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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Após acusação da Ucrânia, Rússia nega bombardeio contra usina nuclear

Do UOL*, em São Paulo

04/03/2022 17h14Atualizada em 04/03/2022 17h37

O representante da Rússia na reunião do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), Vasily Nebenzya, negou hoje que o país tenha atacado a maior usina nuclear da Europa, Zaporizhzhia, na cidade de Energodar, na Ucrânia na noite de ontem (3).

Para ele, as acusações são "tentativas das autoridades de Kiev de gerar uma histeria artificial sobre o que está acontecendo na Ucrânia, com ajuda de apoiadores do Ocidente".

"Hoje, ouvimos de novo mentiras sobre como as tropas russas atacaram a usina nuclear de Zaporizhzhia, isso é parte de uma campanha sem precedentes de mentira e desinformação contra a Rússia", disse Nebenzya durante a reunião. "Vocês estão tentando apresentar a situação de tal forma como se a planta tivesse sido bombardeada e incendiada. Essas afirmações são simplesmente falsas."

O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para discutir a tensão causada pelo incidente. As autoridades da Ucrânia afirmaram que as forças russas tomaram controle da usina, e imagens mostram um incêndio no local após uma série de bombardeios. O fogo foi controlado e não há registro de vazamento de radiação até o momento.

A Rússia, porém, responsabilizou a Ucrânia, dizendo que militares do país incendiaram um prédio da usina, e alegou que controla a central nuclear desde o final de fevereiro.

O representante russo na reunião falou no mesmo sentido, dizendo que houve um acordo para que os militares do país assumissem a usina, com o objetivo de "prevenir nacionalistas ucranianos ou outras forças terroristas de se beneficiarem da situação atual para fazer uma provocação nuclear".

"O objetivo também é garantir a segurança da usina, e prevenir interrupções de energia para o povo ucraniano e consumidores da Europa", continuou. "No momento, a planta e territórios adjacentes estão sendo protegidos por militares russos".

Ministério da Defesa da Rússia já havia negado ataque

Mais cedo, o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, já havia negado ataques à central nuclear, atribuindo o incidente a um grupo de sabotadores ucranianos.

"O objetivo da provocação do regime de Kiev nesta instalação nuclear representou em uma tentativa de acusar a Rússia de criar uma fonte de contaminação radioativa", afirmou.

O porta-voz do Ministério da Defesa indicou que os militares russos somente responderam ao ataque desses sabotadores, e os acusou de iniciar o incêndio na central nuclear ao deixarem o local.

'Terrorismo nuclear'

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky e o representante do país na reunião da ONU, Sergei Kislitsia, classificaram o incidente na usina como "terrorismo nuclear".

Para Zelensky, a Rússia quer repetir a tragédia de Chernobyl, de 1986. "lertamos o mundo inteiro para o fato de que nenhum outro país, exceto a Rússia, disparou contra usinas nucleares. Esta é a primeira vez em nossa história, a primeira vez na história da humanidade. Este estado terrorista está agora recorrendo ao terror nuclear", disse ele em vídeo publicado nas redes sociais.

Kislitsia usou a mesma expressão durante a reunião das Nações Unidas. "É alarmante que vários funcionários responsáveis por manter a segurança nuclear no local tenham sido mortos por russos. Não tem havido troca das equipes desde ontem de manhã", disse.

Segundo autoridades ucranianas, três militares do país foram mortos no local, e outros dois ficaram feridos.

*Com informações da AFP e EFE