Três presos por envolvimento no atentado de Boston são suspeitos de conspiração

A Procuradoria dos Estados Unidos ouvirá nesta quarta-feira (1º), a partir das 15h30 (16h30 no horário de Brasília), os outros três suspeitos de envolvimento no atentado à Maratona de Boston, nos Estados Unidos.

Os suspeitos, presos na manhã de hoje, são acusados de conspiração por obstruir a Justiça e por ter dado declarações falsas, como apontou a Procuradoria em seu Twitter. 

As autoridades americanas confirmaram a identidade dos suspeitos por meio de nota. Dois deles são cidadãos do Cazaquistão, identificados como Dias Kadyrbayev, 19, e Azamat Tazhayakov, 19.  

Os dois cazaques tinham sido detidos anteriormente por autoridades da imigração norte-americana por suposta violação dos termos de seus vistos. No caso da Maratona de Boston, eles, de acordo com um comunicado da procuradoria americana, teria tramado jogar fora um laptop e uma mochila que pertenciam a Tsarnaev.

O outro envolvido é o americano de Cambrifge Robel Phillipos, 19. Todos eles eram ou tinham sido estudantes da Universidade de Massachusetts Dartmouth, onde Dzhokhar Tsarnaev, acusado de ser coautor dos atentados, também estudava.

Suspeitando que Tsarnaev estivesse envolvido no atentado depois que as autoridades divulgaram os vídeos dos bombardeiros, o trio decidiu jogar a mochila e fogos de artifício no lixo "porque não queriam deixar Tsarnaev em apuros", declarou um agente do FBI em apoio as acusações.

As autoridades recuperaram a mochila de um aterro sanitário em New Bedford, com fogos de artifício, um pote de vaselina, entre outras coisas. Não se sabe ao certo o que aconteceu com o laptop.

Segundo a promotoria, Tazhayakov e Kadyrbayev podem pegar penas máximas de cinco anos de prisão e pagamento de multa de US$ 250 mil. Phillipos pode ser sentenciado a oito anos de prisão e a pagamento de multa no mesmo valor dos outros dois estudantes.

Kadyrbayev estudava engenharia, foi dispensado da universidade, mas permaneceu nos Estados Unidos. Uma audiência sobre o caso dele está marcada para 22 de maio.

Já Tazhayakov, habilitado em economia, tinha o visto expirado desde o dia 4 de janeiro, mas foi autorizado a reingressar nos Estados Unidos em 20 de janeiro, segundo divulgado pelo juiz durante a audiência da qual os dois estudantes participaram na manhã desta quarta-feira. Tazhayakov será ouvido novamente no próximo dia 9.

Americanos defendem pena de morte

Cerca de 70% dos americanos são a favor da pena de morte para Dzhokhar Tsarnaev, acusado de ser coautor dos atentados de 15 de abril em Boston, caso seja condenado, segundo uma pesquisa publicada nesta quarta-feira pela rede "ABC" e o jornal "Washington Post".

Outros 27% se opõem à possibilidade de impor a pena capital ao jovem de 19 anos, enquanto 3% preferem não opinar sobre o assunto.

Dzhokhar, detido depois que seu irmão Tamerlan foi morto em uma operação policial após os ataques em Boston, foi acusado em 22 de abril pelo governo americano pelo "uso de armas de destruição em massa" contra pessoas, o que pode levar o jovem a ser condenado à pena de morte ou à prisão perpétua.

Atentados

No dia 15 de abril, duas bombas foram detonadas perto da linha de chegada da Maratona de Boston, provocando três mortes e deixando mais de 260 feridos.

Três dias depois, os irmãos Tamerlan Tsarnaev, 26, e Dzhokhar Tsarnaev, 19, de origem tchetchena, foram identificados como suspeitos do atentado a partir de imagens gravadas por câmeras de segurança. No dia 18, o mais velho foi morto pela polícia e, no dia seguinte, o mais novo foi preso. 

Dzhokhar está detido e se recupera em um hospital penitenciário federal. Ele foi acusado formalmente de crimes que poderão ser punidos com pena de morte. O corpo de Tamerlan ainda não foi reivindicado. “Ainda não fomos procurados pela família”, disse Terrel Harris, porta-voz do examinador médico chefe do Estado.