Human Rights Watch cita 'violações' de ambos os lados em guerra
A Human Rights Watch, uma das mais importantes organizações de direitos humanos do mundo, criticou o que classificou como "violações ilegais" e "crimes de guerra" cometidos por ambos os lados na guerra entre Israel e Hamas que já deixou milhares de mortos.
O que aconteceu:
"Os assassinatos deliberados de civis, a tomada de reféns e a punição coletiva são crimes hediondos e injustificáveis", afirmou o diretor de Israel e Palestina da ONG, Omar Shakir.
Para Shakir, "os ataques ilegais e a repressão sistemática" que atormentam a região da Faixa de Gaza "há décadas" continuarão, enquanto os "direitos humanos não forem respeitados e os culpados não forem responsabilizados".
A Human Rights Watch também criticou as declarações do ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, que ordenou nesta segunda-feira (9), que seja realizado "um cerco completo" à Faixa de Gaza. À CNN, Omar Shakir destacou que essa medida "pune coletivamente" os milhões de palestinos que moram na região e se configura "crime de guerra", além de acusar Israel de usar a fome como "uma arma" no conflito.
Em seu site, a ONG criticou duramente o ataque do grupo terrorista Hamas ao território israelense no sábado (7). Entretanto, lembrou que "as autoridades israelitas reprimiram sistematicamente os palestinos durante décadas e, desde 2007, impuseram um cerco esmagador à população de Gaza".
"Os ataques deliberados e indiscriminados contra civis por parte do Hamas, além da tomada de reféns, equivalem a crimes de guerra sob a ótica da Lei Humanitária Internacional. O corte de eletricidade em Gaza por Israel e outras medidas punitivas contra a população civil em Gaza como uma espécie de punição coletiva, também constituem crimes de guerra. As leis da guerra se aplicam a todos as partes em um conflito", afirmou a Human Rights Watch.
Segundo a ONG, antes da escalada de violência do último final de semana, tanto Israel quanto o Hamas fizeram ataques mútuos que provocaram destruição e a morte de civis em ambos os lados.
"Se aprendemos algumas coisa em conflitos anteriores, é que, enquanto houver impunidade para abusos graves, continuaremos a ver mais cenas de repressão e derramaento de sangue de civis", completou Shakir.
Ataques e cerco a Gaza
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou mais cedo que "o que o Hamas vai viver será difícil e terrível". "Já estamos na campanha e estamos apenas começando. Sua liderança tem sido muito forte nestes dias difíceis. O Estado não deixará pedra sobre pedra para ajudar todos vocês", falou o premiê a líderes regionais do sul do país.
Israel ordenou um cerco "completo" à Faixa de Gaza, nesta segunda-feira (9), quando chegaram ao terceiro dia de combates após o lançamento de uma ofensiva militar do Hamas.
Como funciona o cerco a Gaza?
Sem água, energia, combustível, gás e comida. "Estamos impondo um cerco total à Gaza. Nem eletricidade, nem comida, nem água, nem gás. Tudo bloqueado", disse o ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant.
População de região densamente povoada fica prejudicada. Cerca de 2,3 milhões de pessoas no território palestino depende diretamente desses recursos que já são escassos normalmente.
Desde junho de 2007, Israel mantém bloqueio sob a Faixa de Gaza, ocupada na sua forma atual desde junho de 2007, segundo a Al Jazeera.
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Quero receberTanques e drones ajudam na guarda. Várias aberturas foram feitas na cerca que separa o território palestino de Israel, para impedir que mais infiltrados entre na parte israelense.
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