Morte em lua de mel, chacina: os crimes bárbaros do PCC em outros países
Considerada uma das principais facções criminosas do Brasil, o PCC (Primeiro Comando da Capital) voltou aos holofotes recentemente por um crime atribuído à organização fora do país. Investigações apontam que o assassinato do promotor paraguaio Marcelo Pecci, ocorrido em maio, na Colômbia, teria sido praticado por membros do grupo.
Durante a Cúpula das Américas, na segunda semana de junho, nos Estados Unidos, o presidente paraguaio Mario Abdo Benítez citou a tragédia contra Pecci, morto em frente à esposa durante a lua de mel do casal. O político cobrou os demais líderes dos países latinos para o que chamou de "criminalidade transnacional".
"Precisamos de soluções conjuntas para esta tragédia que não reconhece fronteiras", falou o presidente.
De fato, os crimes do PCC deixaram de ser praticados somente no Brasil. Casos recentes mostram que a facção criou braços em outros países da América Latina, da Europa e da África em busca de aumentar o seu domínio sobre o narcotráfico e demais atividades consideradas ilícitas, tendo até o mercado de vinhos como uma das fontes de receitas ilegais da organização criminosa.
Veja abaixo crimes bárbaros cometidos pelo grupo fora do Brasil.
Promotor assassinado em lua de mel
O promotor de Justiça do MP (Ministério Público) do Paraguai Marcelo Pecci morreu a tiros ao ser vítima de uma emboscada em Cartagena, cidade no litoral da Colômbia. Ele passava a lua de mel com a esposa, a jornalista Claudia Aguilera.
A Procuradoria-Geral da Colômbia atribuiu o crime ao PCC após a prisão de quatro dos cinco suspeitos. A investigação viu elementos que ligassem o assassinato à organização criminosa brasileira porque Pecci liderou a operação "Zootopia", que desmontou parte da estrutura do PCC no Paraguai, apreendendo 500 quilos de cocaína, em 2017.
O promotor também atuava em investigações de mortes atribuídas ao PCC na fronteira paraguaia com Mato Grosso do Sul.
Chacina na fronteira com Paraguai
Em 9 de maio de 2021, quatro pessoas foram assassinadas supostamente pelo PCC em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz divisa com Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul.
O caso ganhou repercussão em ambos os países. Na ocasião, entre os mortos, estava a filha do governador de Amambay, Haylle Carolina Acevedo Yunis.
As quatro pessoas saíam de uma casa noturna quando acabaram baleadas por atiradores numa caminhonete. Segundo a investigação, foram mais de cem disparos. Todas as vítimas morreram no local.
Apontado pelas investigações como alvo do atentado, Osmar Vicente Alvarez Grance, o Bebeto, foi atingido por 31 tiros. Com idades entre 18 e 22 anos, as outras vítimas foram: Kaline Reinoso de Oliveira, Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, além de Haylee, filha de Ronald Acevedo, governador de Amambay.
As investigações apontam que Osmar era dono de uma lavanderia onde 14 membros do PCC foram presos. O crime teria sido motivado em razão da suspeita de que a vítima seria um informante das autoridades.
Fuga em massa de prisão
Em 2020, o PCC também foi apontado pelas autoridades paraguaias de bancar R$ 6 milhões para a operação criminosa que resultou na fuga de 75 membros presos no presídio de Pedro Juan Caballero.
De acordo com a então ministra da Justiça do Paraguai, Cecilia Pérez, os presos estavam no pavilhão B na penitenciária da cidade. Nas celas dos acusados, agentes encontraram 200 mochilas cheias da terra proveniente da escavação de um túnel.
Os R$ 6 milhões bancados pelo PCC estariam divididos entre pagamentos de propinas para agentes paraguaios e logística para a fuga, como escavação e transporte.
'Assalto do século'
Ainda em território estrangeiro, a polícia culpou o PCC como articulador do chamado "assalto do século do Paraguai", em Ciudad del Este, em abril de 2017.
Na ocasião, uma empresa de transporte de valores foi atacada pela facção, que levou US$ 40 milhões em espécie. Até hoje, o assalto é considerado o maior do país vizinho.
O caso esteve atribuído ao PCC porque os carros usados no crime tinham placas do Brasil e os assaltantes falavam português. Além disso, o modus operandi do roubo se assemelhou ao praticado pela facção criminosa.
Mercado ilegal de vinhos
Não apenas ao comércio de drogas o PCC está ligado em outros países. Investigações da Polícia Argentina mostram que nove prisões de contrabandistas de vinhos, ocorridas entre maio e junho de 2022, estariam ligadas a facções brasileiras, sendo o PCC uma delas.
A apuração descobriu que os vinhos eram roubados em galpões argentinos, lojas e caminhões de fabricantes. A mercadoria, então, era transportada via terrestre para o Brasil, onde acabavam parando no comércio ilegal.
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