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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Oficial da Otan diz que Rússia avança devagar na Ucrânia: 'Falta diesel'

Colaboração para o UOL, em São Paulo*

26/02/2022 17h47Atualizada em 26/02/2022 21h42

Um oficial militar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) afirmou hoje à CNN Internacional que a Rússia está avançando devagar no território da Ucrânia para dar tempo deles negociarem e também porque as tropas russas estão "tendo problemas".

Segundo o oficial da Otan, entre os problemas para a expansão russa no território ucraniano está a falta de diesel para as tropas lideradas por Putin, de acordo com as informações mais recentes obtidas pela Organização. O funcionário não deu maiores detalhes.

Eles não têm diesel, estão avançando muito devagar e o moral é obviamente um problema.
Oficial militar da Otan à CNN Internacional

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Ao ser perguntado se os militares russos devem aumentar suas tropas no território ucraniano, o funcionário, que não teve a identidade divulgada, declarou que isso será necessário caso o país de Putin queira prosseguir com a guerra.

"Eles precisam, estão muito atrasados. Isso está ficando fora de controle para eles, cada dia adicional é muito doloroso", respondeu.

EUA dizem que resistência da Ucrânia 'frustrou' a Rússia

A Rússia conta em território ucraniano com "mais de 50%" das tropas que havia concentrado na fronteira entre ambos os países, mas parece "cada vez mais frustrada" com a resistência do Exército ucraniano — declarou um funcionário de alta patente do Pentágono neste sábado (26).

"Calculamos que mais de 50% da força que [o presidente russo, Vladimir] Putin concentrou contra a Ucrânia (...) está mobilizada dentro do país, disse a fonte, que pediu para não ser identificada. "Além disso, continuamos vendo sinais de uma resistência ucraniana viável.

"Acreditamos que os russos estejam cada vez mais frustrados com a perda de impulso nas últimas 24 horas, sobretudo, no norte da Ucrânia", comentou o funcionário do Departamento americano da Defesa. Ele ressaltou que, até este sábado, as forças russas ainda não haviam assumido o controle de nenhuma cidade ucraniana, nem do espaço aéreo ucraniano.

As forças russas "estão frustradas por (...) uma resistência ucraniana muito determinada que as conteve", insistiu, afirmando que "pelo que vemos, essa resistência é maior do que os russos anteciparam".

Segundo o funcionário do Pentágono, a ajuda militar não parou de ser enviada à Ucrânia desde o começo da ofensiva russa. "Posso confirmar a vocês que receberam nossa ajuda militar nos últimos dias", assinalou, acrescentando que o lote anunciado hoje inclui os modernos mísseis antitanque Javelin, usados pelo Exército americano.

No Twitter, o Ministério da Defesa do Reino Unido corroborou as informações da Otan e dos EUA de que a Rússia sente dificuldades para avançar.

Segundo o governo britânico, vários soldados russos têm sido presos pelos ucranianos, e Moscou passou a restringir detalhes sobre os conflitos nas redes sociais russas na tentativa de "ocultar detalhes sobre a guerra de seu próprio povo".

Rússia anuncia expansão da ofensiva para todas as direções

O Exército da Rússia recebeu hoje ordens para expandir sua ofensiva contra a Ucrânia. A decisão acontece, segundo os russos, devido às rejeições de Kiev para negociações, o que os ucranianos negam.

"Hoje, todas as unidades receberam a ordem de ampliar a ofensiva em todas as direções, de acordo com o plano de ataque", declarou o Ministério da Defesa russo, em um comunicado.

O governo de Vladimir Putin pediu, ainda, segundo informações de veículos internacionais, que os ucranianos estimulem a Ucrânia a "remover imediatamente todo o armamento pesado das áreas urbanas".

O governo russo havia dito mais cedo que a Ucrânia se recusou a negociar.

"Ontem, à luz das negociações pendentes com a liderança ucraniana, o presidente da Rússia ordenou a suspensão do avanço do principal grupo de soldados russos na Ucrânia. Mas, como o lado ucraniano se recusou a negociar, a operação militar russa foi retomada hoje, conforme o plano inicial", disse Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin.

A informação foi negada pela Ucrânia. "A Ucrânia e o presidente [Volodimir] Zelensky são categoricamente contrários a quaisquer condições inaceitáveis ou ultimatos feitos pelo lado russo", disse o chefe de gabinete ucraniano, Mikhail Podolyak, segundo o jornal britânico The Guardian.

*Com AFP e RFI