Brasileiro na Palestina: Israel quer que palestinos sumam da própria terra
Morador da cidade de Ramallah, no território palestino da Cisjordânia, o brasileiro Mustafa Mohamad acusou Israel de querer que o "povo palestino deixe sua própria terra". Em entrevista ao UOL News, o advogado também condenou o cerco israelense à Faixa de Gaza.
Israel matou 200 palestinos civis somente neste ano. Que culpa o Hamas teve ali? Israel está querendo fazer com que o povo palestino desapareça de suas terras. Isso não vai acontecer. Israel pode matar os quatro milhões de palestinos que vivem aqui. Virão mais quatro milhões para defender essa terra. Se você cerca Gaza e proíbe a população de ir e vir e não se entra nada, um dia isso vai explodir. Mustafa Mohamad, advogado
Para Mohamad, há uma solução "simples" para que haja paz na região: Israel devolver aos palestinos parte dos territórios que invadiu. O advogado ainda criticou os israelenses pelas práticas em Jerusalém Oriental, com o intuito de "humilhar muçulmanos".
A solução é simples. Israel já tomou 80% dos territórios palestinos. Devolvam os 20% e deixem os palestinos viverem em paz nesses 20%. Qual é o problema? As resoluções da ONU já dizem: Jerusalém Oriental é dos palestinos. Em vez de colocar isso em prática, mandam os colonos invadirem as mesquitas. Eles querem ir lá e humilhar os muçulmanos. E tudo isso com proteção da polícia e do exército israelense. Mustafa Mohamad, advogado
Análise: Ação do Hezbollah divide atenção de Israel e pode favorecer Hamas
A tática do Hezbollah de promover ataques perto da fronteira com o Líbano tem a intenção de dividir a atenção de Hamas e pode favorecer a ação do grupo terrorista Hamas. A análise é da professora de Relações Internacionais Karina Stange Calandrin. Após a morte de brasileiros em meio à guerra, Lula deveria mudar seu discurso e adotar um tom mais duro contra o terrorismo, na opinião dela.
O Hezbollah começou a fazer ataques a partir da fronteira de Israel com o Líbano. Não sabemos a extensão da participação deles no conflito, mas é uma forma de distração. O foco é no sul, próximo a Gaza, e isso divide a atenção das forças armadas de Israel e pode fortalecer o Hamas em seus ataques e em sua retaliação. Karina Stange Calandrin, professora de Relações Internacionais
'Vi fascismo no olho', diz professor que deixou debate na PUC sobre o Hamas
Após deixar a sala de aula durante um debate sobre a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, o professor de sociologia da PUC-RJ Michel Gherman avaliou que o episódio não estava ligado à discussão sobre o conflito. Para ele, a hostilidade sofrida foi fruto do clima de polarização política do Brasil, tanto que afirmou "ver o fascismo no olho" dos alunos que o confrontaram.
Ontem, vi o fascismo no olho. Um dos elementos fundamentais é entender que a extrema-direita produz a perda da empatia, que o outro precisa ser destruído, acabado, calado. Quando percebi que não havia empatia pelo que estava falando, entendi que estava falando com o fascismo. Nesse sentido, minha função como pesquisador é pensar como o fascismo afeta a vida dos nossos jovens e evitar que o que aconteceu na PUC se estenda a mais lugares. Michel Gherman, professor de sociologia da PUC-RJ
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