Secretário-geral da ONU diz que Rússia deve cumprir Carta em sua totalidade
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, disse hoje que a Rússia deve cumprir os princípios da Carta das Nações Unidas em sua totalidade. Em uma crítica ao governo russo, o representante da organização disse que os pontos da carta "não são um menu à la carte".
"Não podem ser aplicados de maneira seletiva", ressaltou, e insistiu: "os Estados-membros aceitaram todos e devem aplicar todos [os princípios]".
Para Guterres, o reconhecimento por Moscou de regiões separatistas, a República Popular de Donetsk e a República Popular de Lugansk, é "uma violação da integridade territorial e da soberania da Ucrânia". Putin justificou sua decisão em um discurso em que culpa a Otan pela crise atual e chamando a aliança liderada pelos Estados Unidos de uma ameaça existencial à Rússia.
Hoje, a ONU alertou para o risco de um "grande conflito" entre a Rússia e Ucrânia. A declaração foi dada pela secretária-geral adjunta da ONU para Assuntos Político, Rosemary DiCarlo, em reunião emergencial liderada pelo Ocidente.
As próximas horas e dias serão críticos. O risco de um grande conflito é real e deve ser prevenido a todos os custos. Há o pleno empenho do secretário-geral para trabalhar para uma solução diplomática da crise atual
Secretária-geral da ONU, Rosemary DiCarlo
A secretária lamentou a ordem do presidente Putin para que suas tropas entrassem nas regiões separatistas da Ucrânia, alegando uma suposta "missão de manutenção de paz".
Na ONU, o embaixador russo afirmou que o Kremlin "permanece aberto à diplomacia e a uma solução diplomática, mas não permitirá um novo banho de sangue no Donbass [que compreende as cidades de Donetsk e Lugansk".
Otan diz que Rússia continua planejando ataque
O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, disse hoje que "tudo indica" que a Rússia continua planejando ataque de grande escala contra Ucrânia. O Kremlin tem negado reiteradamente planos de ocupar o território vizinho.
"Eles não recuaram. Há batalhões prontos para atacar. É uma provocação que continua em Donbass, a fim de criar pretexto para uma invasão", disse o porta-voz da Otan.
"Acho que novamente temos que entender que a Rússia está em Donbas há muitos anos, desde 2014. Mas isso foi em uma operação secreta, onde eles negaram sua presença. O que vemos agora são forças russas adicionais se aproximando. Esta é uma mudança radical", afirmou Stoltenberg.
A declaração ocorre depois do presidente russo, Vladimir Putin, ter ordenado uma "operação de manutenção da paz" nas regiões de Luhansk e Donetsk, na Ucrânia, depois de reconhecer a independência das regiões separatistas, abrindo caminho para fornecer mais apoio militar - um desafio direto ao Ocidente que alimenta temores de que a Rússia invada a Ucrânia em breve.
* (Com informações da AFP)
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