Policial ferido durante caçada aos suspeitos do atentado de Boston diz ter voltado a contar piadas

Quase duas semanas após ser ferido na troca de tiros com os supostos autores do atentado à Maratona de Boston, nos Estados Unidos, o policial Richard Donohue diz ter voltado a contar piadas.

Na manhã do último dia 19 de abril, Donohue foi baleado na virilha durante a caçada aos irmãos Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev nas ruas de Watertown (EUA). O policial foi socorrido e levado ao hospital quase sem pulso e com uma quantidade significativa de sangue perdido.

"Agora estou acordado, me movendo, falando, e contando até piadas, para desgosto de minha esposa", brincou Donohue, que contou que os médicos decidiram deixar a bala em sua perna, já que ela não obstruiu qualquer órgão.

Ainda que tenha reconhecido que sua dor seja inconstante, o policial reconhece ter ainda um longo caminho de reabilitação e de recuperação pela frente. "Estou otimista que vou me recuperar 100%."

Em nota divulgada à imprensa, Donohue agradeceu ainda a polícia e os socorristas que salvaram sua vida, assim como os membros da comunidade que apoiaram sua família.  "Socorristas, bombeiros e outros policiais colocam suas vidas em risco para me ajudar", disse ele, que também expressou condolências à família de Sean Collier, o policial do MIT que possivelmente foi morto pelos supostos terroristas.

"Estamos certos de Sean tomou conta de mim e ajudou a salvar minha vida", enfatizou Donohue. "Ele não podia salvar a si mesmo, mas conseguiu me salvar."

O policial contou que não se recorda muito sobre o ocorrido em Watertown, mas afirma estar trabalhando para montar sua própria linha do tempo do tiroteio. "Quando a história completa do que aconteceu naquele dia for recordada, será mais selvagem do que qualquer filme que você já viu. E com direito a muitos heróis."

Atentados

No dia 15 de abril, duas bombas foram detonadas perto da linha de chegada da Maratona de Boston, provocando três mortes e deixando mais de 260 feridos.

Três dias depois, os irmãos Tamerlan Tsarnaev, 26, e Dzhokhar Tsarnaev, 19, de origem tchetchena, foram identificados como suspeitos do atentado a partir de imagens gravadas por câmeras de segurança. No dia 18, o mais velho foi morto pela polícia e, no dia seguinte, o mais novo foi preso. 

Dzhokhar está detido e se recupera em um hospital penitenciário federal. Ele foi acusado formalmente de crimes que poderão ser punidos com pena de morte. O corpo de Tamerlan ainda não foi reivindicado. “Ainda não fomos procurados pela família”, disse Terrel Harris, porta-voz do examinador médico chefe do Estado.