Johnson compara Zelensky a Churchill e diz: 'Putin cruzou linha vermelha'
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, "cruzou uma linha vermelha" e que a comunidade internacional "aumentará a pressão" sobre ele, quando os líderes se reunirem hoje na cúpula da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em Bruxelas. A guerra completa hoje um mês.
O governo do Reino Unido informou que Johnson anunciará um novo e importante pacote de apoio à Ucrânia durante o encontro. Ele também comparou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ao ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill, famoso por sua atuação durante a Segunda Guerra Mundial.
"Acho que o presidente Zelensky provou ser um líder notável de seu povo —ele os reuniu e tem sido sua voz", disse ele.
"Ele sabe, como Churchill disse de si mesmo, que pode não ter sido o leão, mas teve o privilégio de dar o rugido. É o povo ucraniano que tem sido o leão, e ele expressou sua vontade e seu senso de desafio", disse Johnson à rádio LBC.
As medidas anunciadas hoje incluem 6 mil mísseis e 25 milhões de libras (cerca de R$ 158 milhões) em apoio financeiro para os militares ucranianos, além dos 400 milhões de libras (R$ 2,5 bilhões) que o Reino Unido comprometeu em ajuda humanitária e econômica para a crise.
Vladimir Putin já está falhando na Ucrânia. O povo ucraniano mostrou-se extraordinariamente corajoso e tenaz na defesa de sua pátria, diante de um ataque não provocado. Mas não podemos e não vamos ficar parados enquanto a Rússia transforma as cidades e vilas da Ucrânia em pó. O Reino Unido trabalhará com nossos aliados para aumentar o apoio militar e econômico à Ucrânia, fortalecendo suas defesas à medida que mudam o rumo dessa luta.
Boris Johnson, primeiro-ministro britânico
O governo do Reino Unido também anunciou uma nova série de sanções contra 59 pessoas e empresas russas e seis bielorrussas, devido à invasão da Ucrânia. Entre as empresas afetadas estão a gigante russa dos diamantes Alrosa e o grupo privado de serviços militares Wagner.
Entre as personalidades atingidas pelas novas sanções estão o fundador do Tinkoff Bank, Oleg Tinkov; o CEO do maior banco russo, o Sberbank, Guerman Gref; e Polina Kovaleva, filha da suposta amante do ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.
Na semana passada, o governo britânico já havia ampliado as sanções contra a Rússia, que agora afetam 935 indivíduos e 70 empresas. Também adotou tarifas punitivas contra produtos como a vodca e a proibiu a exportação de produtos de luxo.
Em resposta ao Reino Unido, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, acusou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, de ser o mais ativo nas ações anti-Rússia, disse a agência estatal russa RIA Novosti.
Quanto ao Sr. Johnson, nós o vemos como o participante mais ativo na corrida para ser anti-russo. Isso levará a um beco sem saída da política externa. Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin
Um mês de conflito
A invasão russa ao território ucraniano completa um mês hoje ainda sem sinal de grandes avanços nas negociações para o fim da guerra. Hoje, as Forças Armadas da Ucrânia divulgaram que um navio russo foi destruído no porto de Berdyansk — que fica a 750 quilômetros da capital ucraniana —, controlado pela Rússia.
O Ministério da Defesa da Rússia não mencionou, em seu relatório matinal, a perda do navio, mas disse que "unidades do exército russo assumiram completamente o controle da cidade de Izium, na região de Kharkiv". A informação não pôde ser verificada de forma independente.
Para a Ucrânia, os principais alvos da Rússia "continuam sendo a infraestrutura militar e civil" nas regiões de Kiev, capital do país, Chernihiv, no norte ucraniano, e Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, no leste.
Hoje, os militares ucranianos recordaram a invasão, iniciada em 24 de fevereiro. Para o serviço de emergências da Ucrânia, "24 de março marca o mês da invencibilidade da Ucrânia". "Um mês de luta feroz de todo o povo ucraniano contra a agressão russa pelo direito de viver em um estado europeu livre. Este é o mês da nossa firmeza, que já provou ao mundo que é tão fácil não nos derrotar."
Cúpula da Otan
A Otan anunciou ontem a intenção de reforçar o apoio à Ucrânia diante das tropas russas, que se viram obrigadas a recuar em vários pontos próximos de Kiev, de acordo com o prefeito da capital.
O presidente ucraniano participará das reuniões por videoconferência.
O secretário-geral da Otan disse que Putin cometeu um "grave erro" com a invasão da Ucrânia e subestimou os ucranianos.
Zelensky alertou por vídeo os líderes ocidentais que Putin está exercendo seu poder econômico para impedir que outros países intervenham na guerra.
Além da cúpula da Otan, os líderes do G7, grupo dos países mais industrializados do mundo, e da União Europeia também se reunirão.
"Nestas três cúpulas veremos quem é amigo, quem é parceiro e quem nos traiu por dinheiro", declarou Zelensky.
* Com AFP
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