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Casal de mulheres muda de casa após vizinho as ver se beijando e as ameaçar

Faye Mallon e Lydia Henshall - Reprodução/Redes Sociais
Faye Mallon e Lydia Henshall Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/02/2022 13h38Atualizada em 22/02/2022 15h34

Um casal de mulheres se viu forçado a deixar a casa onde morava, por causa de um vizinho que as ameaçava desde que as viu se beijando. O caso ocorreu entre março e abril do ano passado e agora o agressor está sendo julgado no tribunal por assédio.

Kim Armstrong, 63, ficou revoltado ao presenciar a cena de carinho entre a enfermeira Faye Mallon, 26, e a sua namorada, Lydia Henshall, 27. E assim, ele deu início a uma sequência de assédios e ataques homofóbicos contra as duas mulheres.

O pai de dois filhos vivia xingando as vizinhas diretamente em razão de sua orientação sexual e chamando-as de "lésbicas gordas" e "malucas e esquisitas". Ele também chegou a encher a lixeira delas com resíduos hospitalares com o propósito de provocá-las.

A onda de violências ganhou uma proporção mais assustadora quando Armstrong repetidamente colidiu seu carro contra o veículo delas. Devido aos graves danos, Faye e Lydia tiveram que substituir seu automóvel próprio por um alugado. No entanto, o vizinho continuou batendo propositalmente no novo carro.

Diante das ameaças constantes, o casal decidiu se mudar de sua casa em Stockport, na região de Manchester (Reino Unido). No entanto, essas experiências causaram impactos psicológicos nas duas mulheres, tanto que Faye pediu afastamento de seu trabalho em razão de uma crise de ansiedade.

No mesmo período, Faye e Lydia recorreram à polícia para denunciar o vizinho. Em entrevista ao Daily Mail, a enfermeira descreveu a sua queixa para as autoridades: "Acho que ele está se comportando assim porque eu estou em um relacionamento. Lembro-me dele olhando pela janela da nossa sala e ele nos viu sendo afetuosas uma com a outra. Acredito que foi quando ele começou a se comportar dessa maneira", disse. "A situação atual teve um impacto na minha saúde mental. Isso me causou ansiedade e, mais recentemente, tive que tirar três dias de folga do trabalho".

Já Lydia declarou: "Eu sinto que ele estava sempre olhando para mim e Faye, e nós só queremos que isso pare. O comportamento dele estava causando muito estresse para nós duas e eu estava constantemente me preocupando com o que poderia acontecer a seguir. Eu senti que nunca poderia relaxar completamente quando estava em casa e senti que ele estava tentando tornar nossas vidas o mais desconfortável possível em uma tentativa de nos impactar".

A vítima também lamentou pela situação ter chegado a um patamar grave, que as forçou a deixar a residência. "Nós amamos nossa casa e gastamos muito dinheiro nela e não devemos sentir que estamos sendo forçados a sair dela. Eu trabalho muito e quando chego em casa, quero aproveitar a vida sem ter que checar as câmeras constantemente e me perguntar o que ele pode fazer conosco", disse Lydia.

O caso está sob avaliação do Tribunal de Magistrados de Stockport. Em sua defesa, Kim Armstrong insistiu em chamar o casal de mulheres de "impertinentes" e "desrespeitosas", e não se considerou culpado por nenhuma das ofensas e agressões das quais foi acusado.

No processo, o promotor Dave Holland confirmou o histórico de violências: "A relação entre eles não era boa. Armstrong foi visto dirigindo seu veículo contra o carro pertencente a uma das vítimas. Foi apenas uma batida que danificou o para-choque das vítimas. Então, elas tiveram que alugar um carro novo, que, mais tarde, também foi danificado por Armstrong Ele também encheu a lixeira delas com lixo do hospital para provocá-las".

Holland acrescentou que após Armstrong ser confrontado pelo casal devido às constantes batidas de carro ele disse "vocês são duas malditas esquisitas".

De acordo com um relatório feito pelo oficial responsável pela condicional de Armstrong, levando em conta seus antecedentes criminais, o réu claramente culpa as vítimas por esta situação e sente que é ele quem é a verdadeira vítima. "Ele diz que elas foram abusivas e que Sra. Faye foi a principal agressora", disse.

Após a conclusão do caso, Kim Armstrong foi condenado a uma ordem comunitária de 12 meses e foi condenado a completar 20 dias de reabilitação. Ele também será monitorado eletronicamente por três meses para obedecer a um toque de recolher das 19h às 7h e pagará 395 libras (R$ 2.700) em custos e sobretaxas.