Sergio Moro (União) derrota Alvaro Dias e é eleito senador pelo Paraná
O candidato Sergio Moro (União Brasil) derrotou Alvaro Dias (Podemos) e foi eleito para o cargo de senador pelo estado do Paraná com 1.953.159 votos (33,5% dos votos). Seu mandato vai até 2031.
Aos 50 anos, Moro foi juiz federal por 22 anos e coordenou a Operação Lava Jato. Em novembro de 2018, deixou a magistratura após ser convidado pelo recém-eleito presidente Jair Bolsonaro (na época no PSL, hoje no PL) para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública. É estreante na disputa por um cargo político.
O ex-ministro vai ocupar a vaga de Dias, que tentava a reeleição, e vai compor a bancada de senadores pelo Paraná com Flávio Arns (Podemos) e Oriovisto Guimarães (Podemos), eleitos em 2018 e com mandato até 2027.
Paranaense de Maringá, Sergio Moro é graduado em direito pela Universidade Estadual de Maringá, cursou o mestrado e o doutorado pela UFPR (Universidade Federal do Paraná).
De juiz a político
Em 1996, tornou-se juiz federal e atuou em casos como o escândalo do Banestado (Banco do Estado do Paraná), que envolveu a remessa de dinheiro para o exterior para contas fantasmas ou de laranjas.
Foi juiz auxiliar no STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo biografia no site de sua campanha, assessorou a juíza Rosa Weber no julgamento do escândalo do mensalão do PT, esquema que envolveu a compra de votos no Congresso em troca de apoio parlamentar e cifras milionárias.
Entre 2014 a 2018, atuou na 13ª Vara Federal de Curitiba e comandou os julgamentos em primeira instância da Operação Lava Jato.
Em 2017, condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo caso do triplex do Guarujá (SP). Em segunda instância, a pena do ex-presidente foi aumentada para 12 anos e 1 mês. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) chegou a manter a condenação, mas reduziu a pena para 8 anos, 10 meses e 20 dias. Lula ficou preso por 580 dias e ficou impedido de concorrer às eleições de 2018.
Em abril de 2021, essa e outra condenação — do sítio do Atibaia — foram anuladas pelo STF. Na época, a maioria dos ministros concordou com a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar Lula.
Moro foi considerado pelo STF parcial na condução do processo do triplex do Guarujá, em junho de 2021.
Em 2018, após a vitória de Bolsonaro, o ex-juiz foi convidado para comandar o Ministério da Justiça, tendo pedido exoneração do cargo de juiz federal para assumir o posto no governo federal.
Em abril de 2020, Moro deixou o cargo após Bolsonaro ter exonerado o diretor-geral da Polícia Federal Maurício Leite Valeixo. À época, o ex-juiz acusou o presidente de tentar interferir na corporação, trocando o comando da PF para ter acesso a investigações e relatórios da entidade, o que é proibido pela legislação.
Depois de deixar o governo, Moro trabalhou na iniciativa privada como advogado e consultor. Em novembro de 2021, filiou-se ao Podemos a convite do senador Alvaro Dias — hoje seu adversário — na expectativa de viabilizar sua candidatura à Presidência.
Frustrado com a falta de apoio para alavancar seu nome como presidenciável, Moro deixou o Podemos no final de marco e ingressou no União Brasil. No novo partido, acabou comunicando a desistência de concorrer à Presidência da República.
Em julho deste ano, anunciou a pré-candidatura para o Senado, o que foi confirmado em convenção do partido em agosto — sua intenção era sair candidato por São Paulo, o que foi vetado pela Justiça Eleitoral.
Em debate na Band com os candidatos ao Senado no Paraná, Moro acenou a Bolsonaro e disse que ambos têm o PT como "adversário em comum".
Sergio Moro é casado com Rosângela Moro, candidata a deputada federal por São Paulo, e tem dois filhos.
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