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EUA: secretária da Educação é a 2ª do alto escalão a deixar governo Trump

4.jan.2021 - O presidente dos EUA, Donald Trump, durante um comício em apoio candidatos republicanos na eleição para o Senado em Dalton, na Geórgia - Mandel Ngan/AFP
4.jan.2021 - O presidente dos EUA, Donald Trump, durante um comício em apoio candidatos republicanos na eleição para o Senado em Dalton, na Geórgia Imagem: Mandel Ngan/AFP

Do UOL, em São Paulo

07/01/2021 23h26Atualizada em 08/01/2021 07h16

A secretária de Educação dos Estados Unidos, Betsy DeVos, apresentou a sua carta de renúncia ao presidente Donald Trump, na noite de hoje, segundo informou a imprensa norte-americana.

DeVos é o segundo membro do alto escalão a deixar o governo Trump, após invasão ao Capitólio promovida por apoiadores do republicano — pelo menos cinco pessoas morreram. Ela deixou o governo culpando Trump pela retórica que alimentou a invasão do Congresso americano.

"Devemos limpar a bagunça causada por manifestantes violentos que invadiram o Capitólio dos Estados Unidos em uma tentativa de minar os negócios do povo", ressaltou ela, em carta divulgada pelo jornal New York Times. "Esse comportamento foi injusto para o nosso país. Não há como duvidar do impacto que sua retórica [de Trump] teve sobre a situação, e é um ponto de inflexão para mim."

A secretária de Transporte Elaine Chao, esposa do líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, também renunciou na tarde de hoje depois de "tomar tempo para absorver" o que aconteceu ontem.

Chao disse que o episódio marcado por violência foi "um evento traumático, totalmente evitável, já que apoiadores do presidente invadiram o prédio do Capitólio depois de um protesto que ele convocou". "Isso me perturbou de tal forma que não posso ignorar", declarou em um comunicado.

Horas antes, o ex-chefe de gabinete Mick Mulvaney renunciou a um cargo diplomático e deu a entender que a sequência de renúncias na Casa Branca poderia continuar.

"Não posso ficar aqui depois de ontem. Não se pode olhar para ontem e pensar: quero fazer parte disso de alguma forma", disse Mulvaney, que servia como enviado especial na Irlanda do Norte, à CNBC. "Aqueles que optaram por continuar, e eu falei com muitos deles, o fazem porque temem que alguém pior entre em seu lugar", acrescentou.

"Eu estou perplexo com a violência", diz Trump

Após pressão e repercussão negativa, o presidente Donald Trump publicou na noite de hoje um vídeo em que condena a invasão de apoiadores ao Congresso americano, realizada ontem à tarde.

"Como todos os americanos eu estou perplexo com a violência e a ilegalidade. Eu imediatamente acionei a Guarda Nacional e agentes federais para proteger o prédio e expulsar os invasores", disse o presidente dos EUA. Veículos americanos, no entanto, contestam essa informação dizendo que quem chamou a Guarda Nacional foi o vice-presidente, Mike Pence.

A declaração de Trump foi a primeira dada após um bloqueio de 12 horas de sua conta no Twitter — ele permanece banido de outras redes sociais por acusar, sem provas, a eleição do país de ter sido fraudada. No vídeo, Trump omite que ele mesmo incitou as manifestações.