Testemunha de estupro grupal na Índia fala em julgamento e identifica ônibus
O namorado da estudante indiana Jyoti Singh Pandey, 23, que morreu em dezembro passado após sofrer um estupro coletivo em Nova Déli, na Índia, identificou durante julgamento nesta terça-feira (5) o ônibus onde aconteceu a violência.
O rapaz de 28 anos, que também foi agredido pelos estupradores, chegou ao tribunal de Saket em uma cadeira de rodas e confirmou que o ônibus branco foi o cenário da ação que, posteriormente, causou uma onda de revolta e protestos populares em toda a Índia. A informação foi dada pelo pai dele ao site "The Times of India".
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Ele é a principal testemunha do caso, que passa por uma corte especial para apressar a sentença. O julgamento começou no dia 21 de janeiro, com a apresentação da ata de acusação ao juiz. No dia 24, começaram os debates.
"Meu filho vai percorrer qualquer distância para assegurar que os culpados sejam punidos", disse o pai à agência de notícias AFP. "Ele vai cooperar e está preparado para responder a quaisquer questões da defesa."
O ônibus foi estacionado no complexo onde fica o tribunal. Cinco homens e um adolescente, que é julgado em uma corte separada, são acusados do crime. Todos negam responsabilidade na morte da estudante.
A jovem ficou internada treze dias em um hospital de Cingapura antes de morrer por conta dos graves ferimentos sofridos no estupro no dia 16 de dezembro. O caso gerou também reivindicações de que a índia adote medidas mais duras contra autores de crimes sexuais.
Novo caso
Uma enfermeira de 26 anos foi sequestrada e violentada por vários homens em um novo estupro coletivo na Índia, no Estado do Punjab. O caso foi divulgado nesta segunda-feira (21) pela polícia local, que ainda informou que os estupradores filmavam a vítima.
A jovem foi sequestrada na cidade de Chandigarh, na sexta (18), enquanto esperava um ônibus para ir a uma entrevista de emprego. Ela relatou à polícia que foi violentada em repetidas ocasiões.
No domingo (20) de manhã a jogaram em uma estrada, onde um homem a viu e a levou a um hospital. Os autores do ataque sexual ainda não foram localizados.
Impunidade
O julgamento pode acabar inocentando os réus, já que a má qualidade das práticas forenses na Índia é uma das principais razões para a grande taxa de impunidade nos casos de estupro. Advogados dos acusados disseram à agência de notícias Reuters que estão se preparando para contestar as conclusões dos peritos, apontando-as como manipuladas.
Indianos tocam "Imagine"
Eles também podem alegar que o processo foi distorcido porque a polícia apressou a investigação diante da repercussão do caso. Dois dos quatro advogados dizem que seus clientes foram torturados na prisão para fazerem confissões que parecem ser excessivamente semelhantes.
"Todas as declarações dizem a mesma coisa. É como se alguém as tivesse ditado", afirmou o advogado Manohar Lal Sharma. (com agências internacionais)
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