Ao lado de Bolsonaro, Tarcísio foca em pautas sociais e de costumes

O candidato a governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) vai investir na dobradinha pautas sociais e defesa de valores no segundo turno da eleição. Com este discurso, pretende avançar sobre o voto conservador e liberal, que entende ser o perfil da maioria do eleitorado do estado.

A estratégia de campanha também é contar com o máximo de agendas possíveis com Jair Bolsonaro (PL). Avalista do nome de Tarcísio, o presidente e candidato à reeleição é um padrinho de peso porque viu o aliado Marcos Pontes (PL) vencer para o Senado e foi o mais votado em São Paulo na corrida presidencial — terminou com 47,71% dos votos contra 40,89% de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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"Por uma vida melhor". Tarcísio vai enfrentar Fernando Haddad (PT) e não planeja permitir que a pauta vinculada a área social seja absorvida pelo adversário. Um interlocutor do candidato diz que a campanha deixará claro que Tarcísio "vai cuidar das pessoas". Os projetos do programa de governo na área da saúde, educação e saneamento básico serão veiculados com destaque.

Outra preocupação de Tarcísio será falar de regularização fundiária. A justificativa é que boa parte da noção de cidadania e de acesso a serviços passa por ter segurança nesta área. A cracolândia também será um tema abordado para mostrar que o candidato se preocupa com "os males da sociedade", segundo a equipe do ex-ministro de Infraestrutura de Bolsonaro.

O assunto já foi abordado no primeiro turno, e Tarcísio chegou a ter uma agenda de campanha nessa região da cidade de São Paulo — centro da capital paulista. Na ocasião, ele declarou que, se for eleito, vai transferir a sede do governo para Palácio dos Campos Elíseos, onde se contra a cracrolândia.

Realçando valores. Quando ainda era pouco conhecido dos eleitores, estava atrás nas pesquisas, Tarcísio chegou a participar de duas Marchas para Jesus no mesmo dia. Nos eventos, repetiu ser cristão e citou várias passagens bíblicas.

O discurso voltado à religião vai continuar no segundo turno. A equipe do candidato considera que a defesa dos valores é um tema caro à maioria do eleitorado de São Paulo. Também haverá enfoque ao liberalismo econômico — a ideia mirar sobretudo no agronegócio paulista.

A procura de prefeitos. O aliado Marcos Pontes foi eleito para o Senado com 49,68% dos votos. Tarcísio ficou em primeiro lugar na disputa para o governo com 42,32% dos eleitores. A diferença mostra, na avaliação da campanha do candidato, que há uma fatia a ser conquistada de pessoas alinhadas com Bolsonaro e com pautas conservadoras defendidas pelo presidente.

Para chegas a essa parcela, a equipe de Tarcísio planeja procurar administradores municipais na tentativa de fechar alianças. O objetivo é que eles ajudem a disseminar as propostas do candidato.

Parceria com Bolsonaro. A campanha de Tarcísio projeta parceria total com o presidente e pretende fazer o máximo de atos conjuntos possíveis nestas quatro semanas de segundo turno. Questionado sobre o nível de associação que o candidato busca com a campanha do presidente, um interlocutor do ex-ministro usou a expressão "absolutamente acoplada".

A vontade é recíproca. Na entrevista que concedeu na entrada do Palácio da Alvorada, em Brasília, no domingo depois da apuração dos votos, Bolsonaro declarou que o avanço do aliado em São Paulo era muito importante para seu esforço de reeleição. Mas a equipe de Tarcísio informou que ainda não estão definidos quantos atos conjuntos de campanha devem ocorrer por semana — na fase final do primeiro turno foram duas agendas conjuntas por semana.

O motivo é que Bolsonaro tem demandas para estar em outros estados. Também não está decidido quais serão as cidades. A agenda do candidato a governador de São Paulo ainda está em elaboração.

O primeiro aliado. Nesta terça-feira, Tarcísio vai firmar o primeiro acordo para o segundo turno. O candidato estará na sede do PP de São Paulo às 11 horas para anunciar a aliança fechada ontem. O partido integrou a coligação do governador Rodrigo Garcia (PSDB) no primeiro turno.