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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Poggio: Putin adotou 'Teoria do Louco' ou sofre de problema cognitivo

Colaboração para o UOL

28/02/2022 18h43Atualizada em 28/02/2022 18h48

O professor de Relações Internacionais Carlos Gustavo Poggio afirmou, em entrevista ao UOL News hoje, que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pode ter adotado a "Teoria do Louco" contra a Ucrânia, idealizada, segundo o especialista, pelo então presidente dos Estados Unidos Richard Nixon na Guerra do Vietnã, encerrada em 1975. Porém, o líder russo poderia sofrer também de algum problema cognitivo.

"Temos que entender qual estratégia o Putin está usando. A estratégia que Nixon usou no Vietnã, em que ele chamou de 'Teoria do Louco', de parecer louco, imprevísivel, para as pessoas cederem a sua vontade, ou ele só está com algum problema cognitivo, mental", disse Poggio.

A reunião entre as delegações da Ucrânia e da Rússia, hoje, em Belarus, terminou sem acordo entre os países, informou a Tass, agência de notícias russa. Logo após o fim da reunião, explosões começaram a ser ouvidas em Kiev, capital ucraniana.

A prefeitura informou no canal oficial do Telegram sobre um possível ataque aéreo. Sirenes tocaram por toda a cidade. O diário local The New Voice of Ukraine publicou um vídeo de uma explosão na cidade.

"Achei até estranha esse tipo de reunião a essa altura do campeonato. Você faz guerra porque quer submeter o inimigo a sua vontade pela força. Se o Putin escolheu uma guerra para pedir negociação três, quatro dias depois, os termos da guerra ainda não estão bem definidos. A mesa [de negociação] é reflexo do que acontece no campo de batalha", avaliou o professor.

Rússia é isolada pela comunidade internacional

Carlos Gustavo Poggio ainda afirma que o que acontece com a Rússia em relação à comunidade internacional é raro. "Raramente a gente viu um país tão isolado numa guerra como a Rússia. Não há nenhum apoio, a não ser apoios como o da Bielorússia, que não tem muita importância", diz o professor.

Num gesto que amplia a pressão internacional sobre Vladimir Putin, o procurador do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, decidiu abrir investigações sobre a guerra na Ucrânia. Essa é a primeira etapa de um eventual processo contra os responsáveis pelos ataques.

A Ucrânia não faz parte do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional. Isso significa que não pode encaminhar uma queixa ao procurador. "Mas ela exerceu duas vezes suas prerrogativas de aceitar legalmente a jurisdição da Corte sobre supostos crimes sob o Estatuto de Roma que ocorrem em seu território, caso a Corte opte por exercê-la", disse.

Em pronunciamento realizado hoje, o chefe da diplomacia europeia Josep Borrell disse que uma das medidas adotadas contra a Rússia é de rastrear o que chamou de "dinheiro paralelo", que financiaria o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e possivelmente a guerra contra a Ucrânia.

O chefe da diplomacia europeia também elogiou a postura da tradicionalmente neutra Suíça em adotar as sanções econômicas contra a Rússia e os esforços dos países europeus para rastrear o dinheiro que financiaria as ações russas.

Veja as últimas informações sobre a guerra na Ucrânia e mais no UOL News com Diego Sarza: