a #debatepresidente. Esse debate é realizado pelo maior pool de veículos de comunicação, formado por SBT, CNN Brasil, Terra, Nova Brasil, Estadão, Eldorado e Veja. Debate para presidente: a hora da decisão.
[Carlos Nascimento]: Estamos de volta com o debate entre os candidatos à presidência da república que reúne o maior pool. Você pode acompanhar o debate também pelo celular, no YouTube da CNN, do SBT e do SBT News, na Rádio Eldorado e rádio Nova Brasil, além dos sites de Veja, Estadão e Terra. Vamos então às normas deste terceiro bloco. Neste terceiro bloco, candidatos fazem perguntas entre si na ordem inversa do começo do debate. Os tempos estabelecidos são iguais aos do primeiro bloco. Perguntas, 30 segundos. Respostas, um minuto e meio. Réplicas e tréplicas, 45 segundos. Todos os candidatos aqui presentes precisam obrigatoriamente ser chamados para responder. O candidato que se sentir ofendido, poderá pedir direito de resposta. Uma equipe formada por advogados e jornalistas do pool irá avaliar se houve a ofensa. Em caso afirmativo, o candidato ofendido ganhará direito de resposta pelo tempo de um minuto. Você vê o púlpito vazio do candidato Lula, do PT, que foi convidado, mas não quis participar deste debate. Quem começa esse bloco é o candidato Felipe D'Avila do Novo. Por favor, candidato, a quem o senhor dirige a sua pergunta?
[Luiz Felipe D'Avila]: A minha pergunta é dirigida ao candidato Bolsonaro.
[Carlos Nascimento]: Pois não.
[Luiz Felipe D'Avila]: Candidato Bolsonaro, o Brasil está cansado de ver escândalos de corrupção drenando o dinheiro do povo brasileiro. E o campeão de escândalos de corrupção, como nós sabemos muito bem, é o presidente Lula, um dos maiores escândalos de corrupção do mundo. Aliás, todo o abecedário tem nome: mensalão, petrolão, pode escolher a letra, tem um escândalo de corrupção do Lula. Eu queria saber o que o senhor fez no seu governo para combater a corrupção e o que fará para tirar a corrupção das manchetes de jornal.
[Jair Bolsonaro]: Nós tiramos, D'Avila, a corrupção das manchetes. Três anos e oito meses, você não vê escândalo de corrupção no meu governo. Quando acusam, tipo uma CPI fajuta do Senado, falam suposições. "Ah, tentaram pegar uma propina na vacina tal." Nada foi pago, nada foi comprado dessas empresas. Então nós demos o exemplo. Como, D'Avila? Escolhendo pessoas corretas para estar à frente dos Ministérios. Nós não aceitamos as indicações político-partidárias para Ministérios, para Caixa Econômica, Banco do Brasil, BNDES, e para as estatais. Olhe, por exemplo, a Itaipu Binacional. Como ela faz obra, como a segunda ponte com o Paraguai já concluída, a terceira começando lá em Porto Murtinho, a extensão do aeroporto de Foz do Iguaçu. Nós não temos corrupção. Olha os assaltos, D'Avila, que haviam nos fundos de pensão das estatais. Eu tô aqui com contracheque de um carteiro.
[Carlos Nascimento]: Segundo a norma do debate, não é possível...
[Jair Bolsonaro]: Tô aqui com o contracheque de um carteiro, ele desconta 510 reais por mês e vai descontar até 2030 pra cobrir roubalheira do fundo de pensão dos Correios que é o Postalis. É a corrupção com carnê. Nós, ao colocarmos pessoas adequadas e certas, e com responsabilidade e honestidade, combatemos a corrupção. Somos orgulho, e me orgulho muito de ser presidente da república onde não tem qualquer escândalo de corrupção.
[Carlos Nascimento]: A réplica, candidato D'Avila.
[Luiz Felipe D'Avila]: Bolsonaro, eu gostaria que o senhor explicasse um pouco mais o orçamento secreto. Porque no primeiro ano, o senhor vetou o orçamento secreto, mas depois, pressionado pelo Congresso Nacional, aprovou o orçamento secreto, onde tem as suas digitais, que hoje é muito parecido com o mensalão. Além de tudo, o senhor disputa a presidência da república e o chefe do seu partido, Valdemar Costa Neto, foi preso justamente no escândalo do mensalão. Portanto, também tem um presidiário ligado à corrupção ao seu partido. Eu gostaria que o senhor explicasse pras pessoas a diferença entre o mensalão e o orçamento secreto.
[Jair Bolsonaro]: Lá atrás, o ministro Joaquim Barbosa foi bem claro que eu fui um dos três deputados do meu partido na época que não pegava dinheiro na Petrobras. A mesma coisa Joaquim Barbosa dizendo que eu devolvi dinheiro dado pela JBS para mim pessoalmente, devolvi. E era legal aquilo. O orçamento secreto, D'Avila, eu vetei, o Congresso derrubou o veto com o apoio das senadoras aqui. Eu não tenho qualquer acesso ao orçamento secreto. Então realmente esse dinheiro, 18 bilhões atualmente, poderia, seria muito melhor distribuído para outras áreas do Governo. Agora, pela segunda vez, você tem razão. Não em tudo que você falou. Iam derrubar o veto de novo. Eu não tenho acesso, eu não sei pra onde vai o dinheiro desse tal orçamento secreto. Pode perguntar pras senadoras aqui que elas te responderão com toda certeza.
[Carlos Nascimento]: A senadora pede direito de resposta. Está registrado. Está sendo examinado pelos jornalistas e pelo pessoal do pool. Vamos agora à pergunta do Padre Kelmon, do PTB.
[Padre Kelmon]: Pergunto à senadora—
[Carlos Nascimento]: Perdão. Temos também um pedido de resposta, de direito de resposta da senadora, candidata Soraya. Vamos agora à pergunta do Padre Kelmon. A quem o senhor pergunta, por favor?
[Padre Kelmon]: Padre Kelmon. Pergunto à senadora Simone Tebet. Candidata, o ex-presidiário Lula defendeu o aborto recentemente em entrevistas. A senhora se diz feminista. Dentro da agenda feminista, está o apoio incondicional à legalização do aborto. A senhora concorda com essa agenda? Como presidente apoiará o assassinato de bebês indefesos no ventre de suas mães?
[Simone Tebet]: Candidato, o meu conceito feminista é muito diferente do seu conceito.
[Padre Kelmon]: Não, só existe um conceito.
[Simone Tebet]: Eu estou falando, a palavra é minha. E, por favor, me respeite. Eu gostaria que repusesse meu tempo, por favor.
[Carlos Nascimento]: Pode continuar, por favor.
[Simone Tebet]: O seu conceito é diferente do meu. Sabe que pra mim o que é ser feminista? É defender o direito das mulheres, de ganhar iguais salários aos dos homens, porque a mulher preta no Brasil recebe até 40% menos. O meu... o feminismo é como presidente, pela primeira vez uma mulher presidente da Comissão de Combate à Violência Contra a Mulher exigir com leis mais severas colocar na cadeia homem que batem covardemente em mulher. É isso que é ser feminista. Eu sou católica, padre, lamento a sua visão seletiva, confesso que tenho dúvidas se teria de me confessar com você. Eu sou contra o aborto, porque eu sou católica e sou cristã. Isso não me faz menos feminista. Eu defendo a vida. E assim sempre fui. Agora, o feminismo no Brasil precisa ser entendido não como uma pauta de esquerda, mas como uma pauta cristã. A mulher brasileira hoje é a cara mais pobre desse Brasil. Se ela for preta e do Nordeste, então, ela não tem condição nenhuma de ter uma qualidade de vida, que infelizmente as mulheres brancas têm na proporção. É isso que é ser feminista. Eu defendo a vida e continuo defendendo as mulheres brasileiras, é por isso que eu sou candidata à Presidência da República. E se eu for eleita presidente da República, nenhuma criança vai dormir com fome no Brasil. Se eu for presidente da República, a chave da casa própria vai para você, mulher, que é a porta da cidadania. Se eu for eleita presidente da República, eu não vou cometer crime de corrupção. Vou pôr na cadeia quem faz, porque a corrupção mata, ela tira o dinheiro que está faltando lá, para servir a você, para dar qualidade de vida para a sua família.
[Padre Kelmon]: A senhora se contradisse, porque a senhora como feminista, se a senhora realmente é feminista, como é o movimento feminista, a senhora está se contradizendo, porque as feministas, elas apoiam o aborto incondicionalmente. Então, a senhora também disse aqui que a senhora está vivendo um feminismo que a senhora criou. O meu feminismo, então a senhora tem um feminismo particular, muito só seu. Então a senhora trai também ao próprio movimento feminista. A senhora se diz católica, está dizendo que é católica. Eu sou católico ortodoxo, mas nós católicos defendemos a vida igualmente. Então a senhora precisa... a senhora está dizendo que quer se confessar comigo, eu posso te atender em confissão, posso atender sim, mas a senhora não respondeu a minha pergunta. A senhora está—
[Carlos Nascimento]: Tréplica. Tréplica, por favor.
[Simone Tebet]: Eu peço desculpa a você, que é católico também. Eu peço desculpa à minha igreja, por ter lamentavelmente um padre aqui colocando palavras na boca de um cidadão, de uma cidadã. Eu sou feminista no meu conceito, e a vida inteira defendi a vida e sou contra o aborto. Qual é o problema disso? E eu vou dizer mais. Eu tive coragem de entrar com uma ação contra Bolsonaro e contra Lula, porque me senti ofendida como cristã quando ambos escolheram uma santa, pasmem, mas não para falar de amor, mas para poder gladiarem através do ódio Madre Teresa de Calcutá, na propaganda eleitoral. Coisa que o padre não fez. Lamento, padre, eu jamais me confessaria com o senhor, jamais.
[Carlos Nascimento]: Tempo encerrado. Vamos agora à pergunta da candidata do União Brasil, Soraya Thronicke, por favor. A sua pergunta e a quem será dirigida?
[Soraya Thronicke]: Para o candidato Ciro Gomes.
[Carlos Nascimento]: Pois não.
[Soraya Thronicke]: Candidato, o programa do PT traz algumas coisas extremamente preocupantes, como é o caso da regulamentação do agronegócio. E eu pergunto para o senhor: o senhor concorda em regulamentar o nosso maior orgulho, que tem segurado a balança econômica do Brasil, que é o agronegócio? A quem a gente tanto defende, que muito nos orgulha e cuida das nossas exportações?
[Ciro Gomes]: Senadora, eu lamento que o presidente Lula não esteja aqui porque não gosto de fazer reflexões que a pessoa não possa reagir. Porém o PT e o governo Lula, os quatro mandatos devastaram a indústria nacional brasileira. Só para você ter uma ideia, em 80, o Brasil era quase seis vezes a China. Hoje, a China é quase 20 vezes o Brasil, e isso faz com que o Brasil tenha uma dependência brutal de importar tudo o que é manufaturado do estrangeiro: vacina, remédio, prótese, cama de hospital, diagnóstico médico, todo eletroeletrônico, tudo é importado do estrangeiro. Eu tenho uma política para reindustrializar o Brasil. Enquanto isso, deixa que eu lhe diga, que eu gosto de refletir com as pessoas para que elas entendam o quanto é grave esse conjunto de argumentos que eu estou tentando fazer, quem carrega o Brasil nas costas é o saldo comercial que a agricultura e a pecuária brasileira de todos os postos fazem. Eu lhe dou um número, enquanto o Brasil cresce dois pontos, que é o que tem crescido em média, nesses 12 anos de PT. O Lula só fala do período dele, depois esquece que a Dilma derrubou 7% do PIB brasileiro. Pois bem, enquanto o Brasil cresce dois pontos, o buraco na conta com o estrangeiro é de 130 bilhões de dólares. Quem paga a conta? O agronegócio. Isso quer dizer que o agronegócio está livre para fazer tudo o que quiser e bem entender? Claro que não. E o setor mais moderno e avançado do agronegócio já sabe que tem que produzir em base sustentada. Isso é o que nós temos que estimular, o bom exemplo, que é generalizadamente a característica da maioria. Portanto, não tenha dúvida que toda e qualquer perseguição ao agronegócio é um tiro no pé.
[Carlos Nascimento]: Por favor, a réplica, candidata Soraya.
[Soraya Thronicke]: Infelizmente, o candidato não está aqui, mas o povo brasileiro precisa saber dos projetos dele, que é inclusive limitar a exportação de carne. Gente, quem fez isso foi a Argentina e Venezuela, e foi desastroso. Mas eu vou aproveitar aqui para dizer algo fora desse contexto e dizer que "estelionatário" é quem pratica, é o ato que pratica quem usa dinheiro vivo para não deixar rastro e nem provas. Aqui eu estou com a votação minha e da senadora Simone Tebet, dizendo que votamos "não", "não", e procurem vocês dentro do site do Senado Federal a verdade. João 8:32, que a pessoa simplesmente mente.
[Carlos Nascimento]: A tréplica, por favor.
[Ciro Gomes]: Bom, o Brasil precisa entender o que está acontecendo. Nós tínhamos o maior pulso de crescimento do mundo, crescíamos 6,7% ao ano, meio século entre os anos 30 e 80. Dali dos anos 80 até 2010, o Brasil caiu para 2,6%, isso crescendo assim, com a população nascendo, 2 milhões 700 pessoas por ano, nós começamos a empobrecer. Nos últimos 11 anos, três de Bolsonaro e oito de PT, o Brasil tende a crescer zero, pela primeira vez em 120 anos. Nós precisamos desesperadamente entender isso, o tamanho e a profundidade da crise econômica e por que a governança política do país levou à cassação e à desmoralização de todos os presidentes que concederam a corrupção.
[Carlos Nascimento]: Bom, a quarta pergunta é justamente de Ciro Gomes, candidato do PDT. Para quem o senhor fará a pergunta, candidato?
[Ciro Gomes]: Vou perguntar ao professor Felipe D'Ávila porque acho que ele trouxe um assunto muito relevante e houve escorregão pra lá e pra cá, e acho que esse é um assunto grave. Professor, o presidente Jair Bolsonaro se elegeu, na minha opinião, sem tirar o valor dele, na minha opinião, se elegeu porque o Brasil vivia a um só tempo a mais grave crise econômica e a mais generalizada percepção de ladroeira promovida pelo PT. E ele agora está também com a percepção de 70% do povo de que o governo dele entregou-se à corrupção, e a crise econômica deriva do mesmo modelo. O senhor não acha que isso tem que mudar constitucionalmente? Mudar institucionalmente?
[Luiz Felipe D'Avila]: Ciro, precisamos sim, precisamos acabar com a corrupção. A corrupção é que empobrece o país, a corrupção tira o dinheiro da Educação, da Saúde, da Segurança e vai para o bolso de picaretas que vivem às custas do brasileiro que acorda cedo, trabalha, portanto, nós precisamos acabar com a corrupção. E só tem um jeito, você colocar gente séria no poder. É você, eleitor, que vai desistir se o governo vai ser conduzido por um corrupto safado ou se vai ser conduzido por gente honesta, é o seu voto, é a escolha que você vai fazer no dia 02 de outubro. Portanto, se no dia 02 de outubro você cair no conto do Vigário e votar em corrupto, não espere um governo honesto. Se você votar em gente incompetente, não espere ver a economia voltar a crescer, prosperar; e, como o Ciro disse, nós não vamos crescer nunca. Nós vamos continuar crescendo zero, dois, 1%. E se o Brasil não crescer, não gerar renda e emprego, não tem como resolver a questão da pobreza no Brasil. Todo país que resolveu a questão da pobreza, é país que abriu a sua economia para o mundo, que competiu no comércio internacional. Como é o caso do agronegócio, o único setor da economia que compete no comércio internacional. O agro é que fez o nosso PIB crescer, esse PIBinho de 2,5%. Portanto, está na hora de abrirmos a economia. Temos uma pauta ambientalmente correta, combater a corrupção; e você precisa votar em partidos como o Novo para acabar com a corrupção.
[Carlos Nascimento]: A réplica, candidato Ciro.
[Ciro Gomes]: É isso, professor, eu creio que o presidente Bolsonaro teve uma oportunidade de ouro de mudar radicalmente. E o sistemão o que apoiou contra o Lula e o PT lá atrás, pra não deixar que eu chegasse, botou a faca no pescoço, trouxe acusações sobre os filhos, e aí está o Brasil de novo desastrado, desmoralizado, e teve a proeza, o Bolsonaro, de ressuscitar o Lula. Ali em 2018, as pessoas tinham clareza de que o PT tinha virado essa coisa trágica de corrupção e de desmonte econômico do Brasil. E o Bolsonaro recebeu da mão do povo brasileiro essa oportunidade e conseguiu a proeza de ressuscitar o Lula, que se dá ao luxo, inclusive, meu irmão, de não vir sequer dar satisfação aqui por que terminado o seu mandato, cinco pessoas acumulam a fortuna dos 100 milhões de brasileiros mais pobres. Isso é que eu quero mudar.
[Carlos Nascimento]: A tréplica.
[Luiz Felipe D'Avila]: Você que está nos assistindo vai entender a diferença de um governo do Novo do Bolsonaro. No governo do Novo, nós elegemos Romeu Zema, governador de Minas Gerais, que acabou com o PT em Minas Gerais. O PT sequer lançou candidato a governo do Estado porque sabe que vai ser dizimado pelo Zema. O Zema vai ganhar em primeiro turno. Por quê? Governo sério, arrumou as contas, atraiu investimento, colocou Minas Gerais nos trilhos e acabou com a corrupção do PT. Infelizmente, nesse governo Bolsonaro, as pessoas parece que estão com saudades de novo do PT, desse partido corrupto, desse Barrabás que vem assaltando o Brasil e que foi preso, e querem colocá-lo novamente na presidência da república. Gente, só tem um jeito pra acabar com o PT na presidência da república: é votar no Partido Novo.
[Carlos Nascimento]: Obrigado. Antes de prosseguir nesse bloco, devo informar que os pedidos de resposta das candidatas Soraya e candidata Simone foram negados. O pedido de resposta do candidato Bolsonaro foi aceito. Portanto, o senhor tem um minuto para exercê-lo.
[Jair Bolsonaro]: Me acusam de ser corrupto. Mas não dizem de onde foi tirado esse dinheiro pra corrupção. Mentiras. Gente aqui posando como vestais da moralidade. O Ciro me acusa de corrupto. Ciro, a Polícia Federal já bateu na tua porta e do teu irmão. Por ocasião de desvios lá do estádio do Castelão. Então, por favor, olhem pro espelho primeiro e depois venham me acusar. Três anos e meio sem corrupção. Me apontem. Me apontem de onde é que eu... que eu pratiquei corrupção no Brasil! O Brasil está crescendo, quando eu falo em PIB, Ciro, vocês querem dizer que, por ocasião de 2020, a Covid, o mundo caiu em média 9%, o Brasil caiu quatro, não poderíamos ter, nesse somatório, algo muito positivo, se não fosse a Covid, estaríamos muito além dos 3% no PIB.
[Carlos Nascimento]: Candidato Bolsonaro, o senhor deve fazer a próxima pergunta. Candidato Ciro pedindo direito de resposta. Agora quem pergunta é o candidato Jair Bolsonaro, a quem o senhor fará a pergunta, por favor?
[Jair Bolsonaro]: Quem tá sobrando, por favor?
[Carlos Nascimento]: Padre Kelmon ou Soraya.
[Jair Bolsonaro]: Vou perguntar pro Padre Kelmon. Padre, nós tivemos o olhar todo especial para os pobres no Brasil. Eu me preocupo com aquele que levanta de madrugada pra ir às ruas vender algum serviço. E na pandemia, eles foram massacrados, foram obrigados a ficar em casa. Nós criamos o maior auxílio social pra essas pessoas. Hoje, os pobres ganham 600 reais por mês. Me acusam de não ter... olhar para o pobre, qual é a tua opinião sobre isso, prezado padre?
[Padre Kelmon]: A minha opinião é que o senhor tem ajudado muito esse país, e nós estamos vendo aqui um massacre. Eu nunca tinha visto isso na minha vida. Partidos que se juntaram, cinco partidos que se juntaram pra bater num presidente da república. Com falácias, com mentiras, inventando, não é, e nós vemos um presidente que mantém o país com uma economia. Está pequena? 4% talvez? Mas vejam os Estados Unidos como está. 8% de inflação. O país, o nosso país não está sofrendo mais ainda por causa das políticas econômicas do nosso... do ministro Paulo Guedes. Então bater no presidente, todos vocês falaram mal do presidente da república. Será que eu... o presidente da república não fez algo de bom pro povo do Brasil? Vocês só enxergam maldade, corrupção? Foram 13 ou 14 ou 15 anos do governo do PT, por que vocês não falam a verdade? Por que vocês não dizem que no tempo desse governo, do governo do PT, na era do PT, na era da Dilma e do Lula, quantos, quantos dos seus, quantos dos seus apadrinhados ganharam, enriqueceram, e o pobre mais pobre? Vocês dão as migalhas, as migalhas que caem da mesa de vocês, e o pobre se contenta com essas migalhas? O presidente aumentou, aumentou o poder de compra desse povo. Se não fosse o dinheiro, eu trabalho com o povo pobre!
[Carlos Nascimento]: Obrigado.
[Padre Kelmon]: Vocês falam, mas eu trabalho—
[Carlos Nascimento]: Tempo esgotado. A réplica, candidato Bolsonaro.
[Jair Bolsonaro]: Prezado padre, nós damos Auxílio Brasil para 21 milhões de famílias, entre elas, 17 milhões de mulheres, que nós acreditamos na mulher, nós queremos a mulher forte. Mais ainda, padre, o senhor sabe, pela sua idade, sua experiência, quanto o nordestino sofria com a falta d'água, nós concluímos a transposição do Rio São Francisco, que era para ter acabado em 2012. O candidato faltoso aqui, o presidiário, desviou dinheiro da transposição do São Francisco. Nós desviamos foi água para o povo do nosso Nordeste. Nós matamos a sede do nordestino. Meu grande abraço a todos do Nordeste. E muito obrigado pela forma como sou recebido quando visito esse estado.
[Carlos Nascimento]: O tempo. Tréplica, padre Kelmon.
[Padre Kelmon]: Exatamente isso. O povo do Nordeste, eu sou nordestino, o povo do Nordeste passava por necessidades ali no Ceará, Pernambuco, a água nunca chegava. Graças a essa política que complementou, terminou, finalizou, tudo aquilo que foi iniciado, políticas mal-acabadas, deixam pela metade, gastam dinheiro público do imposto do trabalhador, brincam com o seu imposto, brincam com você. É preciso que você tome consciência, ponha a mão na consciência, análise esses últimos anos, esses dez anos de governo de esquerda, analisem isso. Olhem para os benefícios que esse país está recebendo. Se nós não tivéssemos um governo de direita, agora, eu também sou de direita—
[Carlos Nascimento]: Tempo esgotado. Por favor. Muito obrigado. Antes da próxima pergunta, eu devo informar que o direito de resposta solicitado pelo candidato Ciro Gomes foi concedido, e o senhor tem um minuto para exercê-lo, por favor.
[Ciro Gomes]: Me defendo e me explico. Eu, de fato, fui vítima de uma busca e apreensão, que é uma ação meramente cautelar, não é acusação, não estou denunciado, nunca respondi em 42 anos de vida pública por qualquer denúncia de corrupção. E essa busca e apreensão foi julgada por unanimidade ilegal. A minha desconfiança é, é um delegado petista, canalha, que sei que é, ou foi o governo Bolsonaro interferindo na Polícia Federal, como fez para proteger os filhos? Agora digo o que eu estou dizendo. Bolsonaro, olhar aqui pra você, você vendeu a carteira de crédito de três bilhões e 300 milhões de reais do Banco do Brasil por 300 e poucos milhões para o BTG, aí tem. Você vendeu a Landulfo Alves por metade do preço, para um fundo obscuro dos Emirados Árabes. Se vendeu pela metade do preço, alguém ganhou e o povo brasileiro perdeu. Bolsonaro, você vendeu os gasodutos e oleodutos da Petrobras e entregou um contrato de aluguel, e essa é a roubalheira mais escandalosa que eu já vi. Não vou falar da biografia, filhos envolvidos em compra com dinheiro em espécie—
[Carlos Nascimento]: Por favor, candidato Ciro. Foi registrado o pedido de direito de resposta do candidato Bolsonaro, que será examinado. Vamos agora à última pergunta desse bloco, da candidata Simone Tebet.
[Simone Tebet]: Sobrou acho que a Soraya?
[Carlos Nascimento]: A senhora deve perguntar, por favor, à candidata Soraya.
[Simone Tebet]: Candidata Soraya, quem vai ao mercado sabe que os preços dos alimentos estão pela hora da morte, feijão, leite, cebola, óleo de soja, produtos quase que dobraram em menos de um ano. Muito diferente da média da inflação oficial, e muito diferente do aumento do salário mínimo. Aliás, quem está desempregado sequer tem dinheiro para colocar comida na mesa. E aquele que está empregado não consegue mais ter o mesmo poder de compra que antes. Gostaria de ouvi-la, já que vamos falar de propostas, qual a sua proposta para mudar essa realidade?
[Soraya Thronicke]: Pois é, as pessoas no Brasil, nesse país que é considerado o celeiro do mundo, estão passando fome. A carga tributária não foi, não é, e não vai ser a prioridade dos dois candidatos que estão liderando as pesquisas, infelizmente. Nós precisamos arrumar esse caos todo, e precisamos desonerar o consumo, e desonerar acima de tudo a folha de pagamento. Dentro dos 11 tributos federais que nós substituiremos por um imposto só, podemos dizer que essa carga dos 11 tributos significa cerca de 25% de peso sobre o consumo das pessoas. E isso vai virar apenas 1,26. Além disso, dentro da nossa proposta, que já vai desonerar a contribuição da previdência, porque o Imposto Único Federal que vai bancar, nós isentaremos todas as pessoas que recebem até cinco salários mínimos da arrecadação do Imposto de Renda. Aquele desconto que vem no seu holerite, não virá mais. Você que ganha aí cerca de três mil reais por mês, pode ter certeza que vai sobrar, dentro de um ano, o equivalente a um 14º salário. Isto sim é aumentar o poder de compra das pessoas e é ter uma proposta para o Brasil. Precisamos rediscutir tudo isso, e, acima de tudo, para cuidar das pessoas, cuidar das contas. Essa é a nossa prioridade.
[Carlos Nascimento]: A réplica da candidata Simone, por favor.
[Simone Tebet]: Na economia, funciona assim: quando você tem governo ruim, inoperante, que não apresenta projetos, não garante segurança, quem tem dinheiro não investe. Sem dinheiro privado, o Brasil não cresce, não gera emprego nem renda. É pior do que isso, porque a instabilidade faz com que o dólar suba, os juros sobem, e, com isso, tudo o que a gente compre fique mais caro. Pra isso mudar, é preciso ter um governo sério, responsável, que garante segurança jurídica. É isso que eu me proponho: um governo parceiro da iniciativa privada, que vai desonerar o imposto lá no consumo da cesta básica, para que o pobre não pague o mesmo que o rico pague. Além dessa reforma tributária, diminuindo a carga tributária, nós vamos ser parceiros da iniciativa privada, porque são eles que geram o emprego e alavancam a economia brasileira.
[Carlos Nascimento]: Pois não. A tréplica.
[Soraya Thronicke]: Abandonar a bandeira da economia liberal foi o maior pecado também que este governo cometeu, além de abandonar a bandeira do combate à corrupção. Além disso, quando a gente tem essa situação de dificuldade de atrair investimentos financeiros, nós temos ministros, ministros que falam mal dos nossos clientes. Fala mal do nosso maior comprador do nosso país, que é a China, aí fala mal da França. Você imagina, vocês já imaginaram alguém falar mal do cliente, tratar mal seu cliente? Isso é não proteger o seu mercado interno. Isso é um desrespeito com o povo brasileiro, com o agronegócio que exporta pra esses países. Desrespeito. Essa é a verdade.
[Carlos Nascimento]: Muito obrigado. Antes de encerrar este bloco, eu devo informar que o pedido de resposta do candidato Bolsonaro foi concedido. O senhor tem um minuto pra exercê-lo, por favor.
[Jair Bolsonaro]: O meu governo foi o que mais colocou machões na cadeia. Defendendo as mulheres que sofrem violência pelo Brasil. O meu governo que mais atendeu aos pobres com o Auxílio Brasil. E lamentavelmente, o Partido Novo votou contra o Auxílio Brasil na Câmara. Dizer a todos que a nossa economia vai muito bem. E a nossa preocupação com os pobres se reflete no número de empregos que tem se criado no Brasil ao longo dos últimos meses. O Brasil vai muito bem. É um exemplo para o mundo. Paulo Guedes não criticou ninguém, apenas falou a verdade sobre ingerência do governo francês e da forma como o outro governo se dirigia ao nosso país. Isso é defender a nossa soberania. Isso é defender os interesses do nosso país. O Brasil é um país fantástico, e melhorou e muito no meu governo. Eu me orgulho de ser brasileiro e de ser presidente desse grande país.
[Carlos Nascimento]: Chegamos, então, ao fim deste terceiro bloco do debate. Você vê agora imagens do estúdio quatro do SBT, onde as equipes dos candidatos, convidados e jornalistas acompanham o debate. Se quiser saber mais sobre os bastidores, basta acessar as redes sociais dos veículos que participam do pool, use a #debatepresidente. O debate entre os candidatos à presidência da república é realizado pelo maior pool de veículos de comunicação, formado por SBT, CNN Brasil, Terra, Nova Brasil, Estadão, Eldorado e Veja. Debate para presidente, a hora da decisão.
[Carlos Nascimento]: Estamos de volta com o debate entre os candidatos à Presidência da República, que chega até você pelo maior pool de veículos de comunicação formado por: SBT, CNN Brasil, Terra, Nova Brasil, Estadão /Eldorado e Veja. Estamos ao vivo também no YouTube da CNN, do SBT, do SBT News, na Rádio Eldorado e rádio Nova Brasil. Além dos sites de Veja, Estadão e Terra. Bem, vamos agora às normas deste bloco. Neste quarto e último bloco, jornalistas perguntam para candidatos, seguindo a mesma dinâmica do segundo bloco. Cada jornalista escolhe dois candidatos, um para responder e o outro para comentar. Quem responde tem direito à réplica. As perguntas terão 30 segundos; as respostas, um minuto e meio. Comentários e réplicas: 45 segundos. Depois da rodada de perguntas, os candidatos terão 45 segundos para considerações finais. A ordem será a mesma do sorteio que definiu a posição de cada um no cenário, começando pela direita do mediador. Bom, você vê aí um púlpito vazio, é do candidato Lula, do PT, que foi convidado, mas não quis participar deste nosso debate. Quem abre o bloco é a jornalista da revista Veja, Clarissa Oliveira. Clarissa, para quem vai a sua pergunta e quem deverá comentá-la?
[Clarissa Oliveira]: Minha pergunta vai para o presidente Jair Bolsonaro, com comentário de Ciro Gomes. Presidente, a gente já assistiu aqui, desde o começo da campanha, vários casos graves de violência política. Um bolsonarista assassinou um petista durante uma festa de aniversário, um outro apoiador do senhor matou um também petista com golpes de faca e machado. E na sexta-feira, agora, uma jovem tomou uma paulada na cabeça depois de discutir com um bolsonarista sobre a eleição. O senhor chegou a dizer lá atrás que é preciso fuzilar a petralhada, eu gostaria de saber se o senhor se arrepende dessa declaração.
[Jair Bolsonaro]: Primeiro, eu quero dizer que eu sou palmeirense, eu peço à torcida do Palmeiras; não briguem, caso contrário, eu vou ser responsabilizado. Faltou a ilustre jornalista falar de um caso agora de um petista que tinha inclusive uma tatuagem do Lula no ombro, onde ele matou a esposa e um filho de dois anos. Querer me responsabilizar por essas ações não tem cabimento. Eu diminuí em mais de 40% as mortes violentas no nosso Brasil. Com as políticas mais variadas possíveis, entre elas, a do armamento. Esse episódio lamentável de Foz do Iguaçu, como tantos outros, eu recebi o irmão da vítima, que disse para todos que votava em mim. Eu recebi com toda a cordialidade, liguei para seus familiares naquele momento. Fiz uma live de quase uma hora. A esposa dele fez uma oração também de mais de 30 minutos, pregando a paz, e eu ali, comovido, sentido com esse problema. Agora, prezada jornalista, por favor, se alguém briga na rua, vai que ele seja favorável a mim, querer imputar a mim essa responsabilidade foge do jornalismo minimamente sério. Nós queremos a paz, queremos a tranquilidade, queremos futuro do nosso Brasil. Defendemos as mulheres, de fato, e não da boca para fora. Lamentável, com todo o respeito, o seu posicionamento.
[Carlos Nascimento]: O comentário do candidato Ciro.
[Ciro Gomes]: Minha irmã, meu irmão, segue comigo. Hoje 125 milhões de brasileiros não fizeram três refeições, só uma, só uma, vou dizer aqui em alta voz, em cada quatro crianças nesse país, que é um dos maiores produtores de comida do mundo fez as quatro refeições. No Brasil, o desalento atinge cinco milhões, o desemprego dez milhões, e a informalidade mais selvagem que vai produzir milhões de idosos sem nenhuma aposentadoria, atinge 50 milhões. E nós estamos discutindo isso. Isso é relevante? É, mas será possível que o debate não dê uma única oportunidade para a gente explicar como eu vou fazer um programa de renda mínima? Enfim, então vou comentar só o que me pediram para comentar. Quem criou essa história do "nós contra eles" foi o PT, e o Bolsonaro adora porque um resolve o problema do outro.
[Carlos Nascimento]: Tempo. Agora réplica do candidato Bolsonaro.
[Jair Bolsonaro]: Eu insisto na tecla, prezado Ciro, nós demos Auxílio Brasil para 21 milhões de famílias, e ele pode hoje se cadastrar por um aplicativo. Não tem mais aquela triagem pelas prefeituras, onde sempre alguém segurava aquele processo para ganhar algo político lá na frente. Nós temos olhar todo especial para os mais pobres, eu peço aos mais pobres, quem está passando necessidade, quem está passando fome, procure se cadastrar para receber o Auxílio Brasil, de 600 reais. Seis vezes maior do que se pagava lá atrás no governo do PT. Nós temos um olhar, mais que um olhar, um trabalho muito especial e concreto para tirar os brasileiros do mapa da fome.
[Carlos Nascimento]: Agora o segundo a perguntar neste bloco, o jornalista Marcelo Torres, do SBT. Marcelo, pra quem você pergunta e quem comenta?
[Marcelo Torres]: Nascimento, eu quero perguntar pra candidata Simone Tebet com comentário do candidato Jair Bolsonaro. Candidata, eu queria que a senhora falasse pra mim sobre educação. O que a senhora mudaria na educação em relação ao governo atual? E também que a senhora comentasse um tema específico: inúmeras pesquisas mostram o benefício da educação em tempo integral pras crianças. Alguns estados e municípios já conseguiram avançar, outros não podem nem sonhar porque não têm dinheiro. A senhora acha que o Governo Federal deveria usar do seu recurso, da sua verba pra impulsionar a educação em tempo integral, de preferência pra todas as crianças brasileiras?
[Simone Tebet]: Eu agradeço a sua pergunta porque eu sou professora, e eu fiz um juramento como professora e como mãe de duas Marias: que eu não vou sossegar enquanto a escola do filho do pobre não tiver a mesma qualidade da escola do ensino do rico. Pra isso, o Governo Federal tem que ser parceiro do município, eu fui prefeita e sei da importância, pra zerar a fila de creches pra que as crianças comecem a estudar na hora certa e as mães possam trabalhar. E lá no ensino médio, que é o grande problema que nós temos, os jovens nem-nem, que nem estudam e nem trabalham, nós temos escola em período integral, tirar do papel a nova reforma do ensino médio, que foi aprovada. Com conectividade. Nós vamos pagar pra essas escolas darem escola em período integral de qualidade pro nosso jovem técnico. E esse jovem que não quer porque não tem nada de atrativo nessa escola, vai ser premiado. Sim. Nós vamos pagar e já fizemos a conta. Mais ou menos um milhão e meio de jovens que se formam no ensino médio a cinco mil reais, é algo em torno de sete bilhões. Isso não é nada, é uma gota no oceano dentro do tamanho do orçamento brasileiro. Nós vamos pagar cinco mil reais pros jovem do ensino médio se formar. Sabe pra quê? Porque esse ensino médio é técnico, ele vai ter duas opções: ou ele vai pro curso profissionalizante de um ano e meio e entra no mercado de trabalho, ou ele já começa a trabalhar e vai pro banco de uma universidade, mas ele, no futuro próximo, daqui cinco, seis anos, ele não vai passar pela humilhação que seus pais passam de não ter um emprego.
[Carlos Nascimento]: Comentário do candidato Bolsonaro.
[Jair Bolsonaro]: Aqui se promete tudo. Parece até que estamos à véspera do Natal. Nós demos o maior reajuste da história do Brasil para os professores do ensino básico. 33%. Nós atendemos realmente os professores do Brasil. São milhões de professores atendidos pelo nosso governo. Dizer também que nós estamos levando internet pra todas as escolas do Brasil. Nós, agora com o 5G, estamos revolucionando também o ensino do Brasil. E hoje, o meu governo já alfabetiza uma criança em apenas seis meses, quando, pouco tempo atrás, se levava três anos pra alfabetizar uma criança. O governo está fazendo esse papel e reconhece o trabalho do professor e também o mérito dos alunos.
[Carlos Nascimento]: Réplica, candidata Simone.
[Simone Tebet]: Bom, eu só tenho a acrescentar que o governo que passou do PT lamentavelmente passou quatro mandatos e não fez o dever de casa com a educação. A verdadeira revolução, aquela que vai efetivamente dar dignidade pras nossas famílias é a educação brasileira. Hoje, a indústria, muitas vezes, quer contratar e não tem um trabalhador preparado porque não tem produtividade. Nós vamos mudar essa realidade. O que o PT não fez, e esse governo também não faz, nós faremos. É o compromisso e o juramento de uma mãe, de uma professora que hoje está aqui porque teve a oportunidade de estar no banco de uma universidade. Educação das nossas crianças e jovens vai ser prioridade nacional pela primeira vez na história do Brasil.
[Carlos Nascimento]: Vamos agora, obrigado, vamos agora à participação do Marcelo Godoy, do Estadão. Boa noite, Marcelo. Pra quem vai a sua pergunta, quem faz o comentário?
[Marcelo Godoy]: Boa noite, Nascimento, minha pergunta vai para o candidato Ciro Gomes com comentário de Simone Tebet. Candidato, há um preceito militar que diz ser o comandante responsável por tudo o que acontece no quartel, pelo que sabe e pelo que não sabe. Arilton Moura, aquele pastor acusado de pedir ouro pra liberar verba na educação, foi recebido 35 vezes no Planalto na gestão Bolsonaro. Qual o papel do presidente no que acontece no Planalto e no Governo?
[Ciro Gomes]: É como no quartel: tem que ser responsável por tudo o que acontecer no governo. Porém, pra ser honesto, o presidente não é onisciente. Ele sempre será vítima possivelmente de alguém que traiu. Qual é a questão? A questão aqui é qual é a atitude que o presidente toma diante da notícia reiterada? O que eu vi, naquele caso, como em muitos outros, foi, infelizmente, o presidente elogiar o corrupto, passar pano pro corrupto, como diz a juventude, e passar esse sinal horrível de que corrupção que importa no Brasil, e era só isso que eu gostaria de fazer, eu tô do lado do presidente da república, sabe, fui ministro do Lula, que se ausentou porque acha que não é importante dar satisfação pra ninguém, e eu não quero que as pessoas entendam que eu tô atacando um ou outro. Não é isso. A questão é a devastadora consequência da corrupção premiada pela impunidade na destruição da confiança do nosso povo, na democracia e na política, que é a sua linguagem. Essa é a minha angústia. O Brasil botou na cadeia dois presidentes, Temer e Lula, cassou dois presidentes, Collor e Dilma, e tá desmoralizando o outro presidente, não é possível que a gente não entenda que essa modelagem está errada, e é isso que eu quero me propor: sair dessa futrica que não bota comida no prato de ninguém, porque é o que mais me dói, que não gera emprego, pra gente discutir alternativas práticas, e esse país tem generosas possibilidades. Procure conhecer, CiroTV.com.br, porque hoje eu tinha vontade de detalhar dos projetos, e infelizmente corrupção, corrupção, corrupção.
[Carlos Nascimento]: Comentário, candidata Simone.
[Simone Tebet]: É isso, gente, na realidade, a corrupção mata, e aquele que sabe que está acontecendo corrupção no seu governo e não toma nenhuma providência, é responsável. Aquele que não demite sumariamente o seu ministro que está envolvido em escândalos de corrupção é tão omisso quanto, tão responsável quanto. Não tem corrupção? Eu estava na lá CPI da Covid, eu vi, eu tenho provas, o contrato da Covaxin, quando autoridades do Ministério da Saúde perderem foro privilegiado, eles vão responder na Justiça. Lá no Ministério da Educação tem denúncias de dinheiro em pneus sendo distribuídos. Mais do que isso— eu peço desculpa, o meu tempo acabou.
[Carlos Nascimento]: Réplica, candidato Ciro.
[Ciro Gomes]: Lhe dou dez segundos, senadora. Conclua.
[Simone Tebet]: Eu agradeço, Ciro, mas eu tenho certeza que vai falar melhor do que eu. Obrigada.
[Ciro Gomes]: Não apoiada. Certamente falará melhor do que eu. Mas deixa eu dizer, veja, o Brasil — brasileiro, meu irmão, brasileiro minha irmã, pagou no governo Bolsonaro nos últimos 12 meses, 500 bilhões de reais, toda pancadaria merece o Jair Bolsonaro, e o Padre Kelmon está zangado com isso, não sei o quê e tal. Não, zangado não, reclamou, mas deixa eu dizer para vocês, essa é a mais profunda e grave corrupção brasileira. Do Lula pra cá, o nosso país tirou do seu bolso, irmão brasileiro, sete trilhões de reais só de juros. Você imagina sete trilhões de reais, faria do país um grande país de classe média se não fosse esse orgânico sistema corrupto que domina o Brasil. Esse é o ponto, não é Chico, Maria ou Manuel.
[Carlos Nascimento]: Agora a participação, a vez da colunista do Terra, Joice Berth. Joice Berth, boa noite, por favor, para quem vai a sua pergunta e quem irá comentá-la?
[Joice Berth]: Boa noite, Carlos. Boa noite a todos. Eu vou fazer a pergunta para a Soraya Thronicke, com o comentário do Felipe D'Avila. Candidata, a senhora se diz defensora dos direitos das mulheres, contra a violência, contra a polarização, no entanto, a senhora é a favor da cultura armamentista que se intensificou no atual governo. Muitos estudos, muitos órgãos, entidades, que pesquisam o direito das mulheres, pesquisam violência e feminicídio, apontam que a cultura armamentista intensifica essas ocorrências dentro das próprias casas, inclusive. Como a senhora pretende lidar com essa contradição numa eventual eleição que a senhora saia vitoriosa?
[Soraya Thronicke]: Joice, obrigada pela sua pergunta. É um dilema realmente. Nós precisamos ter que exigir dessas pessoas que portam, quem tem posse e porte de arma de fogo, responsabilidade, tem que ter critérios, não é assim, uma anarquia. É responsabilidade. E eu sou autora de um projeto de lei de armas não letais para que as mulheres consigam, que elas tenham a condição de se evadir do lugar da ofensa, evadir de quem a está violentando, enfim, existem inúmeras medidas que são possíveis tomar para que possamos evitar que as mulheres sejam atacadas. Então tem que equalizar, não é a farra do armamento, de jeito nenhum, jamais faria isso. E dizer também aqui, aproveitar, que nós sofremos também, às mulheres, violência política. A Folha de S.Paulo trouxe uma pesquisa dizendo que eu e a candidata Simone Tebet sofremos dois dias, apenas dois dias após o debate da Band, mais de cinco mil ofensas contra a nossa dignidade, contra a nossa honra. Nós mulheres precisamos nos unir. Eu não sei quem são os candidatos que estimulam esse tipo de ataque nas redes sociais, não podemos mais andar nas ruas porque somos atacadas por pessoas covardes, isso também precisa mudar.
[Carlos Nascimento]: Comentário, candidato D'Avila.
[Luiz Felipe D'Avila]: Esse é um país que infelizmente 26 mulheres sofrem agressão por hora aqui no Brasil. É uma coisa lamentável. E o pior, o pior agressor está dentro de casa, e nós precisamos olhar para essas mulheres, agressão doméstica, e ajudá-las a sair desse inferno, dessa prisão. Primeiro quando ela denuncia, ela é chamada de louca. Depois só na décima vez que ela sofre agressão, que ela vai fazer um B.O, e depois vai perder a casa, a família, os filhos. O que ela quer é uma oportunidade para começar a trabalhar e ter sua independência financeira. Nós temos de focar nisso para ajudar essas mulheres a sair desse cárcere privado e recomeçar sua vida com dignidade e independência financeira.
[Carlos Nascimento]: Réplica, candidata Soraya.
[Soraya Thronicke]: Quando nós falamos em armamento, é pra autodefesa. Mas por incrível que pareça, por que é que o brasileiro não se sente seguro dentro do seu país? Este governo cortou o orçamento da Segurança Pública. Deixou a Segurança Pública à mingua. É por isso que a população brasileira se sente muito mal, se sente completamente insegura. Com isso, de uma forma reflexa, coíbe até mesmo o crescimento do nosso turismo. Os turistas não vêm pro Brasil porque se sentem inseguros. Cadê a prestação de contas desse governo que não fez nada para que isso acabasse? Apenas quer armar a população, não pra se defender, mas para atacar, infelizmente.
[Carlos Nascimento]: Obrigado. Agora jornalista da rádio Nova Brasil, Diego Amorim, pra quem você pergunta e quem comenta, Diego?
[Diego Amorim]: A minha pergunta é pro candidato Luiz Felipe D'Avila com comentário do Kelmon. Candidato, por mais que no Brasil essa divisão ideológica seja muito mais narrativa do que prática, hoje, quando se fala em esquerda, se tem com referências os governos do PT, e quando se fala em direita, se tem como referência o governo de Jair Bolsonaro. O partido do senhor, o Novo, e o partido do Kelmon, o PTB, têm bandeiras associadas à direita. A minha pergunta é: o senhor avalia que o governo Bolsonaro representa bem o que é a direita, o conservadorismo e o liberalismo econômico que prometeram?
[Luiz Felipe D'Avila]: É importante separar o que é liberalismo de governos antiliberais. Nós somos liberais. Nós defendemos a liberdade individual, a economia de mercado, abertura comercial. Liberdade com responsabilidade. Portanto, é uma visão voltada pro cidadão, que nós acreditamos na independência do cidadão definir seu destino. Neste governo, nós não temos nada de liberal. Onde estão as privatizações? Onde está a abertura da economia? Onde está a desregulamentação do Estado? A devolução de poder para os estados e municípios, que é o verdadeiro federalismo? Onde está a ética e a lisura pra se fazer um governo honesto, correto, admirado internacionalmente? Onde está a preocupação com o meio ambiente, que é fundamental pro Brasil atrair investimento externo, e principalmente pra ajudar o agronegócio? O agro sustentável do Brasil, essa máquina potente que gera renda e emprego no país. Onde está a capacidade de reindustrializar o Brasil por meio, sim, da abertura econômica, por avanço das reformas tributárias. Portanto, eu agradeço a sua pergunta. Até agora, nós não discutimos nada nesse debate sobre como o Brasil vai voltar a crescer, a gerar renda e emprego. Essa é a questão que os brasileiros querem saber de nós. Então nós temos de focar como o Brasil vai sair desta armadilha do baixo crescimento, que é fruto dos governos populistas de direita como de esquerda.
[Carlos Nascimento]: Comentário, Padre Kelmon.
[Padre Kelmon]: Esse governo, o Brasil está em boas mãos nesse governo, sim. O Brasil estaria em maus lençóis se estivesse nas mãos de governos de esquerda. Nós já sabemos, nós não precisamos sofrer tanto como países vizinhos nossos que sofrem, que pagam um preço muito alto com toda essa tragédia cometida por governos de esquerda. Os governos de esquerda administram a Nicarágua. Vejam o que acontece na Nicarágua. Aonde a esquerda coloca as mãos pra governar, apodrece tudo, destroem tudo, tiram a liberdade do povo, tiram o direito das pessoas de se alimentar, de viver. A direita, sim, a direita pode garantir a você--
[Carlos Nascimento]: Tempo. Por favor, a réplica, candidato D'Avila.
[Luiz Felipe D'Avila]: Seja lá governo PT ou Bolsonaro, a renda do brasileiro nos últimos dez anos caiu 67%. O brasileiro quer dinheiro no bolso. Quer trabalho, quer paz. Coisas que nem governos de esquerda populista nem governo de direita populista vão dar ao Brasil. Por isso que nós mandamos. Pergunte aos brasileiros o que eles querem. Dinheiro no bolso, trabalho e paz. E, pra isso, nós temos de tirar o estado das costas do brasileiro. E aqui, todos vivem da política, e quem vive da política quer estado maior pra tirar mais dinheiro do seu bolso pra sustentar uma máquina pública ineficiente. Porque não adianta promessa. Todos já estiveram no poder e não conseguiram fazer a economia voltar a crescer e dar a oportunidade pra você crescer e trabalhar e empreender.
[Carlos Nascimento]: Muito obrigado. Agora, Márcio Gomes, da CNN Brasil. Para quem você pergunta e comenta?
[Márcio Gomes]: Obrigado, Nascimento. A pergunta é para o Padre Kelmon, com comentário da senadora Soraya Thronicke. Candidato, o senhor nesse debate teria a chance de apresentar suas ideias, propostas, mas parece que veio aqui mais para defender o governo do que apresentar as ideias, então, vamos falar de ideias. Lei de Cotas, que completou este ano dez anos, deveria passar por uma revisão, revisão essa que vai ficar para ano que vem. É inegável a dívida histórica que esse país tem com os negros, inegável também quantos negros tiveram acesso a universidades públicas graças a lei. Eu pergunto a sua posição sobre essa revisão e a sua posição sobre a Lei de Cotas, se algo precisa mudar.
[Padre Kelmon]: Vocês falam tanto de lei de cotas, de negros, parece que pregam uma política para realmente levar o brasileiro a odiar o próprio brasileiro. O preto, o branco, o índio, esses... isso aí a miscigenação é a nossa cultura, a nossa raça, e vocês dividem cada vez mais, inventam argumentos para colocar um contra o outro. Lei de Cotas. Os negros não precisam de subterfúgios de dinheiro, de ajuda de um e de outro. Cada um é capaz de mostrar que com seus esforços pode sim chegar à universidade. Chegar a um trabalho de qualidade. Então essas leis que vocês falam, que vocês colocam aí como argumentos para dividir ainda mais, para criar essa divisão racial entre um e outro, isso leva ao quê? Nós sabemos que existem políticas... políticas, o PTB, por exemplo, o PTB quer sim oferecer a você, cidadão, a você, estudante, escola de qualidade. E como é que o PTB pensa em oferecer a você escola de qualidade? Tanto para negro quanto para branco? Se você equilibrar aquele dinheiro que é investido na universidade, o valor muito alto é investido no teto, no telhado, não se constrói uma casa pelo telhado, invista na educação de base, invista na criança, na criança negra, na criança branca.
[Carlos Nascimento]: Por favor, o tempo. Comentário, candidata Soraya.
[Soraya Thronicke]: Falou-se em cotas, e a minha resposta é: sim, manteremos cotas, sem problema nenhum. A questão principal é que o Brasil gasta muito, gasta como país de primeiro mundo na educação, e entrega uma educação pífia, está aí o resultado nosso no PISA. Isso é inaceitável. E nós começaremos a nossa reforma dentro da educação valorizando os professores, isentando todos eles do Imposto de Renda, como era antes de 1964. Teremos também a opção de agregar a iniciativa privada, como somos liberais na economia, a iniciativa privada consegue nos ajudar a romper com esse problema que nós temos nesse momento, que é crianças, 240 mil crianças--
[Carlos Nascimento]: Por favor, tempo. A réplica, Padre Kelmon.
[Padre Kelmon]: Pois bem, nós acreditamos que é preciso investir na criança, é preciso investir na criança, tanto negra, como branca, como índia. Nós precisamos oferecer na educação de base uma quantidade de recursos maior do que se oferece à educação de nível superior. Porque há um desequilíbrio na balança educacional, é preciso que se invista nas bases primeiro, e depois sim passe a investir naqueles que estarão lá na vida acadêmica. Então é preciso saber onde colocar o dinheiro, existe muito investimento na educação, mas desequilibrado, então falta isso, gestão para equilibrar e nivelar e apostar na criança, no adolescente e no jovem. Para que no futuro, sim, na universidade ele viva--
[Carlos Nascimento]: OK. Obrigado. Bom, estamos chegando ao fim do nosso debate. Cada candidato terá agora 45 segundos para fazer as suas considerações finais. Bom, conforme definido em sorteio, a primeira a falar é Simone Tebet, do MDB.
[Simone Tebet]: Obrigada. Eu gostaria de dizer que o futuro do Brasil está nas suas mãos. Está nas nossas mãos e depende do seu voto. O Brasil não aguenta e não suportaria ou suportará mais quatro anos dessa discussão ideológica, dessa briga, dessas mentiras de corrupção. O Brasil quer e precisa de mudanças de verdade. Eu estou pronta pra unir o Brasil com amor, e com coragem, derrotar a fome e a miséria. Tenho experiência, sei como fazer. Tenho como vice uma pessoa que é tetraplégica, pra mostrar que o Brasil precisa verdadeiramente ser pros 215 milhões de brasileiros, e temos os melhores projetos pra isso. Mas, pra isso, eu preciso do seu voto. Meu número é 15, peço o seu voto, muito obrigada.
[Carlos Nascimento]: Candidato Jair Bolsonaro, do PL.
[Jair Bolsonaro]: A você que é pobre e passa necessidades, o meu governo paga o Auxílio Brasil de no mínimo 600 reais para 21 milhões de famílias. Este é o governo que tem um olhar todo especial para os mais pobres. Em especial o nosso nordeste. Nós diminuímos o preço da gasolina, que estava chegando às alturas dado a problemas externos. Temos a gasolina mais barata do mundo. Que beneficia a todos! Porque todos vivem do transporte e todos vivem de frete. Dizer a vocês que também nós anistiamos 99% da dívida dos alunos que a tinham com o FIES. Esse é um governo que realmente tem um olhar e um carinho todo especial para com os mais necessitados.
[Carlos Nascimento]: Obrigado. Agora o candidato Ciro Gomes.
[Ciro Gomes]: Brasileiro, meu irmão, brasileira, minha irmã, uma pessoa muito querida minha me falou hoje me desejando boa sorte que o povo brasileiro tá tão machucado por conta dessa polarização Lula, Bolsonaro, ódio, paixão, comunismo, fascismo, que não estavam querendo me ouvir. E que eu deveria, então, talvez ter paciência com isso. Eu quero, entretanto, pedir a Deus que ilumine a minha palavra. Você precisa me ouvir. Sabe? O Brasil está há 11 anos com o crescimento médio tendente a zero. Nasceram 27 milhões de pessoas. Todos os nossos problemas se agravaram. E se repetirmos mais do mesmo, nós teremos o mesmo resultado, só que com o país mais dividido. Me ajude a mudar o Brasil. Me ajude a mudar o Brasil, é o apelo que eu faço a vocês.
[Carlos Nascimento]: Candidata Soraya Thronicke, por favor.
[Soraya Thronicke]: Nessa reta final, muitos têm falado em voto útil. E eu quero falar aqui pra você é da utilidade do voto. A utilidade do voto é mudar o Brasil. Nós não suportamos mais petrolão, mensalão nem rachadinhas. O Brasil não aguenta mais. E eu aqui conclamo você e conclamo todos os outros candidatos que nós estamos prestes a vivenciar uma tragédia no Brasil. São 20 anos de corrupção e má gestão, candidatos que não prestam contas, não comparecem aqui, e não dizem pra gente, nem pra você aqui sequer o que é que ele não fez e o que é que ele vai fazer agora. Só arruma briga e confusão. Eu conclamo esses candidatos aqui pra que nós, juntos, resolvamos esse problema. Vote 44 no dia 02 de outubro.
[Carlos Nascimento]: Padre Kelmon, PTB, por favor.
[Padre Kelmon]: Quero pedir a você, brasileiro e brasileira, cristão católico, ortodoxo, evangélico: não permita a volta da esquerda ao poder. Nós já vimos os frutos, não precisamos sofrer o que os países vizinhos estão sofrendo. Pesquisem, olhem a Venezuela destruída pela esquerda. Olhem a Nicarágua perseguindo os religiosos. Os frutos são esses. Nós estamos num partido cristão e conservador, PTB, vote nessas eleições no 14. Escolha o Padre Kelmon para presidente da república. Vote no 14 para presidente, vote no PTB para deputado federal, 14, juntos poderemos, sim, levar esse país a caminhos mais seguros, longe dessa esquerda maldita.
[Carlos Nascimento]: Obrigado. Então as considerações finais agora de Felipe D'Avila, do Novo.
[Luiz Felipe D'Avila]: O Brasil é fruto da sua escolha. Você vai escolher se o Brasil vai ser um país que vai se livrar da corrupção ou vai continuar sendo governado por corruptos. Por trás de um presidente da república tem que ter um time, uma equipe, um partido. E eu me orgulho de estar num partido que não tem nenhum escândalo de corrupção, que não usa verba de orçamento secreto, que não usa fundão eleitoral e que tem candidatos que fizeram o Brasil voltar a crescer e a prosperar. Em Minas Gerais, em Joinville. Infelizmente aqui, por trás de todos os partidos, tá cheio de corrupto, e infelizmente, no segundo turno, nós vamos ter um problema. Esses partidos quase todos estarão juntos com Lula. E isso mostra que esse jogo vai terminar e você vai continuar pobre se não votar bem.
[Carlos Nascimento]: Obrigado. Bom, em nome do pool formado por SBT, Terra, Nova Brasil, Estadão, Eldorado e Veja, eu quero agradecer a participação dos candidatos aqui presentes e dos jornalistas também. Esperamos que esse debate tenha ajudado você, eleitor, a conhecer melhor as propostas dos candidatos que pretendem governar o Brasil. Debate para presidente, a hora da decisão. Uma boa noite a todos.
*Participaram desta cobertura:
Em São Paulo: Caê Vasconcelos, Felipe Pereira, Isabela Aleixo, Juliana Arreguy e Wanderley Preite Sobrinho
No Rio: Lola Ferreira
Em Brasília: Camila Turtelli, Eduardo Militão, Gabriela Vinhal e Leonardo Martins
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