Mais cinco mortes confirmadas em ataque a campo de gás na Argélia
Mais cinco mortes foram confirmadas nesta sexta-feira (25) como resultado do ataque de um grupo rebelde islâmico a um campo de exploração de gás em In Amenas, no sudeste da Argélia, em 16 de janeiro.
A companhia norueguesa Statoil, que explora o campo com a argelina Sonatrach e a britânica BP (British Petroleum), afirmou que três de seus funcionários morreram no ataque. Dois funcionários da Statoil continuam desaparecidos. Todos os empregados são de nacionalidade norueguesa.
A Statoil possuía 17 empregados no campo no momento do ataque -- 13 noruegueses, três argelinos e um canadense. Desses, 12 foram resgatados.
O governo das Filipinas confirmou nesta sexta-feira mais duas mortes de funcionários filipinos do campo. Com o anúncio, sobem para oito o número de mortos do país durante o ataque na Argélia.
República do Mali
Capital: Bamaco
População: 15,5 milhões (2012)
Língua oficial: francês
PIB: US$ 17,9 bilhões (2011)
Tamanho: 7º maior país da África
Divisão religiosa: 90% muçulmanos, 1% cristãos
e 9% crenças indígenas
O porta-voz das Relações Exteriores das Filipinas, Raúl Hernández, disse em Manila, capital do país, que a maioria morreu por causa dos disparos ou pelas explosões deflagradas durante o confronto entre os sequestradores e o Exército argelino.
Outros quatro filipinos feridos estão recebendo tratamento em hospitais da Argélia, e outros 12 foram libertados e passam bem.
Ao menos 38 trabalhadores estrangeiros de oito países e um argelino, assim como 29 terroristas e um policial, morreram na operação de resgate ao sequestro do campo por rebeldes islâmicos. Três sequestradores foram detidos na operação de resgate, comandada pelo Exército da Argélia na quinta-feira (17).
O grupo rebelde atacou um ônibus com trabalhadores estrangeiros do campo de gás na madrugada do dia 16 de janeiro, com a intenção de sequestrá-los e levá-los para o Mali, em retaliação ao bombardeio da França contra sua base no norte malinês. Mas, em vez disso, invadiram o campo de gás. A porção norte do Mali faz fronteira com a Argélia.
Um total de 792 trabalhadores foram liberados do sequestro, 107 deles estrangeiros.
"Tentações coloniais"
Na quinta-feira (24), a presidente Dilma Rousseff afirmou que a ofensiva militar liderada pela França no Mali "não pode violar os direitos humanos nem reavivar nenhuma das tentações, inclusive as antigas tentações coloniais".
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A presidente reforçou ainda que qualquer ação militar precisa ser "submissa" a autorizações do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), com atenção aos civis.
As declarações da presidente foram feitas durante a 6ª Cúpula Brasil-União Europeia, em Brasília, durante procunciamento ao lado do presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, e do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
A intervenção militar da França no Mali teve início há duas semanas, e já foram enviados mais de 2.000 soldados para atuar no combate a grupos rebeldes islâmicos, no norte do país.
O Mali foi uma colônia francesa até a década de 1960. A intervenção do país europeu no Mali teve o aval do Conselho de Segurança da ONU e foi uma resposta a um pedido do próprio governo do país africano.
Refugiados
A comissária da União Europeia enviada a Bamaco, capital do Mali, Kristalina Georgieva, afirmou nesta sexta-feira que a intervenção francesa e o consequente acirramento do conflito no país africano não aumentaram o fluxo de imigrantes para os países vizinhos.
De volta a Bruxelas, após uma visita de três dias ao Mali, Georgieva afirmou que existe uma "dificuldade crescente em entregar ajuda" humanitária, especialmente em cidades do norte do país.
A União Europeia anunciou nesta terça-feira (22) o desbloqueio de 20 milhões de euros suplementares de ajuda, sobretudo para lutar contra a desnutrição que afeta milhões de pessoas, a maioria crianças.
A agência da ONU avaliou na semana passada que se a situação piorar, poderiam ser registrados 700 mil deslocados no país nos próximos meses.
Até agora, cerca de 144 mil pessoas ttiveram que deixar seus lares rumo a países vizinhos - 54 mil à Mauritânia, 52 mil ao Níger e 38 mil a Burkina Faso -, "mas muitos mais vão seguir, temerosos das represálias", disse Georgieva.
Golpe de Estado
O Mali vive uma grave crise desde 22 de março, quando um golpe de Estado realizado por membros do Exército malinês derrubou o presidente eleito democraticamente, Amado Toumani Touré.
Aproveitando o vazio de poder após a saída de Tuoré, o Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA) proclamou em abril passado unilateralmente a independência da região setentrional do Mali, que abrange 850 mil quilômetros quadrados.
Desde então, o norte do Mali tem sido foco de rebeldes islâmicos insurgentes. O ataque ao campo de gás na Argélia foi reivindicado pelo grupo "Signatários com Sangue", pertencente à "Brigada dos Mascarados", dirigida pelo argelino Mojtar Belmojtar, um discidente do grupo terrorista Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI).
O grupo disse ter atuado em resposta à intervenção internacional -- sobretudo francesa -- em apoio ao governo do Mali na luta contra os rebeldes islâmicos no norte do país. A intervenção militar francesa teve início em 11 de janeiro.
Nesta sexta-feira, o comando militar dos Estados Unidos na África (Africom) reconheceu erros no treinamento das tropas malinesas, com as quais os EUA colaboraram nos últimos anos, e que agora lutam contra os radicais islâmicos no norte do Mali.
O capitão malinês Amadou Sanog, chefe dos golpistas que depuseram o presidente eleito, foi um dos militares africanos que viajaram aos EUA para se formarem no treinamento militar.
o general Carter Ham, comandante do Africom, afirmou que o caso de Sanog é "algo que nos preocupa", e afirmou que no treinamento faltou falar sobre "valores, ética e espírito militar". (Com agências de notícias)
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