Justiça indiana indicia os réus de estupro coletivo de estudante
A Justiça indiana indiciou nesta segunda-feira (7) os cinco acusados de estupro coletivo de uma estudante de 23 anos que chocou o país. Devido ao clima de agitação e revolta que toma o país por conta do crime, a magistrada Namrita Aggarwal, que acompanha o caso, ordenou hoje que a primeira apresentação em juízo dos réus fosse realizada a portas fechadas no complexo judicial de Saket, ao sul da capital.
A chegada dos acusados ao tribunal foi marcada por protestos. Eles enfrentam a pena de morte por sequestro, estupro e assassinato.
Indianos fazem homenagem e tocam "Imagine"
"As pessoas sem ligação com o caso são convidadas a ficar de fora. É impossível para este tribunal conduzir o processo nesta situação", considerou Aggarwal, tentando restaurar a ordem em meio a uma multidão de advogados e jornalistas.
Os advogados dos réus, que têm idades entre 19 e 35 anos, consideraram ser "imoral" defendê-los. Um sexto acusado, supostamente de 17 anos, deve ser julgado por um tribunal juvenil.
Processo acelerado
Na Índia, os réus geralmente são levados à Justiça meses após o crime, mas, neste caso, o processo foi acelerado. Os acusados vão à Corte pouco mais de uma semana depois da morte da jovem, em um hospital em Cingapura.
As autoridades prometeram que o julgamento acontecerá pela "via rápida", com audiências diárias ou quase diárias, e durante todo o processo está previsto que compareçam 30 testemunhas, incluindo médicos que atenderam à vítima.
A agressão resultou em manifestações em massa e levantou em um intenso debate sobre a violência contra mulheres e a apatia da polícia e da Justiça diante deste tipo de crime no país.
A polícia montou um forte esquema para a audiência. Um homem foi preso na semana passada ao tentar colocar uma bomba perto da casa de um dos réus.
Relato do namorado
A vítima havia passado a noite no cinema com o namorado, de 28 anos. O casal entrou em um ônibus ocupado pelo grupo de homens, que estuprou várias vezes a estudante, a agrediu com uma barra de ferro e a jogou na rua seminua. O namorado também foi espancado e jogado do ônibus, de acordo com o próprio testemunho dele.
O pai da estudante resolveu revelar o nome da filha para dar coragem a outras mulheres agredidas: Jyoti Singh Pandey. O nome havia sido mantido em segredo até este fim de semana. No entanto, o pai da menina, Badri Singh Pandey, 53, quis que "o mundo conhecesse seu nome verdadeiro". "Minha filha não fez nada errado. Estou orgulhoso dela. Revelar seu nome dará coragem a outras mulheres. Encontrarão fortaleza na minha filha", disse à imprensa britânica.
No sábado (5), a promotoria indicou que os vestígios de sangue nas roupas dos acusados correspondiam ao sangue da vítima.
O namorado lembrou em entrevistas a sua incapacidade de salvar a jovem e também denunciou a demora da polícia e a indiferença dos transeuntes, enquanto o casal sangrava na estrada.
Manifestações e marchas se sucedem quase sem interrupção em Nova Déli desde que, em 16 de dezembro, foi noticiado o estupro coletivo da jovem, que morreu 13 dias depois. (Com agências internacionais)
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