Topo

Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


Esse conteúdo é antigo

Rússia está recrutando sírios para guerra na Ucrânia, diz jornal

Do UOL, em São Paulo

06/03/2022 23h36

O governo do presidente russo, Vladimir Putin, está recrutando "sírios habilidosos em combate urbano" para lutar na guerra da Ucrânia, segundo informação divulgada pelo jornal "The Wall Street Journal", que ouviu quatro fontes no governo americano a par do assunto.

Segundo a publicação, a Rússia —que opera dentro da Síria desde 2015— vem recrutando combatentes locais nos últimos dias para que possa ajudar a ocupar Kiev, capital da Ucrânia, e dar aquilo que considera como um "golpe devastador" às forças ucranianas, que têm resistido bravamente aos ataques russos.

Não está claro quantos combatentes foram identificados, mas alguns já estariam na Rússia se preparando para entrar no conflito. A avaliação é a de que sírios passaram uma década lutando em guerra urbana —cenário semelhante ao de agora, na Ucrânia—, enquanto as forças russas não possuem esse conjunto de habilidades.

  • Veja as últimas informações sobre a guerra na Ucrânia e mais notícias do dia no UOL News:

De acordo com a imprensa síria, a Rússia teria oferecido o equivalente a valores entre US$ 200 e US$ 300 (ou R$ 1011 e R$ 1.517, na cotação atual), por seis meses, para que os voluntários fossem atuar na Ucrânia.

Mapa - Países que apoiam a Ucrânia v2 - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Poucos dias antes da invasão à Ucrânia, o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, visitou a Síria para conversar com o presidente sírio, Bashar al-Assad, e para inspecionar uma base aérea russa no país. Na ocasião, ambos apertaram as mãos e sorriram no início de sua reunião em Damasco.

A Rússia vem intervindo militarmente na Síria desde 2015 em apoio às forças de Bashar Al-Assad e contra os jihadistas. Os russos tiveram papel decisivo na guerra civil do país do Oriente Médio, mantendo o ditador Assad no poder.

20 mil estrangeiros já se ofereceram à Ucrânia

Mas não é apenas a Rússia que tem recrutado estrangeiros para lutar na guerra da Ucrânia.

O governo de Kiev informou hoje que quase 20 mil combatentes de fora já se ofereceram para ajudar a Ucrânia a combater a Rússia, segundo o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.

"O número agora está próximo de 20 mil [voluntários]. Eles vêm principalmente de países europeus", afirmou Kuleba em entrevista à rede de TV americana CNN.

Segundo o chanceler ucraniano, "muitas pessoas odeiam a Rússia" há anos, mas não ousavam se opor a ela. "Quando as pessoas viram que os ucranianos estavam lutando, que não estavam abaixando os braços, isso os encorajou a se juntar à luta", acrescentou.

Neste sábado (5), até mesmo um site para facilitar o recrutamento de estrangeiros interessados em combater ao lado das Forças Armadas do país foi lançado pelo governo de Zelensky. (Para acessar o site, clique aqui)

A página apresenta uma lista com sete passos para eventuais candidatos a ingressar na Legião Internacional de Defesa e reúne contatos de embaixadas e consulados ucranianos espalhados pelo mundo, incluindo no Brasil.

Mapa da Ucrânia de hoje - Lapis - Lapis
Imagem: Lapis

Guerra de narrativas

A Rússia enviou cerca de 190 mil militares para atuar na invasão ao país vizinho, segundo estimativas da inteligência americana.

Em seu canal, no Telegram, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou no início da semana que pelo menos 6 mil militares russos já haviam morrido em seis dias de confronto.

Enquanto isso, o ministério russo contesta os números, diz que 498 soldados do país morreram durante o que chamam de "operação especial", e quase 1.600 foram feridos. O órgão informou ainda que as perdas foram maiores nos batalhões ucranianos: mais de 2.870 teriam sido mortos e 3.700 feridos.

Por enquanto, as maiores cidades, Kiev, a capital, e Kharkiv, no leste, permanecem sob controle do governo de Zelensky, mas a Rússia já assumiu a cidade portuária de Kherson.