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Necropsia mostra que Trayvon Martin foi morto com um tiro no peito, diz TV

Do UOL, em São Paulo

16/05/2012 21h40

O jovem negro Trayvon Martin foi morto com um único tiro no peito, disparado a uma “distância intermediária”, segundo necropsia divulgada pela rede de TV “NBC News”. O relatório preparado por médicos da Flórida também aponta que o jovem de 17 anos tinha outro ferimento, uma pequena escoriação, em um dedo da mão esquerda.

Separadamente, um registro médico do vigilante George Zimmerman, 28, suspeito de assassinar Martin, indica que ele sofreu lesões: uma fratura no nariz, olhos com hematomas e ferimentos na cabeça, o que respaldaria seu argumento de que atirou no jovem em legítima defesa. O relatório foi feito pelo médico pessoal de Zimmerman um dia depois do ocorrido, e divulgado nesta terça (15) pela rede “ABC News”. O médico também teria prescrito calmantes ao vigilante e recomendado que ele buscasse ajuda psicológica.

Os dois documentos são parte de quase 300 páginas de inquérito e 67 CDs com o que está sendo apurado sobre o caso.

De origem hispânica, o vigilante voluntário de uma comunidade de Sanford, na Flórida, admitiu ter atirado no jovem negro de 17 anos, no dia 26 de fevereiro deste ano.

Martin voltava para casa depois de ter comprado doces e usava um capuz quando foi morto por Zimmerman, que realizava rondas em seu bairro. O vigilante de 28 anos disse ter ligado para a polícia para advertir sobre a presença de um suspeito no local.

Zimmerman permaneceu em liberdade depois do episódio por ter alegado legítima defesa, o que gerou uma onda de protestos contra uma lei votada em 2005 na Flórida, com o apoio do lobby da indústria de armas, que ampara os que usam força letal para defender-se de uma ameaça, inclusive quando houver opção de fugir de forma segura.

A pressão pública, que obrigou Zimmerman a permanecer escondido, foi acalmada em grande parte quando no dia 11 de abril a Promotoria decidiu apresentar acusações contra ele, o que levou a sua detenção. Ele foi solto no dia 22 do mesmo mês, depois de pagar parte da fiança de US$ 150 mil e se comprometer a cumprir com outras condições impostas pelo juiz, como estar sempre localizado por GPS, não manter contato com a família da vítima, se comunicar com as autoridades a cada três dias, não portar armas de fogo e não consumir remédios ou drogas, salvo por prescrição médica.

Acusado de homicídio em segundo grau, ele pediu desculpas publicamente aos pais do adolescente, ao comparecer perante o juiz da Flórida, quando ainda estava preso: “Quero dizer que sinto a perda de seu filho. Não sabia que idade ele tinha. Acho que era pouco mais jovem que eu. Também não sabia se ele estava armado ou não".