Tia de suspeitos de atentados em Boston desconfia de farsa e pede provas ao FBI
Maret Tsarnaeva, tia dos irmãos suspeitos de planejar os atentados a bomba na Maratona de Boston na última segunda-feira (15), disse que não há provas contra seus sobrinhos e que desconfia da conduta do FBI, que matou o mais velho (Tamerlan Tsarnaev, 26) durante uma megaoperação policial e segue em busca do mais novo (Dzhokhar Tsarnaev, 19).
Saiba mais sobre os russos suspeitos dos ataques em Boston
Os dois suspeitos apontados pelo FBI como responsáveis pelas explosões da Maratona de Boston foram identificados como sendo os irmãos Dzhokhar A. Tsarnaev, 19, e Tamerlan Tsarnaev, 26. Os dois são russos, provenientes de uma região próxima à Tchetchênia, e residentes legais nos Estados Unidos há no mínimo um ano.
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"Minha primeira declaração ao FBI foi: eles não poderiam ter feito isso", disse ela. "Estou desconfiada de que tudo isso foi armado. Temos que questionar tudo. Quero mais que uma foto", disse ela em uma entrevista coletiva em Toronto, no Canadá, onde mora.
Sobre a ligação dos sobrinhos com o islã, Maret, que é irmã da mãe dos rapazes, contou à imprensa que o interesse mais forte de Tamerlan pelo Islamismo era recente. "Ele se tornou devoto praticante há apenas cerca de dois anos, quando começou a orar cinco vezes por dia", disse. "Eu não vejo nada de mal nisso."
O ataque à maratona deixou três mortos e mais de 170 feridos.
Em defesa dos sobrinhos, Marte os descreveu como "jovens normais, atléticos e inteligentes" e contou que o mais velho, que era casado, havia se tornado pai recentemente. "Ele estava muito feliz com a filha", disse.
Mais cedo, Ruslan Tsarni, que também é tio dos suspeitos, deu uma entrevista à imprensa e pediu que o sobrinho foragido se entregasse à polícia. "Dzhokhar, se você está vivo, se entregue e peça perdão", disse na TV.
Pedido de perdão
Alvi Tsarni, outro tio dos irmãos, disse que, poucas horas antes de sua morte, Tamerlan ligou para ele para pedir desculpas pelos "problemas de família" que os mantiveram distantes nos últimos anos.
"Ele disse: 'eu te amo, me perdoe'", contou Tsarni. "Eu respondi que o perdoava e que também o amava", disse o tio, acrescentando que não sabia que o sobrinho era suspeito pelos atentados e que só soube da morte dele no dia seguinte.
"Mas matar pessoas inocentes, como eu posso perdoar isso?"
Perseguição
A megaoperação policial começou com um tiroteio por volta das 22h30 (23h30 horário de Brasília) de quinta-feira (18), no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), onde um policial foi morto dentro do campus universitário da instituição, em Cambridge, na região metropolitana de Boston.
A polícia do Estado de Massachusetts pediu, por meio de sua conta oficial no Twitter, que os moradores de Watertown não saiam de suas residências e só abram a porta de casa para a polícia. As autoridades suspenderam temporariamente o transporte na área metropolitana de Boston e decretaram toque de recolher na cidade de Watertown.
Em um comunicado, a Casa Branca informou que o presidente dos EUA, Barack Obama, está sendo informado sobre a evolução dos acontecimentos e da investigação no caso pela assistente de Segurança Nacional e Antiterrorismo, Lisa Mónaco. Ontem (18), Obama participou de um ato ecumênico em homenagem às vítimas do atentado, na Catedral da Santa Cruz de Boston. "Sim, nós vamos encontrá-lo e vamos fazer justiça! Nós vamos terminar a corrida! Não podemos deixar algo como isso nos parar", disse na ocasião.
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