125 mil saem às ruas e 1.300 são detidos em protestos na França
Confrontos, bombas de gás lacrimogêneo, barricadas e detenções marcaram mais um fim de semana de protestos do movimento batizado "coletes amarelos" na França. Centenas de manifestantes se concentraram a partir da manhã deste sábado (8) na avenida Champs-Élysées, em Paris, e entraram em confronto com policiais. Segundo o Ministério do Interior, o número de detidos na cidade chegou a 920.
O Ministério do Interior informou também que cerca de 125 mil pessoas saíram às ruas pelo movimento neste sábado em todo o país e que, em nível nacional, o número de detidos passou de 1,3 mil. Nos registros oficiais, são 118 feridos na região metropolitana de Paris, sendo 17 integrantes das forças de segurança. Em Toulouse e Bordeaux, no sudoeste da França, os protestos entraram pela noite e se caracterizaram por confrontos violentos e barricadas nas ruas.
Leia mais:
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Este é o quarto fim de semana de manifestações dos "coletes amarelos", que começaram em 17 de novembro protestando em diversas cidades da França contra um aumento de impostos sobre o preço do diesel. O imposto chegou a ser revogado pelo governo no dia 4 de dezembro, mas a onda de protestos já havia se expandido e passou também a abarcar outras bandeiras, como aumento de salário, maior justiça fiscal e críticas ao governo do presidente Emmanuel Macron.
Com os levantes deste sábado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se manifestou em sua conta no Twitter ligando o descontentamento dos franceses a falhas do Acordo de Paris e sugerindo que os manifestantes deveriam entoar "Nós queremos Trump" (veja mais abaixo).
Confrontos e gás lacrimogênio
Pouco depois das 9h deste sábado, no horário local, começaram, no centro de Paris, momentos de tensão entre os manifestantes e as forças policias, que impediram a passagem pela Champs-Élysées a partir de um determinado ponto, perto do Palácio do Eliseu.
Quase uma hora depois, os agentes utilizaram gás lacrimogêneo para dispersar as dezenas de "coletes amarelos" que tentavam entrar pela rua Arsène Houssaye, travessa da Champs-Élysées. Com ordens para evitarem cenas de guerra urbana como as que ocorreram há uma semana, os agentes usaram o gás e realizaram várias detenções. No início da tarde, os manifestantes também montaram barricadas e queimaram objetos nas ruas.
Em entrevista ao canal "BFMTV", a porta-voz da polícia Johanna Primevert indicou que, durante a manhã, havia cerca de 1.500 manifestantes na Champs-Élysées e centenas na praça da Bastilha e em Porte Maillot, perto do Palácio do Congresso.
Pela primeira vez em mais de 40 anos, as forças policiais em Paris contaram com 12 blindados da gendarmaria que podem ser utilizados para atravessar barricadas.
A cidade se protegeu diante do temor da violência: estão fechados os principais museus e monumentos (como a torre Eiffel), diversas lojas de departamento e comércios, além de aproximadamente 40 estações de trem e metrô.
Trump: "As pessoas não querem pagar para proteger o ambiente"
Por volta das 11h deste sábado (no horário de Brasília), quando a concentração de manifestantes e os primeiros confrontos com a polícia já contavam algumas horas em Paris, o presidente americano Donald Trump comentou as movimentações em seu Twitter.
"O Acordo de Paris não está funcionando tão bem para Paris", escreveu ele, em referência ao acordo do clima que reúne mais de cem países e do qual o Estados Unidos se retiraram, sob a gestão de Trump, em 2017.
"Protestos e tumultos por toda a França. As pessoas não querem pagar grandes somas de dinheiro, em grande parte para o terceiro mundo (que são questionavelmente governados), para talvez proteger o meio ambiente."
O presidente ainda sugere, no post, o canto "Nós queremos Trump" entre os manifestantes. Na cobertura da imprensa internacional, não houve registros de menções a Trump em meio aos protestos. "Este slogan não foi ouvido por nenhum de nossos jornalistas presentes nas passeatas", informou o "Le Monde" em sua página na internet.
*Com EFE e AFP
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