Tempestade atinge Haiti e dificulta busca por sobreviventes de terremoto
O Haiti foi atingido ontem pela depressão tropical Grace, dois dias após o país ter registrado um forte terremoto que deixou 1.941 vítimas e mais de 9,9 mil feridos, segundo balanço oficial mais recente. Na manhã de hoje, a depressão se intensificou em uma tempestade tropical, segundo o Centro Nacional de Furacões.
Fortes chuvas e ventos de até 75 km/h atrapalham as buscas sob os escombros de possíveis sobreviventes e, em muitas áreas, os trabalhos dos socorristas foram suspensos. Estima-se que quase 40 mil casas foram destruídas por conta do sismo do sábado.
Grace se abateu sobre as regiões do sudoeste haitiano mais assoladas pelo tremor de magnitude 7,2, atingindo cidades arrasadas com ventos fortes e chuvas torrenciais e causando inundação em ao menos uma área.
Prevê-se que a tempestade despejará até 38 centímetros de chuva em partes do Haiti, criando o risco de marés de tempestade, de acordo com o Centro Nacional de Furações dos Estados Unidos.
O Haiti vem sendo castigado há mais de uma década por fenômenos climáticos extremos. Em 2010, um terremoto de 7 graus na escala Richter devastou toda a nação, deixando mais de 200 mil mortos e 300 mil feridos. Em 2016, um furacão também atingiu o território e deixou centenas de mortos e milhares de desabrigados.
O país nunca conseguiu se reerguer do tremor de 2010 e, para atrapalhar, sofre com constantes brigas políticas e golpes no poder. O mais recente deles foi o assassinato do presidente Jovenel Moise, que ainda não foi esclarecido.
O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, decretou três dias de luto nacional pelas vítimas do terremoto.
"Todos estão bem conscientes que estamos vivendo uma nova situação catastrófica que está causando muito sofrimento e, por isso, decidimos que a partir de amanhã [hoje] serão realizados três dias de luto nacional", disse Henry aos jornalistas na noite de ontem.
O premiê lamentou a perda de "tantas vidas" e ordenou que todos os prédios públicos que ficaram de pé devem colocar a bandeira a meio mastro. Henry ainda pediu "unidade e solidariedade" entre os haitianos, mesmo que as tensões ainda estejam altas por conta do assassinato de Moise.
* Com informações da Ansa e Reuters
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