Ariel Castro é denunciado pelo sequestro e estupro de mulheres nos EUA; irmãos se livram de acusação
A polícia de Cleveland denunciou nesta quarta-feira (8) o proprietário da casa onde três mulheres foram mantidas presas por dez anos na cidade de Cleveland, Ohio (EUA), por estupro e sequestro.
Polícia dos EUA tenta desvendar sequestro de mulheres que durou dez anos
Ariel Castro, 52, foi preso junto com seus irmãos Onil Castro, 50, e Pedro Castro, 54. Os irmãos, no entanto, se livraram da acusação, segundo o capitão da polícia Ed Tomba, embora não deixarão de ser ouvidos nesta quinta-feira (9) pela manhã.
O procurador da cidade Victor Perez afirmou que não havia nenhuma razão para acreditar que os irmãos estejam envolvidos no sequestro.
Tomba disse que um teste de paternidade será feito em Ariel Castro para determinar se a menina de seis anos encontrada na casa é sua filha. Investigadores do caso disseram nesta quarta que a criança nasceu em uma piscina inflável colocada dentro da casa.
As jovens Amanda Berry e Georgina DeJesus, duas das mulheres sequestradas e mantidas por dez anos presas em uma casa em Cleveland, Ohio (EUA), foram recebidas com festa por familiares e vizinhos ao retornarem para suas casas depois de resgatadas e passarem por exames em um hospital local.
Amanda Berry, 27, Gina DeJesus, 23, e Michelle Knight, 32, foram encontradas em uma casa no bairro de West Side, em Cleveland, na segunda-feira (6), não muito longe de onde desapareceram entre 2002 e 2004.
De acordo com os policiais ouvidos, Ariel Castro agredia as mulheres quando engravidavam e, por isso, elas acabavam abortando. Por outro lado, demonstrava ser um homem comum para os vizinhos, que adorava música e motos.
Uma outra fonte, que não quis se identificar, contou que uma das jovens abortou duas ou três vezes porque estava mal nutrida.
Os policiais investigam se os fetos abortados foram enterrados no quintal da casa onde as três mulheres eram mantidas reféns. Em busca realizada nesta terça, nada foi encontrado.
Jovens voltam para casa
Amanda Berry chegou em um automóvel que entrou pelos fundos da casa de sua irmã Beth Serrano. Ela estava acompanhada por sua filha de 6 anos, provavelmente nascida durante seu cativeiro.
Dezenas de pessoas e jornalistas esperaram por um pronunciamento de Amanda que chegou a ser anunciado com cobertura em tempo real pela emissora de TV CNN na tarde desta terça. Uma faixa escrita “Bem-vinda Amanda”, balões e um púlpito com microfones foram colocados em frente à casa.
Mas, em vez de Amanda, sua irmã se apresentou e afirmou que a irmã não estava ainda em condições de falar e pediu privacidade. Antes, uma agente do FBI informou que Beth se pronunciaria e pediu as jornalistas que não fizessem perguntas.
Georgina, que desapareceu em 2004, foi recebida na tarde desta terça-feira (7) aos gritos de “Gina, Gina!” quando chegou a casa em uma minivan na tarde desta terça-feira. Vestindo um moletom com capuz amarelo brilhante, ela foi levada pela multidão e entrou em casa com auxílio de uma mulher que a abraçou.
Vizinho conta como encontrou desaparecidas nos EUA
Felix DeJesus, pai de Gina, disse que nunca duvidou de que a filha estava viva e que nunca parou de procurar por ela. “
"Eu sabia que ela precisava de mim e eu nunca desisti, eu nunca desisti de procurá-la", disse Felix DeJesus, momentos depois que sua filha chegou a casa da família em Cleveland.
A residência foi decorada com balões de festa espalhados pelo jardim. Sua irmã Mayra DeJesus disse à CNN que apesar de tudo o que Gina passou, ela está de "bom humor".
Já Michelle Knight, 32, continua internada no Metro Health Medical Center, por onde Amanda e Gina também foram conduzidas depois do resgate. Segundo Tina Shaerban-Arundel, porta-voz do hospital, Michelle "está em boas condições de saúde".
Mas, um relatório do Departamento de Polícia de Cleveland sobre pessoas desaparecidas descreve a jovem como portadora de ‘problemas mentais’ e que muitos de seus familiares desconheciam o seu desaparecimento.
Sequestro acabou na segunda
O pesadelo das três mulheres terminou quando Amanda Berry - sequestrada há 10 anos - colocou os braços em um buraco na porta principal e pediu ajuda. Um vizinho viu a mulher gritando e tentando sair da casa.
"Escutei gritos (...) e vi essa garota tentando fugir como uma louca da casa", disse à rede de televisão ABC, Charles Ramsey, que virou um herói local.
"Fui até a entrada e ela disse: me ajude a sair, estou aqui há muito tempo".
Ramsey contou que tentou abrir a porta e, como não conseguiu, teve de derrubá-la, antes que a mulher saísse se arrastando e "levando uma criança pequena com ela".
Berry correu até uma casa vizinha para ligar para a polícia, implorando que fossem ao local o mais rápido possível: "Antes que ele volte".
"Sou Amanda Berry. Fui sequestrada. Estive desaparecida durante 10 anos. Estou livre, estou aqui agora", disse a jovem ao número de emergência 911.
Amanda revelou que ela e outras duas jovens eram mantidas em cativeiro por Ariel Castro. Quando a polícia chegou, ela contou sobre as outras duas mulheres na casa: Gina DeJesus e Michelle Knight.
"Os policiais gritaram" ao descobrir as outras mulheres, informou o representante do FBI, Steve Anthony.
Berry desapareceu em 21 de abril de 2003, quando tinha 16 anos, após sair do trabalho em um lanchonete de fast food, informou o FBI. A mãe da jovem, Louwanna Miller, morreu de ataque cardíaco em março de 2006, segundo a imprensa.
Gina DeJesus tinha apenas 14 anos, em 2 de abril de 2004, quando desapareceu após deixar a escola. Michelle Knight desapareceu aos 21 anos, no dia 23 de agosto de 2002, depois de visitar uma prima, segundo o jornal "Cleveland Plain Dealer".
Depois da surpreendente descoberta, a polícia prendeu Ariel, Oneil e Pedro Castro. Ariel é o dono da casa, enquanto seus dois irmãos moravam em outro lugar, afirmou a polícia. (Com agências internacionais)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.