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Jordânia e Paquistão têm protestos contra as charges da "Charlie Hebdo"

Paquistaneses protestam contra a publicação de caricaturas de Maomé na revista satírica francesa "Charlie Hebdo" nesta sexta-feira (16) - Arshad Arbab/EFE
Paquistaneses protestam contra a publicação de caricaturas de Maomé na revista satírica francesa "Charlie Hebdo" nesta sexta-feira (16) Imagem: Arshad Arbab/EFE

Do UOL, em São Paulo

16/01/2015 13h07

Enquanto a Europa e diversos países do mundo participam de manifestações para apoiar a revista "Charlie Hebdo" e defender a liberdade de expressão após o ataque que matou 17 pessoas na semana passada em Paris, na França, protestos contra a publicação da nova edição, que traz o profeta Maomé com uma lágrima no olho e carrega um cartaz com a frase "Je suis Charlie" (Somos todos Charlie, em tradução livre do francês), geraram conflitos nesta sexta-feira (16) na Jordânia, no Paquistão e no Irã.

A polícia jordaniana enfrentou milhares de manifestantes que tentavam se aproximar da embaixada francesa em Amã, durante um protesto pela publicação das novas caricaturas. A manifestação foi convocada por grupos islamitas e começou depois da tradicional reza muçulmana, às 12h locais.

Um dos organizadores do protesto disse à agência Efe que a polícia dispersou os manifestantes e deteve pelo menos quatro deles, que foram posteriormente libertados. Os choques com as autoridades começaram quando os manifestantes tentaram se aproximar da sede diplomática, mas se depararam com dezenas de agentes.

O lema da manifestação era "Exceto o profeta", mostrando que Maomé é uma linha vermelha que não deve ser atravessada.

No Paquistão, ao menos três pessoas ficaram feridas durante protesto em Karachi, no sudeste do país, após a polícia dispersar a manifestação islamita perante o consulado da França. O objetivo dos manifestantes era entregar uma carta de protesto pela publicação de novas charges.

Um dos feridos é um fotógrafo, que foi atingido no peito e está em situação crítica, e o outro um professor membro da organização que convocou a manifestação. Além deles, um policial ficou machucado ao levar uma pedrada, mas está fora de perigo, de acordo com o porta-voz do Jinnah Hospital de Karachi, doutor Seemi Jamali.

A polícia recebeu ajuda do Exército paquistanês para conter a manifestação e usou recursos como gás lacrimogêneo e jatos de água. Cerca de 20 pessoas foram detidas durante os enfrentamentos. 

Já no Irã, a manifestação prevista para esta sexta foi cancelada sem motivo oficial pelos organizadores, estudantes islamitas. Porém, os participantes denunciaram a publicação da revista francesa “Charlie Hebdo” e remarcaram o protesto para segunda-feira (19) em frente à embaixada francesa em Teerã.

Na semana passada o Irã condenou o atentado, no qual 12 pessoas morreram, embora posteriormente tenha criticado os líderes que participaram da marcha contra o terrorismo no último domingo em Paris, acusando-os de apoiar os terroristas.

(Com agências internacionais)