Rússia estende nível amarelo de ameaça; Ucrânia diz ter abatido helicóptero
Os governos das regiões russas de Kursk e Belgorod, que são próximas à fronteira com a Ucrânia, estenderam o nível amarelo de ameaça terrorista em suas áreas até 25 de maio. Elas estão nesse nível ao menos desde abril.
"É muito cedo para relaxar: as ameaças persistem", disse hoje o governador de Kursk, Roman Starovoit. "Permaneça vigilante e informe os serviços de segurança sobre itens suspeitos", completou, em comunicado, após dizer que o feriado de 9 de maio, do Dia da Vitória, com desfiles militares pela Rússia, passou "tranquilamente" —apesar da tensão que foi esperada para a data tanto do lado ucraniano quanto do russo. Um anúncio semelhante também foi feito pelo governador de Belgorod, Vyacheslav Gladkov.
A Rússia possui três níveis de ameaça terrorista, que têm como objetivo "a adoção de medidas adicionais para garantir a segurança do indivíduo, da sociedade e do Estado". Belgorod e Kursk são regiões russas que têm relatado sofrer, desde o mês passado, alguns ataques da Ucrânia —hoje, o governo de Kursk indicou ter derrubado um drone ucraniano.
Porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov negou que o país pretenda adotar lei marcial em razão por causa da invasão. A também disse hoje que não quer guerra na Europa.
Hoje, a guerra da Rússia em território ucraniano entrou em 77º dia. O Ministério da Defesa da Ucrânia anunciou hoje que seu exército derrubou helicóptero russo Mi-24. Segundo o Comando das Tropas de Assalto das Forças Armadas da Ucrânia, o ataque foi feito por uma brigada de Lviv, do oeste ucraniano. Este é o 15º helicóptero russo destruído desde o início da invasão.
Movimentação
A Defesa ucraniana também aponta que as forças russas agem de forma a deixar presas suas equipes na região de Kharkiv, segunda maior cidade do país, no leste. "Os ocupantes continuam a concentrar seus esforços em impedir o avanço de nossas tropas em direção à fronteira da Ucrânia, realizando unidades de reconhecimento das Forças de Defesa ao norte e nordeste da cidade de Kharkiv."
Os ucranianos também avaliam que, na região de Donetsk, as forças das Rússia agora "estão concentrando seus principais esforços em continuar a ofensiva para assumir o controle total da cidade de Rubizhne". Em Mariupol, no sudeste, a Ucrânia ainda aponta bombardeios contra o complexo Azvostal, ponto de resistência na cidade portuária. A Ucrânia também acusa a Rússia de usar "sistemas de guerra eletrônica para suprimir canais de rádio".
O Ministério da Defesa da Rússia, em seu relatório, disse ter feito centenas de ataques entre ontem e hoje. No total, relata ter matado 280 combatentes ucranianos. A Ucrânia, por sua vez, aponta que 350 soldados do lado russo foram mortos. Os números não puderam ser verificados com fontes independentes.
A Rússia ainda disse ter destruídos equipamentos aéreos não-tripulados da Ucrânia nas regiões de Kharkiv, Rubizhne e no Mar Negro, como um drone Bayraktar.
Ataques
A Ucrânia relatou ataques hoje em vários pontos do país, como Chernihiv, no norte, onde tais ações haviam diminuído após a promessa russa, no final de março, de reduzir radicalmente a atividade militar na região.
Segundo Viacheslav Chaus, chefe da administração militar da região, houve um bombardeio hoje. "O inimigo está constantemente fazendo isso", disse, pedindo que os moradores de áreas de fonteira "tomem cuidado".
Em Slavyanka, cidade na região de Donetsk, no leste, houve registro de ataques com mísseis. Na região de Zaporizhzhia, sudeste do país, mísseis russos foram repelidos, mas houve explosão em uma infraestrutura já fora da área da cidade.
"Gueto medieval"
O prefeito de Mariupol, Vadym Boychenko, disse que os ocupantes russos transformaram a cidade portuária em um "gueto medieval". "Sem remédios e cuidados médicos, restauração do abastecimento de água e esgoto adequado na cidade, as epidemias vão explodir. Hoje, a maioria da população atual é idosa e doente. Sem condições adequadas, a mortalidade entre os grupos vulneráveis aumentará exponencialmente."
Ele disse estimar que "mais de 10 mil pessoas podem morrer de doenças e condições intoleráveis em Mariupol". A cidade estaria atualmente com cerca de 150 mil habitantes, segundo o prefeito. "Nosso povo está em perigo mortal. Portanto, é necessária uma evacuação completa da cidade."
A vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Malyar, declarou que o desbloqueio de Mariupol é, atualmente, impossível. "Se houvesse pelo menos uma oportunidade de desbloquear a cidade por meios militares, a liderança do país a usaria." Ela também reafirmou, pelo governo ucraniano, que civis já foram evacuados de Azovstal.
(Com Reuters)
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