Biden leva Geórgia, vence Trump por 306 a 232 e define Colégio Eleitoral
Com a vitória na Geórgia, o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou a 306 votos no Colégio Eleitoral, 74 a mais que seu adversário e atual presidente, Donald Trump (232), segundo projeções do jornal The New York Times. Ainda que faltem votos a serem computados em alguns estados, o placar final não deve mudar.
Antes considerada um voto "seguro" pelos republicanos, a Geórgia é o quinto estado conquistado por Trump em 2016 que Biden conseguiu levar em 2020. Arizona, Wisconsin, Michigan e Pensilvânia, onde o resultado sacramentou a vitória democrata no sábado (7), foram os outros quatro.
Biden é o primeiro democrata a vencer na Geórgia desde 1992. Na última eleição, Trump levou o estado da adversária Hillary Clinton por uma margem de cinco pontos percentuais — a menor já registrada por um republicano até então.
Hoje também foi confirmada a vitória de Trump na Carolina do Norte (15 delegados), que, ao lado da Geórgia, era um dos únicos estados ainda sem definição. O resultado não surpreende: desde 1976, o único democrata a vencer por lá foi Barack Obama em 2008, mas por uma margem muito pequena, de 0,32 ponto percentual.
Por volta das 22h, ainda de acordo com o NYT, Biden já havia conquistado mais de 78 milhões de votos diretos — ou 50,8% —, mais de 5 milhões a mais que Trump (72,7 milhões, 47,4%). Na eleição de 2016, Trump também perdeu para Hillary no voto popular, mas venceu no Colégio Eleitoral por 306 a 232.
Naquela ocasião, na prática, 304 delegados votaram a favor de Trump e 227, de Hillary. Mas, no sistema eleitoral norte-americano, o vencedor leva tudo ("winner-takes-all"), o que significa que, mesmo que um delegado de determinado estado não tenha votado no republicano, ele acabou ficando com todos.
Sem indícios de fraude
Apesar das acusações infundadas feitas por Trump, o governo da Geórgia, comandado pelo Partido Republicano, negou a existência de fraudes na eleição presidencial no estado. Com 99% da apuração concluída, Biden lidera com pouco mais de 14 mil votos de vantagem sobre Trump.
A legislação da Geórgia determina que o perdedor tem direito de pedir uma nova apuração quando a diferença para o vencedor é inferior a 0,5 ponto percentual. Neste caso, como a vantagem de Biden é de 0,28 ponto, haverá uma recontagem manual dos votos.
A auditoria atende a um pedido feito pela campanha de Trump, que já anunciou que também pedirá uma recontagem em Wisconsin (10 delegados), outro estado onde o democrata venceu por margem uma margem estreita (0,63 ponto percentual.
Entenda a contagem dos votos
No sistema eleitoral americano, os 538 votos do Colégio Eleitoral — ou 538 "delegados" — determinam quem será o presidente. Esses 538 votos são distribuídos entre os estados, de forma proporcional, considerando a população de cada um deles.
Ganha quem conquistar pelo menos 270 delegados, a maioria simples.
O candidato que ganhar a eleição popular dentro do estado leva todos os votos dele no Colégio Eleitoral — com exceção do Maine e Nebrasca, que dividem seus votos de acordo com os distritos regionais.
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