Orquestra de Kiev toca em praça enquanto ameaça de invasão russa continua

Músicos da Orquestra Sinfônica Clássica de Kiev se reuniram na Praça da Independência hoje para tocar o hino nacional. Os artistas foram prestigiados por dezenas de pessoas, mesmo diante do cenário incerto na cidade, já que o exército russo avança em direção à capital.

O grupo também tocou trechos da Sinfonia nº 9 de Beethoven, que inspirou o hino da União Europeia. A plateia carregava bandeiras do país.

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O maestro Herman Makarenko disse a repórteres que estavam no local que o show foi um pedido de paz: "gostaríamos de apoiar nosso presidente, Volodymyr Zelenskyy, que ligou, chama e chamará todos os governos do mundo para parar a guerra na Ucrânia."

A Orquestra, que normalmente é composta por cerca de 70 integrantes, contou com aproximadamente 20 na rápida apresentação de hoje, segundo o maestro.

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia chegou hoje à segunda semana com um cessar-fogo temporário para permitir a saída de civis. Neste 14º dia, cerca de 40 mil pessoas conseguiram deixar a Ucrânia, mesmo os corredores humanitários não funcionando nas cidades de Mariupol e Kharkiv. As informações foram divulgadas pelo diplomata ucraniano David Arakhamia ao site Sky News.

Arakhamia afirmou que o país tentou retirar 100 mil pessoas, mas não conseguiu. Desde hoje cedo, a Ucrânia voltou a dizer que as tropas russas não cumpriram com o cessar-fogo acordado para saída dos civis. A evacuação foi retomada por volta das 9h e terminou 21h, no horário local (das 4h às 16h, em Brasília).

Rússia não pretende derrubar governo, diz porta-voz

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, garantiu hoje que o país não pretende ocupar a Ucrânia, nem derrubar o governo do presidente Volodimir Zelensky. Segundo ela, o objetivo é garantir "um status neutro" ao país - isso significaria impedir, por negociações, a entrada do vizinho na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

"[O objetivo] não é ocupação da Ucrânia, a destruição de seu Estado ou a derrubada do atual governo. Não é dirigido contra a população civil", afirmou, em coletiva de imprensa.

Zakharova afirmou que as negociações entre os dois países continuam para "acabar o quanto antes com o banho de sangue sem sentido e a resistência das Forças Armadas ucranianas". Para ela, as ações têm acontecido "conforme o planejado".

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já havia dito que a adesão do país à Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte) "esfriou". Ele também se mostrou disposto a encontrar um meio-termo sobre as províncias separatistas reconhecidas pela Rússia, dois dos pedidos do governo de Vladimir Putin para encerrar a guerra.

* Com informações da Reuters