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CPI da Covid: a maioria dos senadores que investigou Bolsonaro saiu de cena

Senadores em reunião na CPI da Covid - Edison Rodrigues/Agência Senado
Senadores em reunião na CPI da Covid Imagem: Edison Rodrigues/Agência Senado

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL

03/10/2022 14h17Atualizada em 04/10/2022 09h26

Badalada por ter nomes de pesos do Senado e pela ampla cobertura da mídia em 2021, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid deu ânimo para parlamentares buscarem a reeleição ou concorrerem a outros cargos em seus estados. Dos 18 senadores que faziam parte do colegiado, nove lançaram seus nomes nas urnas. Três sofreram derrotas e quatro se mantêm vivos na disputa por governos. Outros dois venceram.

Instaurada em abril, a CPI da Covid durou seis meses e investigou a responsabilidade do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação à pandemia do novo coronavírus no Brasil. O inquérito concluiu pelo indiciamento de 66 pessoas.

Além do relatório final, a CPI deu holofotes a senadores que até então não apareceriam nas manchetes pelos seus trabalhos em Brasília, principalmente os chamados da "tropa de choque", grupo no qual ficou conhecido o bloco de senadores alinhado ao presidente Bolsonaro.

Quem fez parte da CPI da Covid

A divisão da CPI da Covid era da seguinte maneira: 18 membros, sendo 11 titulares. 7 atuaram como suplentes.

Titulares

  • Eduardo Braga (MDB-AM)
  • Renan Calheiros (MDB-AL)
  • Ciro Nogueira (PP-PI)
  • Eduardo Girão (Podemos-CE)
  • Tasso Jereissati (PSDB-CE)
  • Otto Alencar (PSD-BA)
  • Omar Aziz (PSD-AM)
  • Marcos Rogério (União-RO)
  • Jorginho Mello (PL-SC)
  • Humberto Costa (PT-PE)
  • Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Suplentes

  • Jader Barbalho (MDB-PA)
  • Luis Carlos Heinze (PP-RS)
  • Marcos do Val (Podemos-ES)
  • Ângelo Coronel (PSD-BA)
  • Zequinha Marinho (PL-PA)
  • Rogério Carvalho (PT-SE)
  • Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Quem da CPI se candidatou em 2022?

Dos que participaram das eleições de 2022, sete concorreram ao governo estadual de seus respectivos estados:

  • Alessandro Vieira (Sergipe),
  • Eduardo Braga (Amazonas),
  • Marcos Rogério (Rondônia),
  • Jorginho Mello (Santa Catarina),
  • Luiz Carlos Heinze (Rio Grande do Sul),
  • Rogério Carvalho (Sergipe) e
  • Zequinha Marinho (Pará).

Outros dois, Otto Alencar (PSD-BA) e Omar Aziz (PSD-AM), buscaram a reeleição ao Senado.

Quem perdeu

Alessandro Vieira (Cidadania) não foi para o segundo turno na disputa pelo governo de Sergipe. Quem vai disputar lá são Rogério Carvalho (PT) e Fábio Mitidieri (PSD), que obtiveram 44,70% e 38,91%, respectivamente. O senador somou apenas 10,88% e ficou em terceiro.

Luis Carlos Heinze (PP) lançou seu nome ao governo do Rio Grande do Sul, mas também não conquistou adesão suficiente para ir ao 2º turno, ficando atrás de Onyx Lorenzoni (PL), com 37,50%, e Eduardo Leite (PSDB), com 26,81%. Heinze acabou ficando em quarto, com 4,28%.

Zequinha Marinho (PL) foi outro que não teve aprovação nas urnas em 2022. Ele teve 27,13% dos votos, muito menos que o eleito, o governador Helder Barbalho (MDB), que somou 70,14%.

Quem venceu

Otto Alencar (PSD) conseguiu renovar o mandato na Bahia. Lá, o senador, que foi um dos grandes opositores a Bolsonaro na CPI, obteve 58,31% dos votos válidos e terá mais oito anos pela frente no Congresso.

Omar Aziz (PSD), presidente da CPI da Covid, renovou o mandato pelo Amazonas. Ele começou a apuração atrás do candidato de Bolsonaro, Coronel Menezes (PL), mas virou na reta final, somando 41,42% dos votos. O bolsonarista teve 38,98%.

Quem ainda está na disputa

Eduardo Braga (MDB) desbancou as previsões das pesquisas de intenções de votos e vai ao segundo turno com Wilson Lima (União), que busca a reeleição ao governo do Amazonas. O emedebista está atrás, pois teve 20,99% no primeiro turno, enquanto o atual chefe do executivo conquistou 42,82%.

Marcos Rogério (União), que protagonizou defesas efusivas a favor de Bolsonaro na CPI, ainda está vivo na disputa pelo governo de Rondônia. Lá, ele tenta derrotar outro bolsonarista, o governador Marcos Rocha (União). A disputa está apertada. 38,88% para o chefe do executivo e 37,05% para o senador.

Jorginho Mello (PL) é o senador que fez parte da CPI com situação mais confortável no segundo turno. Ele disputará contra Décio Lima (PT) o poder em Santa Catarina, e saiu na frente com 38,61% contra 17,42% do petista.

Rogério Carvalho (PT), outro senador que se lançou ao governo, vai disputar o poder executivo de Sergipe contra Fábio Mitidieri (PSD). O petista terminou o primeiro turno com 44,70%, enquanto o seu adversário com 38,91%.

Quem não concorreu

  • Renan Calheiros (MDB-AL): mandato vai até 2027.
  • Ciro Nogueira (PP-PI): mandato vai até 2027.
  • Eduardo Girão (Podemos-CE): mandato vai até 2027.
  • Tasso Jereissati (PSDB-CE): mandato termina em 2023 e não concorreu a nenhum cargo.
  • Humberto Costa (PT-PE): mandato vai até 2027
  • Randolfe Rodrigues (Rede-AP): mandato vai até 2027.
  • Jader Barbalho (MDB-PA): mandato vai até 2027.
  • Marcos do Val (Podemos-ES): mandato vai até 2027.
  • Angelo Coronel (PSD-BA): mandato vai até 2027.