No 78º dia de Rússia x Ucrânia, Finlândia e Suécia avaliam entrada na Otan
Enquanto a Ucrânia não vê sinais de que a invasão da Rússia cessará a curto prazo, Finlândia e Suécia passaram a discutir uma possível adesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Diante desta possibilidade, o Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que o país "será forçado a tomar medidas de retaliação". Nesta quinta-feira (12), o conflito completou 78 dias.
Tanto a Suécia quanto a Finlândia adotam a neutralidade militar desde a Guerra Fria. No entanto, após a Rússia alegar o avanço da Otan na região como um dos motivos para invadir a Ucrânia, os dois países se sentiram ameaçados pelos planos russos de instalar armas nucleares na região do Báltico.
"Ser membro da Otan reforçaria a segurança na Finlândia. Enquanto membro da Otan, a Finlândia reforçaria a aliança no seu conjunto", afirma um comunicado da Finlândia assinado hoje pelo presidente Sauli Niinistö e pela premiê Sanna Marin.
Entrevistada pelo UOL em março, a antropóloga norueguesa Erika Fatland alertou que todos os vizinhos da Rússia devem recear uma invasão — isso inclui a Finlândia, que tem 1,3 mil quilômetros de fronteiras terrestres com o país. A autora visitou todas as 14 nações que integram a fronteira com a Rússia para escrever o livro "The Border" (A Fronteira, que será publicado no Brasil pela editora Âyné).
De acordo com uma pesquisa de opinião divulgada pela emissora pública finlandesa YLE, 76% da população do país apoia a adesão à Otan. Antes da guerra, apenas 25% dos habitantes defendia a entrada na aliança militar.
Desde abril, os governos da Finlândia e da Suécia vêm discutindo a possibilidade de ingressar na Otan; ambos pretendem anunciar uma decisão até a próxima segunda-feira (16). Estados Unidos, Alemanha e França se colocaram à disposição para facilitar a entrada dos dois países.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a Rússia "é hoje a ameaça mais direta para a ordem mundial com sua guerra bárbara contra a Ucrânia e seu pacto preocupante com a China".
Rússia revida
O Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que, caso os países entrem na Otan, "a Rússia será forçada a tomar medidas de retaliação, tanto de natureza militar-técnica quanto de outra natureza, a fim de impedir as ameaças à sua segurança nacional que surgem a esse respeito".
"Helsinque deve estar ciente da responsabilidade e consequências de tal movimento", diz a pasta.
O porta-voz russo Dmitry Peskov deu uma declaração mais amena e afirmou que a reação do país depende de "até que ponto a infraestrutura militar [da Otan] se aproximará de nossas fronteiras".
Ataques e negociações
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que está pronto para negociar com o líder russo Vladimir Putin desde que não haja "ultimatos".
"Queremos que entendam que nossa sociedade é muito pacífica, queremos negociar há oito anos. Eu estou pronto para falar com Putin, mas sem ultimatos", disse em entrevista ao talk show italiano "Porta a Porta".
Também hoje:
- Uma estação de radar de mísseis antiaéreos da Ucrânia, em Odessa, foi atingida por ataques russos;
- As forças russas também alegam ter atingido um armazém de mísseis e armas em Kharkiv;
- O Ministério da Defesa russo divulgou ter matado 320 combatentes entre ontem e hoje;
- Já os ucranianos afirmam ter matado 300 soldados russos nas últimas 24 horas.
Com informações de AFP, ANSA, Reuters e RFI
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