100 dias de guerra: 400 corpos em Bucha e tanque atropela carro; relembre
A guerra entre Rússia e Ucrânia completa hoje 100 dias com milhares de civis mortos e milhões de ucranianos deslocados. O governo de Vladimir Putin invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro sob o pretexto de desmilitarizar e desnazificar o país vizinho.
Alguns episódios marcaram o conflito. Em 25 de fevereiro, imagens que mostram um tanque de guerra atropelando o carro de um civil em movimento nos arredores de Kiev começaram a circular na imprensa internacional.
Especialistas não concluíram se o tanque era de origem russa. O homem que dirigia o carro foi resgatado por outros civis e sobreviveu.
Também na região da capital Kiev, autoridades ucranianas encontram pelo menos 420 corpos de civis na cidade de Bucha em abril. Líderes mundiais repudiaram a violência, mas a Rússia nega a execução de civis.
O governo de Putin insiste que as cenas foram "criadas" pela Ucrânia para impressionar o mundo. Os corpos foram descobertos após a Ucrânia recapturar o controle da cidade. Alguns dos mortos tinham as mãos amarradas.
Em Irpin, a apenas 20 quilômetros de Kiev, imagens mostram uma cidade devastada. O local seria usado por forças russas para alcançar a capital da Ucrânia, mas se tornou um exemplo da resistência ucraniana.
Os russos chegaram a dominar de 20% a 30% da cidade. Uma das estratégias do Exército ucraniano foi destruir a infraestrutura da cidade, como pontes, para atrasar o avanço adversário.
Um dos episódios mais marcantes em Irpin foi a morte de uma família que tentava fugir dos bombardeios na cidade. Tatiana, 43, e os filhos Alise, 9, e Nikita, 18, e dois cachorros da família, foram atingidos por um morteiro.
Além da ofensiva russa em direção a Kiev, o leste ucraniano também sofreu com bombardeios e ataques. A cidade de Mariupol foi sitiada no primeiro dia de guerra e era considerada prioridade pelo comando russo tanto por uma questão estratégica, quanto de propaganda.
Segundo o prefeito de Mariupol, Vadym Boychenko, soldados russos mataram mais de 10 mil moradores. A estimativa foi feita em abril. Civis que não conseguiram fugir da cidade sofreram com o desabastecimento de alimentos, água e energia elétrica.
Ao longo dos meses, corredores humanitários foram acordados entre russos e ucranianos para a retirada de civis de Mariupol. A siderúrgica de Azovstal foi considerado o último foco de resistência de Mariupol e estava sob constante ataque das forças da Rússia.
No local, estavam civis e também militares. Em 15 de maio, um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que uma "chuva" de munições cai em forma de cascata sobre o local.
À agência de notícias Reuters, um especialista britânico disse que as imagens indicam se tratar de um ataque com fósforo ou armas incendiárias. A bomba de fósforo branco é uma arma incendiária que, segundo uma convenção internacional, só pode ser usada contra alvos militares.
Quando utilizada, a bomba deixa um rastro branco no céu e pode "causar queimaduras graves e a corrosão dos ossos" em humanos. Seis dias depois, um acordo entre Rússia e Ucrânia permitiu a retirada dos últimos militares ucranianos do complexo de Azovstal.
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