Comissário trocou de turno com colega e embarcou no MH17

Sanijd Singh, um dos comissários do voo da Malaysia Airlines abatido por um míssil terra-ar no leste da Ucrânia, na quinta-feira (17), embarcou no avião depois de ter trocado de turno com um colega de trabalho, segundo reportagem do jornal "The Malaysian Insider" publicada nesta sexta-feira (18). A tragédia provocou 298 mortes. Ao todo, eram 283 passageiros --sendo três crianças-- mais 15 tripulantes.

O pai da vítima, Jijar Singh, 71, relatou à imprensa local que, há quatro meses, a mulher do comissário havia escapado de um acidente aéreo exatamente nas mesmas circunstâncias --depois de fazer uma troca de turno. Ela estava escalada para o voo MH370, que desapareceu no sul do oceano Índico, ao largo da costa da Austrália, mas foi substituída no "último minuto".

"Ele esteve aqui há cerca de um mês. Ele nos disse recentemente que trocou com um colega para o voo de retorno Amsterdã-Kuala Lumpur", afirmou Jijar ao "The Malaysian Insider". "A mulher de Sanjid voaria no MH370, mas trocou com outra colega no último minuto", completou.

O pai de Sanjid contou ainda que estava ansioso para ver o único filho depois de seu último voo. Na casa dos pais, inclusive, a família já tinha se preparado os pratos favoritos de Sanjid na intenção de recebê-lo. "Ele deveria vir aqui ao meio-dia depois que voltasse de Amsterdã, nesta manhã. Sua mãe havia preparado todos os seus pratos favoritos", declarou.

"Estamos com o coração partido porque ele foi o nosso único filho. O que podemos fazer? O que aconteceu, aconteceu", disse ele com a voz trêmula.

A mulher de Sanjid, de acordo com a família, deve ir para a Ucrânia a fim de acompanhar a investigação. O comissário vivia com a mulher e com o filho, que tem sete anos, em Kuala Lumpur.

O voo MH17 ia de Amsterdã, na Holanda, para Kuala Lumpur, na Malásia, e voava a 10 mil metros quando caiu. O voo teria duração de 11h55 minutos e percorreria uma distância de 10,2 mil quilômetros. A Malaysia Airlines perdeu contato com a aeronave às 11h15 (horário de Brasília), e que sua última posição foi registrada no espaço aéreo ucraniano, a 30 km de Tamak.