Topo

Ofensiva em Gaza durará 'tempo que for necessário', diz premiê de Israel

Do UOL, em São Paulo

02/08/2014 16h13

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou, neste sábado (2), durante um pronunciamento na televisão, que as ofensivas israelenses na faixa de Gaza continuarão até que todos os túneis construídos pelo grupo islâmico radical Hamas sejam destruídos. "Vamos continuar a operação até o objetivo ser atingido", declarou.

Além disso, ele disse que o Hamas vai pagar um "preço intolerável", se continuar fazendo ataques de foguetes contra Israel. Ele destacou ainda que o Estado israelense não tem obrigação de proteger nenhum povo, que não o israelense. "Prometemos desde o início o retorno à calma para os cidadãos de Israel e vamos continuar a agir até que tenhamos atingido este objetivo. Isto levará o tempo que for necessário e empregaremos toda a força necessária", declarou Netanyahu à imprensa em Tel Aviv.

De acordo com o premiê, o exército do país está prestes a concluir a "neutralização dos túneis de Gaza". Cavados a partir da Faixa de Gaza para saírem em Israel, os túneis teriam permitido ao Hamas "sequestrar e assassinar vários cidadãos em ataques simultâneos", segundo Netanyahu.

O premiê israelense também declarou que o exército irá reavaliar sua operação em Gaza quando as tropas completarem a demolição desses túneis. "Quero cumprir os objetivos que estabelecemos, seja militar, diplomaticamente --o que eu preferia-- ou unindo ambos. Eu preferia, evidentemente, a solução diplomática, mas se não nos derem escolha, utilizaremos todos os meios a nossa disposição", declarou.

Hamas diz que manterá resistência

Fawzi Barhum, porta-voz do Hamas, afirmou à AFP que o movimento radical palestino vai continuar lutando contra Israel.

"Vamos manter nossa resistência até que nossos objetivos sejam alcançados. Netanyahu quer reivindicar uma falsa vitória de seu governo e de seu Exército", afirmou Fawzi Barhum, que se manifestou após o anúncio feito pelo primeiro-ministro israelense de que irá manter as operações militares "pelo tempo que for necessário".

Ofensiva começou no dia 8 de julho

Em 27 dias de ofensiva, Israel lançou mais de quatro mil ataques aéreos em Gaza, sem ter minguado a capacidade do Hamas de disparar foguetes contra seus centros urbanos.

Segundo a EFE, uma alta fonte de segurança explicou que nas últimas três semanas e meia o número de foguetes à disposição das milícias caiu para um terço, de nove mil para cerca de três mil.

Momento de parar

Os principais comentaristas acreditam que a grande destruição que a ofensiva militar das últimas três semanas e meia deixou em Gaza, assim como o alto número de vítimas mortais, convencerão o Hamas que é o momento de parar.

O número de mortos chega a 1.674, e os feridos somam quase 9.000. De acordo com a Unicef, os ataques já mataram 296 crianças e adolescentes palestinos. 

Sobre a política israelense de longo prazo em relação a Gaza, as fontes do governo citadas nos principais meios falam da busca de um acordo com o Egito, a ANP (Autoridade Nacional Palestina) e a comunidade internacional para a reconstrução da Faixa e sua eventual desmilitarização.

(Com AFP e EFE)