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Arthur do Val: Fui cassado por falar de loiras, é justo ajudar a eleger uma

O ex-deputado estadual Arthur do Val em propaganda eleitoral de integrante do MBL: "Nova loira da Alesp" - Reprodução/YouTube
O ex-deputado estadual Arthur do Val em propaganda eleitoral de integrante do MBL: 'Nova loira da Alesp' Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo e colaboração para o UOL

28/09/2022 12h59

O ex-deputado Arthur do Val participou da propaganda eleitoral de uma candidata do MBL (Movimento Brasil Livre) à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), que faz paródia de músicas do É o Tchan e Cia do Pagode. A peça foi chamada de "Nova Loira da Alesp".

Ao UOL, Arthur do Val ironizou a cassação que sofreu na Assembleia após vazamento de áudios sexistas sobre mulheres ucranianas durante a guerra contra a Rússia.

"Já que eu fui cassado por falar de loiras, nada mais justo do que eu ajudar a eleger uma na Alesp. Esse será meu maior pedido de desculpas com as mulheres", afirmou.

Mulheres ucranianas 'são fáceis porque são pobres'

O plenário da Alesp decidiu por unanimidade cassar Arthur do Val em maio deste ano, após o vazamento de um áudio que o ex-parlamentar gravou em viagem à Ucrânia.

"Elas são fáceis porque são pobres", diz ele na gravação, ao descrever a impressão que teve sobre as mulheres do país. "Não peguei ninguém, porque a gente não tinha tempo, mas colei em dois grupos de 'minas' e é inacreditável a facilidade. Essas 'minas' em São Paulo, você dá bom dia e ela [sic] ia cuspir na sua cara e aqui elas são supersimpáticas e supergente boa, é inacreditável".

Ele reconheceu as frases como "repulsivas" e "grotescas", mas a defesa alega que o parlamentar enviou os áudios a grupos privados e que estava licenciado do cargo em outro país. Do Val foi à Ucrânia em março, logo após a invasão russa, para acompanhar o conflito.

Integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), Arthur do Val, o Mamãe Falei, foi o segundo deputado estadual mais votado em 2018, com 478.280 votos. Na época, ele era filiado ao DEM (atual União Brasil). Por desacordos com a sigla, migrou para o Patriota e se candidatou a prefeito de São Paulo em 2020, não sendo eleito. Ele ainda chegou a se filiar ao Podemos neste ano, mas deixou o partido logo após o escândalo.