"Sumiço", agenda secreta e fala a apoiadores: a rotina de Bolsonaro nos EUA
Um "sumiço" previsto, uma agenda "secreta" anunciada pelo Twitter e falas a apoiadores e investidores. Assim tem sido a rotina do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em Washington D.C. desde que chegou no sábado à tarde para uma série de compromissos, tendo como ponto alto o encontro hoje com o presidente do país Donald Trump na Casa Branca.
Ontem à tarde, Bolsonaro decidiu "sumir" de propósito para curtir um pouco da cidade. Seu paradeiro ficou como desconhecido por cerca de duas horas até voltar para a Blair House, residência do governo americano onde está hospedado com assessores mais próximos, por volta das 12h para almoçar.
Questionado pela reportagem na ocasião, um integrante da comitiva confessou que ele já havia saído da agenda secreta na sede da CIA (Central Intelligence Agency), mas não retornado à Blair House. Indagado sobre onde estava, disse "sinceramente não saber".
Pela manhã, a Presidência havia informado à imprensa que Bolsonaro teria apenas "agenda privada" no período. No entanto, por volta das 9h (horário de Brasília), o filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) anunciou que estavam de partida junto a alguns ministros para a sede da agência.
Quase 12 horas depois da reunião, o porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, afirmou que Bolsonaro foi recebido pela diretora da CIA, Gina Hapsel, em "visita de cortesia". Em nota, a Presidência disse que foram discutidas "questões de combate ao crime organizado e ao narcotráfico".
De volta ao hotel onde está hospedado, o ministro da Justiça, Sergio Moro, se recusou a comentar a reunião ou falar o motivo pelo qual não constou na agenda oficial.
Outro ministro que já deu uma breve andada pelas ruas de Washington foi o da Economia, Paulo Guedes. Ao chegar à cidade, saiu em busca de um barbeador numa farmácia e acabou voltando com uma sacolinha a mais com um perfume comprado em uma rede mundial de cosméticos. Ele lamentou, porém, que não tinham o seu favorito.
A agenda anunciada previamente só começou às 15h30 ao receber na Blair House o ex-secretário do Tesouro americano Henry Paulson. Em seguida, concedeu entrevista ao canal Fox News e seguiu para o "Brazil Day in Washington" na Câmara de Comércio dos Estados Unidos, onde discursou a apoiadores e empresários interessados em investir no Brasil. À noite, jantou com o conselho empresarial Brasil-Estados Unidos na entidade.
No sábado, dia da chegada à capital americana, Bolsonaro já havia testado a receita de jantar com apoiadores.
Ele confraternizou com formadores de opinião conservadores, como o escritor Olavo de Carvalho e o ex-estrategista de campanha de Trump Steve Bannon, na residência da embaixada do Brasil no país. Este saiu dizendo ter ficado "incrivelmente impressionado" com a equipe do presidente brasileiro.
Bolsonaro não deu entrevista à imprensa brasileira que está nos EUA para cobrir a visita oficial, como acontecia habitualmente com presidentes anteriores.
Além da Casa Branca, suas demais agendas ficarão restritas a uma solenidade fechada no Cemitério de Arlington e à Blair House.
A única previsão de Bolsonaro falar em público novamente será na declaração à imprensa no Rose Garden ao lado de Trump após almoço de trabalho.
A rotina de Bolsonaro nos Estados Unidos em sua primeira viagem com caráter bilateral tem se diferenciado da vivida em Davos, na Suíça, para o Fórum Econômico Mundial.
Na cidade encravada nos Alpes suíços, Bolsonaro comeu em uma espécie de bandejão, andou livremente pelos espaços do evento e passeou pelo comércio local.
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