Boulos aposta em reforço de Marta e vereadores por virada no 2º turno

O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) disse nesta segunda-feira (7) que contará com o reforço de vereadores eleitos e reeleitos para atrair votos nas periferias.

O que aconteceu

A candidata a vice Marta Suplicy (PT) estará "dia e noite" na campanha e terá papel estratégico na zona sul, segundo ele. Boulos não venceu nas zonas eleitorais do Grajaú e de Parelheiros — regiões onde a ex-prefeita e o próprio psolista ganharam em eleições passadas. O deputado federal vai disputar o segundo turno com Ricardo Nunes (MDB), que venceu nessas áreas.

Campanha vai reforçar legado da petista nos bairros. Durante coletiva à imprensa, Boulos citou obras entregues durante a gestão de Marta como o hospital de Parelheiros, os corredores de ônibus e os CEUs (Centros Educacionais Unificados). "A Marta vai estar muito presente, tanto lá como na zona leste, nos ajudando a ganhar os votos que a gente precisa para ganhar a eleição do dia 27", disse o candidato.

Boulos falou com a imprensa após se reunir com vereadores eleitos e reeleitos dos partidos aliados em São Paulo. O grupo, segundo o candidato, fará agendas complementares em bairros das periferias. "O Alessandro Guedes (PT) já me prometeu que vai garantir a virada em Itaquera", afirmou. Nesta zona eleitoral, Pablo Marçal (PRTB) venceu com 30,56% dos votos contra 29,55% de Boulos.

A família Tatto também irá reforçar a estratégia de votos na zona sul. O vereador reeleito Jair Tatto (PT) e o deputado Nilto Tatto (PT) foram citados pelo candidato do PSOL.

Nunes conta com Milton Leite na zona sul. Apesar da representatividade na região e de ter Marta ao lado, Boulos tem desafios para avançar em votos na zona sul já que seu adversário Ricardo Nunes tem Milton Leite (União) ao lado — o presidente da Câmara tem força política na área e interlocução com lideranças locais.

Boulos afirmou que existe "uma margem muito grande" para buscar votos em regiões onde Lula venceu em 2022. "São regiões que disseram não ao bolsonarismo, que se identificam com o projeto representado pelo presidente e que, eu acredito, que virá conosco nesse segundo turno", disse. Lula deve fazer novas agendas de campanha com Boulos nessa reta final, mas o psolista não adiantou nenhuma data.

O candidato afirmou que foi a periferia que o levou para o segundo turno. Das 20 zonas eleitorais em que Boulos venceu, mais da metade fica no extremo da capital paulista — Guaianases, na zona leste, e Capão Redondo, na sul, são alguns dos exemplos. "Foi graças ao voto de quem está sentindo na pele o abandono e o descaso do prefeito que estamos no segundo turno", disse.

Apoio de Tabata e comparação com 2012

Boulos voltou a agradecer o apoio da candidata Tabata Amaral (PSB) e disse ainda que não entrou em contato com ninguém do PSB. "Vou buscar fazer esse diálogo respeitando a decisão dela. As formas como ela vai apoiar vai depender da forma que ela se sinta mais confortável", disse o psolista.

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Questionado sobre a viabilidade de uma virada de votos no segundo turno para ganhar de Nunes, o candidato relembrou as eleições de 2012. Na ocasião, José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) disputaram o segundo turno — o tucano ficou na liderança no primeiro. O petista, entretanto, venceu a corrida eleitoral.

Uma parte importante do eleitorado votou expressamente por um sentimento de mudança e nós vamos ver isso nas próximas semanas na cidade de São Paulo. Nós vamos ver que o desejo da população paulistana de ter um prefeito de verdade, de ter alguém que olhe por ela, de ter um governo que ela reconheça como seu, vai ser muito maior do que mentiras, estereótipos e preconceitos que fundamentam os ataques dos meus adversários para formar uma rejeição.
Guilherme Boulos, candidato à Prefeitura de São Paulo

Boulos subiu o tom também contra o adversário e disse que a redução de debates é "coisa de quem está com medo". O psolista afirmou que sua campanha vai conversar com veículos de imprensa para que reduzam o número de debates de 12 para nove ou oito. Ele considera, entretanto, três "muito pouco". A sugestão foi feita pela campanha de Nunes.

Segundo o candidato de esquerda, Nunes "quer fugir do debate, porque não tem firmeza de posições". "Não tem o que responder a respeito de tantos escândalos", disse.

São Paulo não pode mais ficar quatro anos com um prefeito fraco, com um prefeito que não tem visão de cidade, com um prefeito que permitiu a nossa população de rua mais do que duplicar e chegar a 80 mil pessoas na cidade mais rica do Brasil.

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