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'Reencontro democrático', diz Lula após encontrar FHC para selar apoio

Do UOL, em São Paulo

07/10/2022 19h30Atualizada em 07/10/2022 20h22

Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontraram no final desta tarde em São Paulo para selar o apoio do tucano ao petista no segundo turno. FHC, 91, já havia declarado voto na última quarta (5).

Como o UOL Notícias já havia adiantado nesta manhã, os dois se encontraram na casa de FHC em Higienópolis, região central de São Paulo. Lula, 76, foi para lá logo depois da oficialização do apoio com a senadora Simone Tebet (MDB-MS), ex-candidata ao Planalto. Por questões de saúde, o tucano tem permanecido em repouso em sua casa.

Segundo interlocutores, os dois conversaram por pouco mais de uma hora. Os dois relembraram histórias antigas, de quase 50 anos, falaram da situação atual do país. FHC também teria citado a "preocupação com a democracia" como um dos principais motivos para apoiar o petista. Lula agradeceu.

Adversários e amigos. Na última quarta, o tucano publicou fotos antigas dos dois juntos nas redes sociais. Adversários nas eleições de 1994 e 1998, quando FHC foi eleito e reeleito, ambos estiveram juntos na campanha das Diretas Já, e Lula já panfletou pelo então sociólogo na campanha ao Senado no fim dos anos 1970.

O apoio de FHC já era dado como certo —no primeiro turno, o tucano soltou uma nota que falava sobre defesa da democracia. Mas, aos 91 anos, o ex-presidente passa por uma situação delicada de saúde e não tem saído de casa.

Tucano virou família. Neste segundo turno, Lula tem conseguido apoio de praticamente todos os tucanos históricos. Na tarde de ontem, o petista recebeu o senador e ex-presidente do partido Tasso Jereissati (PSDB-CE) em São Paulo.

Além dele e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice, também declararam voto no petista o senador José Serra (PSDB-SP), o ex-governador alagoano Teotonio Vilela (PSDB), os ex-senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e José Aníbal (PSDB-SP) e o ex-prefeito de Belo Horizonte Pimenta da Veiga (PSDB).

Os pais do Real. Além de FHC, ministro da Fazenda no lançamento do Plano Real, Lula ganhou o apoio dos outros economistas que ajudaram a formular a estratégia de reestruturação econômica em 1994, no governo Itamar Franco (PMDB).

Nas duas últimas semanas, os economistas Persio Arida, André Lara Resende, Pedro Malan e Edmar Bacha, que nunca foram ligados ao PT, declararam apoio a Lula.

Frente ampla. Esta semana tem sido uma luta de reunião de apoios para o segundo turno. Lula conseguiu dois ex-candidatos: Ciro Gomes (PDT) e Tebet.

Em apoio mais resistente, Ciro gravou um vídeo na última segunda (3) dizendo que segue o apoio do partido, porém sem citar Lula. O petista se reuniu com Carlos Lupi, presidente da sigla, para fechar o apoio na quarta.

Tebet também fez um pronunciamento de apoio a Lula também na quarta e se encontrou com o ex-presidente na tarde de hoje para oficializar a união. Ela já participou do programa eleitoral e deve viajar com o petista no Centro-Oeste.