Suspeitos armados acuaram PMs com tiros em ato de Tarcísio, diz polícia
A Polícia Civil informou que dois policiais militares à paisana estavam acuados em um veículo blindado descaracterizado quando ocorreu o tiroteio de ontem na favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. Os disparos interromperam um evento de campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo.
"A principal hipótese seria de uma eventual intimidação pela presença dos policiais militares dentro da comunidade. Os policiais militares ficaram acuados", disse a delegada Elisabete Sato, diretora da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), no centro da capital paulista.
Segundo a Polícia Civil, participaram da ação pelo menos 20 suspeitos armados, distribuídos em 10 motos. "Eles [suspeitos] foram circulando aquele perímetro com armas longas. Nós vimos indivíduos a pé, passando armas uns para os outros", afirmou a delegada.
Por volta das 10h30, segundo ela, dois dos suspeitos — incluindo Felipe Lima, que morreu na ocorrência — passaram filmando o veículo blindado usado pelos PMs à paisana. Nesse momento, os agentes perceberam que os homens na moto estavam com volume na cintura, semelhante a arma de fogo.
Segundo a polícia, inicialmente foram ouvidas rajadas de tiro e só então os policiais entraram em confronto. Essa foi a versão dada por cinco agentes que estiveram na ocorrência.
"Foi dado um alerta para a equipe [de segurança] do candidato. E houve uma rajada de tiros. Os policiais foram avisados que tiros estavam acontecendo ali e houve o tiroteio", explicou Sato.
Os peritos apreenderam 88 estojos deflagrados de quatro calibres diferentes e ouviram o depoimento de cinco policiais militares que participaram da ocorrência.
Mais cedo, o governador de São Paulo Rodrigo Garcia (PSDB) descartou a hipótese de atentado a Tarcísio. Ontem, o candidato do Republicanos negou que tenha sofrido um crime de motivação política ou eleitoreira, mas sustentou que foi alvo de uma intimidação do crime organizado.
A campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo não pretende explorar o caso do tiroteio que encerrou ontem uma agenda na comunidade de Paraisópolis, na capital paulista. O episódio, porém, foi utilizado na própria segunda (17) pela equipe do presidente Jair Bolsonaro (PL), que já inseriu o caso na propaganda eleitoral gratuita na TV.
O que aconteceu? Uma agenda de campanha de Tarcísio foi interrompida por tiros na manhã de ontem na comunidade, que fica na zona sul de São Paulo. Ele não se feriu.
A reportagem estava no local e ouviu ao menos 25 disparos. Segundo o UOL Notícias apurou com PMs que atuam na região, Tarcísio não era o alvo dos disparos.
O candidato participava da inauguração do primeiro polo universitário da comunidade e conversava com integrantes do projeto no terceiro andar do prédio quando os disparos começaram do lado de fora, por volta das 11h20.
Assim, que os disparos começaram, integrantes da equipe de segurança do candidato e membros do projeto social pediram que os cerca de 30 presentes se abaixassem e ficassem longe das janelas.
Tarcísio deixou o local em uma van blindada, escoltado por seguranças, depois que a PM chegou ao local e os tiros cessaram, cerca de 15 minutos depois. Após o candidato deixar o prédio, policiais militares fortemente armados também orientaram que as demais pessoas saíssem do local às pressas.
Polícia identificou suspeitos. Dois homens foram identificados como suspeitos de participar do tiroteio. Ao todo, segundo a polícia, oito suspeitos participaram do tiroteio. Até o momento a polícia identificou Felipe Silva de Lima, 27, como o suspeito morto na troca de tiros, e Rafael de Almeida Araujo, que estava garupa da moto de Felipe.
Felipe chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Campo Limpo, mas não resistiu e morreu. Rafael está foragido.
Repercussão. Para interlocutores de Tarcísio, o caso é "assunto encerrado". Eles ressaltaram que o próprio candidato enfatizou não ter sido alvo de atentado e que pretende apresentar "conteúdo" para tratar do problema da violência em comunidades.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), no entanto, levou o caso para sua propaganda eleitoral ontem à noite. "O candidato a governador de São Paulo Tarcísio de Freitas e sua equipe foram atacados por criminosos em Paraisópolis", afirma o locutor da propaganda do presidente, que concorre à reeleição.
A peça publicitária cita, ao lado da ocorrência com Tarcísio, a facada que Bolsonaro sofreu durante a campanha em 2018 e o caso de um homem preso na semana passada em Fortaleza (CE), suspeito de ter atirado contra uma igreja evangélica logo antes de um culto com a participação da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
"Seguiremos trabalhando forte e de cabeça erguida contra o crime", completou o narrador. Na propaganda eleitoral exibida hoje à tarde, o caso de Paraisópolis voltou a aparecer, mas mais brevemente, sem citar os casos da facada e da Michelle.
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