Biden vira na Geórgia e fica mais perto de ser eleito presidente dos EUA
O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, conseguiu virar a apuração dos votos na Geórgia no início da manhã desta sexta-feira e está mais perto da vitória nas eleições. Se conquistar os 16 delegados do estado, ele soma 269 votos no Colégio Eleitoral —para vencer, o candidato precisa ter 270 delegados. Donald Trump, atual presidente e candidato à reeleição, tem 214.
Com 98% dos votos apurados no estado, às 14h30, Biden e Trump apareciam com 49,4% dos votos, mas o democrata tinha 2.450.184 votos, enquanto o republicano aparecia com 2.448.617, segundo o jornal The New York Times. A diferença, portanto, era de apenas 1.098 votos.
O estado, um dos mais importantes a serem conquistados nesta reta final, é um reduto conservador e republicano desde os anos 1990.
Há ainda cinco estados com o resultado em aberto. Em Nevada (6 delegados) e Arizona (11), Biden lidera, mas a distância para Trump vem caindo. Na Pensilvânia (20), assim como na Geórgia, ele virou nesta manhã.
Nos outros dois estados, a liderança provisória é do atual presidente: Alasca (3), onde ele vai vencendo com ampla margem, e Carolina do Norte (15), onde a distância entre os candidatos vem diminuindo.
Os EUA não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Por isso, a imprensa faz projeções estatísticas e aponta os vencedores por estado.
Reduto republicano
A última vez que a Geórgia votou em um democrata foi em 1992, na primeira eleição de Bill Clinton. Desde então, o estado só escolheu republicanos: Bob Dole na segunda disputa de Bill Clinton, George W. Bush em ambos os mandatos, John McCain e Mitt Romney nas disputas contra Barack Obama e Donald Trump na última eleição.
No entanto, nos últimos anos, os republicanos não foram capazes de manter o apoio de uma população cada vez mais diversificada. Mesmo nas eleições de 2016, a vitória de Trump sobre Hillary Clinton foi muito apertada: apenas cinco pontos percentuais.
A campanha de Trump tentou interromper apuração de votos no estado. No recurso, a equipe republicana levantou suspeitas sobre 53 cédulas que não fariam parte de um lote original. A ação, no entanto, foi indeferida pelo juiz James Bass, do Tribunal Superior do Condado de Chatham.
A mesma estratégia foi utilizada em Michigan e a campanha sofreu nova derrota. Trump ainda questiona o processo eleitoral na Pensilvânia e em Wisconsin.
Protestos antirracistas na pauta
Uma questão explorada por ambos os candidatos na Geórgia foi a série de protestos antirracistas que explodiram em Atlanta após a morte de George Floyd. A capital assistiu a dias seguidos de manifestações, ora pacíficas, ora com truculência policial. O tema racial foi utilizado por Biden para prometer uma reforma na polícia norte-americana, enquanto Trump usou a violência dos protestos para amedrontar a população.
Os negros são cerca 32,6% da população da Geórgia e 32% dos eleitores registrados. Mais de 1 milhão de negros no estado votaram neste ano, contra pouco de 700 mil em 2016.
O comparecimento eleitoral era de quase 4 milhões de pessoas antes do dia 3, o que mostrou um forte engajamento no estado.
Porém, para vencer no estado, os democratas precisariam cumprir uma regra chamada 30-30, ou seja, conquistar 30% do eleitorado negro, mas também 30% do eleitorado branco. Apenas o comparecimento da população negra não seria suficiente.
*(Com reportagem de Carolina Marins, do UOL São Paulo)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.