Família de suposto autor de filme sobre profeta Maomé deixa casa nos EUA
A família do suposto autor do filme "A Inocência dos Muçulmanos", que ridiculariza o profeta Maomé e gerou uma onda de protestos no mundo árabe, deixou a residência onde moravam, em Los Angeles, Califórnia, nos Estados Unidos, na madrugada desta segunda-feira (17).
O porta-voz da polícia de Los Angeles disse que os parentes de Nakoula Basseley Nakoula deixaram a residência da família às 3h45 da manhã, no horário local. Eles se encontraram com Nakoula e depois foram levados a um local não revelado.
No sábado (15), a polícia foi até a casa de Nakoula, condenado por uma fraude bancária em 2010, para levá-lo para prestar depoimento. Ele deixou o local usando roupas pesadas e cobrindo o rosto.
O nome de Nakoula Basseley consta em alguns documentos do sindicato de atores "Screen Actors Guild" e também aparece em documentos judiciais de um tribunal do distrito californiano em que aparecem os nomes Mark Basseley, Nicola Bacily e Malid Ahlawi como pseudônimos do mesmo homem.
Nesta segunda-feira (17), os protestos contra o filme continuaram em cidades do Afeganistão, Paquistão e Indonésia.
Os protestos contra o filme começaram na terça-feira passada (11), no Egito e na Líbia, após várias semanas de difusão pela internet do filme, que mostra Maomé como mulherengo, homossexual e abusador de crianças. Muitos muçulmanos consideram que qualquer representação da imagem do profeta é uma blasfêmia.
Um dos primeiros ataques, contra o consulado norte-americano em Benghazi (Líbia), resultou na morte de quatro funcionários diplomáticos dos EUA, inclusive o embaixador no país.
No domingo, novos protestos ocorreram em lugares tão díspares quanto Londres e Lahore. Missões diplomáticas ocidentais ficaram em alerta, e a Alemanha, seguindo o exemplo dos EUA, retirou funcionários da sua embaixada no Sudão, que havia sido invadida na sexta-feira.
Essa é a mais grave onda de ataques antiamericanos no mundo islâmico desde o início das revoltas da Primavera Árabe, no final de 2010. Pelo menos nove pessoas foram mortas durante os protestos na sexta-feira em vários países.
A crise também constituiu uma dor de cabeça para o presidente dos EUA, Barack Obama, na reta final da campanha para a eleição presidencial, que acontece em 6 de novembro, contra o republicano Mitt Romney. (Com Associated Press e Reuters)
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